segunda-feira, 21 de julho de 2008

Hamburgures x Filmes

Mas uma semana começando e ainda não me decidi se o destaque do fim de semana foi o hamburguer de sábado à noite ou o filme de sábado de madrugada.

Se você é daqueles que quanto maior o sanduíche, melhor, então o destaque certamente vai pro hamburguer, degustado no pouco conhecido B-52, em Botafogo. Começando pelo nome: Monster Burguer. Não é exagero. É algo realmente monstruoso. Me matei pra comer tudo, mas não aguentei as batatas, que também vem em grade número. Mas deixando de lado a questão do tamanho, é um ótimo hamburguer. também ressalto o molho que eu escolhi, de gorgonzola, mó bom.


Mudando um pouco o assunto para algo menos "oi eu sou guloso", o filme merece comentários também, pois entrou no meu top 3 filmes de máfia, ao lado de O Poderoso Chefão e Os Bons Companheiros. Era Uma Vez na América é o nome, dirigido pelo Sergio Leone. A história por si só já é super legal, nada que fuja muito dos temas normais a filme de máfia, mas a questão aqui é que o foco está nos personagens e nas relações entre eles e não nos fatos. Não há um grande roubo, um grande esquema, uma grande trama política, o filme todo se baseia na interação dos personagens, trazendo os temas de amizade, traição, amor e redenção à tona.

A direção do Leone é brilhante. Ele tem um dom de fazer cenas marcantes, daquelas que emocionam e ficam na sua cabeça por horas, das mais banais às mais importantes. O que me chamou a atenção na direção é que ela é muito simples, muito óbvia, até clichê em alguns momentos, mas ela tem um bom gosto tão grande que tudo parece muito mais elaborado do que realmente é.

Único porém é que são 4h de filme. Eu acho bem legal filmes longos assim, eu admiro a ousadia, mas tenho um sério problema em ficar na frente da tv por tanto tempo, então tive que dar uma pausa no meio desse. Mas ao contrário de alguns filmes, tipo Magnólia, o filme não perde o andamento e não fica cansativo demais em nenhum momento. Afinal, são 5 décadas de história em um filme, acho que a duração ficou até de bom tamanho.

Algumas considerações:

- O De Niro está nos 3 filmes do meu top 3 filmes de máfia.
- Minha namorada muito perspicazmente descobriu que a garotinha que interpretou a jovem Deborah era a futura estrela Jennifer Connelly, com seus 12 aninhos.
- Joe Pesci faz uma ponta ridícula nesse filme. Ele aparece em, tipo, duas cenas.
- A cena do doce, onde o garoto tenta se decidir entre uma prostituta (virar homem) ou um doce (continuar criança) é uma das cenas mais perfeitas da história do cinema.
- A Jennifer Connelly já era linda com 12 anos de idade.
- Eu não sou pedófilo.

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Engraçado como essas coisas que eu escrevi aí em cima deveriam ter sido postadas há uns dois dias, mas a gente tem assistido tantos filmes que eu não tive tempo de atualizar isso, aí foi acumulando. Na verdade daqui a pouco eu vou ser obrigado a botar aquele já manjado template com uma pipoca lá em cima, pois parece que eu só falo de cinema, o que não é de maneira nenhuma uma coisa ruim, mas não era o objetivo inicial desse blog, não que houvesse algum.

De qualquer forma, eu não gosto de deixar filmes sem comentários, até porque todos os vistos esses dias foram muito bons, portanto, dois pontos:


Marcas da Violência: Eu gostei desse, mas acho que poderia ser bem melhor. De certa forma, também é um filme de máfia, embora seja contado do lado de fora, do lado do mafioso que foi obrigado a fugir e se exilar por algum motivo qualquer, passando a viver como um simples pai de família, trabalhando em um café. No caso, o mafioso é interpretado pelo Viggo Mortensen, eterno Aragorn, que nos traz uma atuação sólida o suficiente pra você realmente acreditar que ele não é um mafioso. O que aliás é muito bem reforçado pelo roteiro, pois a mudança de mafioso fodão para pacato pai de família é tão forte pro personagem que ele mesmo parece acreditar que o passado dele não existia.

Gostei da direção, o filme tem um todo um clima de suspense excelente. Eu não costumo ficar muito tenso em filmes, mas esse me deixou bem tenso em algumas partes. Tem umas cenas bem violentas e umas cenas de sexo bem safadas.

A questão que deixou o filme mais baixo no meu conceito foi o roteiro. O filme é excelente até a metade, que aliás é o clímax. Depois a história se perde e tudo parece meio jogado, meio sem sentido, até chegar num final que é tão aberto e abrupto que você pode imaginar qualquer coisa daquilo.


Encontros e Desencontros: Esse, por outro lado, de máfia não tem nada. Já havia visto esse filme há uns dois anos atrás, e confesso que não tinha gostado. Não tinha entendido nada da história, tudo me pareceu sem sentido e mal desenvolvido.

Felizmente o meu senso crítico melhorou um tanto de lá pra cá, dessa vez eu entendi muito bem tudo e amei o filme. Não que seja um filme muito complicado, mas não é exatamente convencional. O roteiro é até bem simples, é a história de uma jovem mulher (Scarlett Johansson, mais linda do que nunca) e um homem de meia idade (Bill Murray) que se conhecem em um hotel no Japão e começam a viver uma grande amizade/romance.

O grande ponto desse filme é a sutileza. Não há grandes diálogos (propositalmente), as conversas entre os protagonistas são em sua maioria bem genéricas e não elaboradas. Eles não tem muita coisa em comum, mas ainda assim eles se identificam completamente um com o outro e você consegue sentir isso perfeitamente com a direção da Sofia Coppola e com a atuação dos dois, que estão perfeitos em seus papéis.

Assim, é incrível. Você pode perceber como os dois estão completamente deslocados, não apenas por estarem em um país super diferente, mas em relação a tudo. Em relação as pessoas que eles encontram, aos lugares que eles visitam, enfim, em relação ao mundo. E é lindo ver como eles se acham naquele lugar estranho e logo se identificam.

Outro ponto legal é que o filme não parte pra idéia clássica de "Sexo, Beijos, Amor", etc, tanto que só há um beijo, e mesmo assim apenas no final. É tudo menos carnal, mais voltado pro sentimento entre os personagens, como se eles se apaixonassem e isso realmente não tivesse nada a ver com a aparência, ou qualquer tipo de desejo sexual. É uma forma do filme mostrar que o amor é mais que isso.

Eu fiquei surpreso com a direção da Sofia, pois odiei Maria Antonieta. Mas aqui a direção é excelente, mostrando perfeitamente a monotonia e o deslocamento dos personagens. O roteiro, também dela, é outro primor, por tudo que foi falado acima.

De certa forma me lembrou de Antes do Amanhecer, embora ambos sejam também bastante diferentes. Mas no fundo ambos retratam muito bem e de uma maneira simples e verdadeira a idéia do amor, ao contrário da maioria dos romances que existem por aí.


Sangue Negro: Muito bom também. Tem um dos personagens mais interessantes que apareceram por aí ultimamente, o protagonista, interpretado brilhantemente pelo Daniel Day-Lewis. Sério, se teve um ator que mereceu esse Oscar, foi ele. O outro Oscar ganho por Sangue Negro foi o de fotografia, que foi também muito merecido.

Porém, ao contrário de muitos, não acho que deveria ter ganho o Oscar. Mas eu também não acho que Onde Os Fracos Não Tem Vez mereceu. Agora que já vi os 5 filmes indicados, eu botaria eles na seguinte ordem, decrescente:

1. Desejo e Reparação
2. Conduta de Risco
3. Sangue Negro
4. Juno
5. Onde Os Fracos Não Tem Vez


Fico por aqui.

5 comentários:

Nandes disse...

Jesus cristo, que post enorme.

Hamburgueres são fodas, eu comeria um agora.

Não veria um filme agora.

Acho que sabemos quem ganhou a batalha.

Unknown disse...

Jesus cristo, que post enorme. [2]

Bem, agora detesto carne, então sabemos quem ganhou a batalha. XD

Desses, o único a que assisti foi "Marcas da Violência"... e sou de opinião bem semelhante à sua.

Raphaella Mayfair disse...

Pode até não ser pedófilo, mas tenho certeza que pegava se ela desse mole xD

Os bons companheiros ainda é o melhor pra mim \o\

Aliás... Que post enorme [3]. =)

Anônimo disse...

"Mas ao contrário de alguns filmes, tipo Magnólia, o filme não perde o andamento e não fica cansativo demais em nenhum momento."

Poxa, sério? Eu acho tão fácil assistir Magnólia quanto acho fácil assistir Dogville.

"Eles não tem muita coisa em comum, mas ainda assim eles se identificam completamente um com o outro e você consegue sentir isso perfeitamente com a direção da Sofia Coppola e com a atuação dos dois, que estão perfeitos em seus papéis."

Ele têm TUDO em comum. E é esse o motivo da identificação tão forte.

"Não há grandes diálogos (propositalmente)"

Não entendi, você tá dizendo que propositalmente não fizeram grandes diálogos pro filme? Porque, pra mim, o ponto alto de Encontros e Desencontros são os diálogos. Brilhantes, sempre.

"as conversas entre os protagonistas são em sua maioria bem genéricas e não elaboradas."

Po, eu respeito sua opinião, mas por que diz isso? Eu realmente não vejo NADA de genérico ou não elaborado nos diálogos. São simples, mas muito bem elaborados de maneira belíssima.

"Você pode perceber como os dois estão completamente deslocados, não penas por estarem em um país super diferente, mas em relação a tudo. Em relação as pessoas que eles encontram, aos lugares que eles visitam, enfim, em relação ao mundo. E é lindo ver como eles se acham naquele lugar estranho e logo se identificam."

É justamente isso que eles mais têm em comum. E o fato deles estarem num país tão excêntrico é um paralelo interessante no quesito "deslocamento". Porque se não fosse pelo constrangimento de se sentir deslocado, eles não se teriam se encontrado.

suzie. disse...

Coloque o template das pipocas e deixe eu ficar logo com o atual ahuahauaa :D