quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Um pouco de Cornwell

Saindo do marasmo desse blog, vamos, primeiro, às desculpas:

1. Estou fazendo vestibular (yes, again, go figure). Quem arranja tempo pra blogs fazendo vestibular?
2. Criei um blog novo com o Nandes. A temática, dessa vez, é definida, apenas música. Quem quiser entrar, clique aí em cima e divirta-se.
3. Eu sei que o argumento número 2 anula o argumento número 1. Ignorem.
4. Tenho lido como poucas vezes li na vida. O que me tira algum tempo de mofo (leia-se: tempo de vir postar no blog), mas ao mesmo tempo me dá boas idéias para posts. Nesse sentido, esse post começa a seguir:

Nesse último mês li dois livros do Bernard Cornwell, dois livros que são um tanto desconhecidos aqui no Brasil. Achei-os na Travessa do Barra Shopping, ambos por cerca de 17 reais, a versão importada, em inglês. Não há versão nacional, então nesse caso ou você lê em inglês mesmo ou espera por um dia em que resolvam traduzi-los (dica: esse dia pode nunca chegar).

Os dois livros são marcantes pois traz um Cornwell com características bem diferentes do que nós brasileiros estamos acostumados.

O primeiro, The Fallen Angels, chama a atenção por ter uma co escritora, Susanah Kells, assinando o livro junto com o Cornwell. Fiquei curioso com o impacto que isso teria na história e se eu conseguiria perceber a diferença, mas na verdade esse impacto é bem claro pra qualquer um que já tenha lido alguns livros do Cornwell. Em primeiro lugar, a protagonista é uma mulher. Eu já li uns 10 livros dele e essa é a primeira vez que eu vejo uma protagonista mulher. No mesmo sentido, o romance da história (pois sempre há de haver um romance =P) recebe uma ênfase muito maior, e é decisivo pro desenrolar da trama. A trama se passa durante a época do Terror, na Revolução Francesa, aonde qualquer pessoa poderia ir para a guilhotina por espirrar sem pedir licença.

A personagem principal se chama Campion Lazender, e é a herdeira de um reino estupidamente rico na Inglaterra. Toda essa riqueza é cobiçada por um sociedade secreta chamada The Fallen Angels, que está inserida em uma sociedade secreta chamada Illuminatti (virei a cara nesse ponto, sociedades secretas me irritam desde a época em que o Dan Brown era febre, mas whatever), que desejam botar as mãos nesse dinheiro para financiar a revolução que tentava se espalhar para a Inglaterra. Entre esses dois mundos, está Gítan, um cigano que atua como agente duplo, e nunca sabemos aonde está sua verdadeira lealdade. A única coisa que temos certeza é que Campion se apaixona por ele (acredite, a Susanah Kells faz questão de jogar isso na sua cara um tantão de vezes).

O livro é meio inconstante, tendo momentos sensacionais seguidos de trechos de puro tédio. A maior ênfase no romance foi legal, é uma coisa que eu sentia um pouco de falta de mais desenvolvimento nos outros livros do Cornwell, mas me desagradou um pouco o jeito como esse romance acabou sendo preponderante pro final. O final acabou sendo meio óbvio, ainda que ao mesmo tempo tenha sido uma grande surpresa. Nesse livro aliás o Cornwell também se apoiou muito na questão do mistério, de "quem será o inimigo", o que eu acho meio cansativo (prefiro deixar isso para a Agatha Christie), mas pode agradar algumas pessoas. E a trama tem uns furos bem toscos, coisas que simplesmente não fazem sentido, mesmo pensando nas tolices que garotas tolas apaixonadas podem realizar. Mas, são poucos.

Mas embora eu fique botando defeito, é um ótimo livro. Os personagens clássicos do Cornwell estão aqui, e a Kells acabou dando uma dimensão diferente para alguns deles. O background histórico também é muito interessante, praqueles que gostam de história. Mas de algum modo eu acho que pode agradar mais a pessoas que nunca leram Cornwell do que a die hard fans.


O segundo livro se chama Scoundrel. Dessa vez assinado só pelo Cornwell, o livro chama atenção por ser o único livro dele (que eu tenha lido) que se passa nos dias de hoje (ou no começo da década de 90, quando o livro foi escrito), o que é bem esquisito, pois sempre pensamos no Cornwell como um autor de ficção histórica.

Mas que seja, esse livro simplesmente detona. Conta a história de um americano, Paul Shanahan, membro do IRA (exército republicano irlandês), que depois de anos trabalhando na organização, é deixado de lado por desconfiarem que ele é um espião da CIA infiltrado. Puto, ele se muda pra Bélgica e começa a trabalhar como técnico de barcos (fazendo avaliações, consertos, etc). Quatro anos depois, o IRA volta a contatá-lo, pedindo que ele transporte em seu barco, 5 milhões de dólares em ouro através do Atlântico, dinheiro que será destinado para a compra de 53 mísseis Stinger, que por sua vez serão usados nas táticas terroristas da organização.

O livro, porém, consegue ir além de um simples thriller político e consegue explorar, ainda que não tão profundamente como poderia, os recônditos da mente humana, desde os sentimentos de culpa frente à atitudes condenáveis como o terrorismo e o assassinato até à condenação de viver assombrado por um amor passado e a tentativa de espelhar esse amor em qualquer uma que apareça pela frente, num movimento desesperado para se sentir vivo de novo.

O final do livro é de um realismo frio que pode decepcionar algumas pessoas que esperam uma grande reviravolta em cada trama, mas que pra mim funcionou muito bem. Nem sempre todos nossos sonhos dão certo, e muitas vezes nem precisamos deles pra sermos felizes.

Dos livros isolados, esse certamente é o melhor Cornwell que eu já li.


P.S. Hoje é o aniversário da garota mais bonita que já pisou nesse mundo =)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Road Salt One

Você tem absolutamente todo o direito de não gostar de Pain of Salvation. Não é uma banda conhecida por ser exatamente acessível, radio-friendly, e sua progressividade ainda afasta muita gente. Mas acuse-os do que quiser, não se pode dizer que eles sejam previsíveis. Cada álbum consegue ser completamente diferente um do outro e, enquanto o ouvinte mais atento consegue perceber tênues fios de musicalidade própria que permanecem como uma constante nos trabalhos da banda, a impressão geral que se tem é que se trata de criações totalmente distintas.

Sim, eu digo isso como um elogio. Vindo de decepções crescentes de bandas como Gamma Ray, que a cada cd parece mais e mais sem idéias, repetindo riffs, solos e tudo mais o que conseguir, eu não tenho como não admirar uma banda que não tem medo de tentar fazer algo diferente a cada ano que passa, e o Pain of Salvation surge como o maior exemplo disso.

Não que isso signifique sempre um acerto. O último cd, por exemplo, Scarsick, não foi do meu agrado. Chega num ponto que a progressividade incomoda e tudo soa muito mais como um experimentalismo louco do que como música em si. Mas ao se explorar territórios tão diferentes e diversos, é mais do que natural que a banda cometa erros e também é difícil que uma pessoa consiga ser atraída por todos os álbuns, sendo eles tão distintos.

Chegamos enfim ao objeto dessa resenha, o novo álbum do Pain of Salvation, Road Salt One. Toda essa breve nota introdutória, porém, não foi totalmente à toa. Pois o ouvinte desavisado pode tomar um susto quando ouvir as primeiras notas de "No Way" (ou de "What She Means to Me", se você está ouvindo a versão especial). Nessa nova empreitada, o mastermind da banda Daniel Gildenlow buscou resgatar a sonoridade dos saudosos anos 70, misturando-a numa moderna salada musical com a pegada progressiva característica da banda e os conceitos líricos sombrios e sensuais que tanto fascinam os admiradores da banda.

O resultado é um álbum incrível, que poderá assustar alguns fãs mais radicais, mas que, ouvido com um mínimo de boa vontade, não tem dificuldades em cravar seu lugar entre os melhores cds do ano e entrar como mais uma jóia importante na (já maravilhosa) discografia do Pain of Salvation. Daniel Gildenlow conseguiu renovar totalmente um estilo de fazer música já totalmente saturado, dando uma profundidade musical e lírica poucas vezes vista.

O álbum logo com uma pedrada, "No Way" (se você pretende comprar, procure pela versão extendida, que começa com uma ótima faixa, "What She Means To Me", que é quase como uma introdução à "No Way"), que já mostra bem o que será o cd: uma faixa bem direta, com a presença marcante do teclado do Fredrik Hermansson e um vocal inspirado do Daniel, interpretando com perfeição a letra, que consegue ser o ponto alto da música. Muita gente virou a cara para as letras desse cd (em especial dessa música), por acharem-as simples, ou infantis. Na minha opinião a aparente simplicidade é exatamente aonde se encontra o maior êxito dela: a sinceridade do eu-lírico, o modo como ele se expressa de maneira totalmente visceral e verdadeira, o modo como de repente toda sua arrogância passa por uma crise de segurança e ele começa a questionar tudo o que ele disse antes. Isso é puro Pain of Salvation! Assim como o final da música, aonde a simplicidade da música abre espaço para um trecho mais progressivo, que certamente fará os fãs sorrirem.

Daí em diante o álbum desce por uma ladeira emocional, passando pela totalmente bluesy "She Likes to Hide", que poderia ter sido tirada de um álbum do Jimi Hendrix, pela magnífica "Sisters", um dos destaques do álbum, com seu clima totalmente sombrio e de certa forma desesperador, seus violinos e coros muito bem utilizados, dando o enfoque certo para o drama do personagem e chegando na "Of Dust", que traz um clima gospel-like e parece finalizar a primeira parte do álbum.

A partir daí o álbum volta a expressar um clima mais positivo na quase country "Tell Me You Don't Know", que tem um solo gostosíssimo (um dos poucos do cd) e na esquisitíssima "Sleeping Under The Stars". Aqui, ao contrário de muitas músicas esquisitíssimas da carreira do Pain of Salvation, a coisa funciona bem. Alguns momentos meio doentios, como em entre 1:58 e 2:30, mas que funcionam bem com o conceito e com as letras. "Darkness of Mine" traz de volta o clima extremamente sombrio, contrastando com um refrão meio modernoso que destoa um pouco do resto da música. Nada que estrague, mas a música soaria melhor sem ele.

Em seguida temos as duas músicas mais straight-foward do álbum: "Linoleum", que já constava no EP e "Curiosity". Linoleum tem uma levada mais moderna. Em alguns momentos me lembra, sei lá, Audioslave. Não chega ao ponto de ser ruim, mas claramente houve pouca inspiração nessa. Soa como uma filler, o que é curioso se tratando da música escolhida pra figurar no EP. Já Curiosity tem uma levada até meio pop rock em alguns momentos, mas é uma grande música, se equilibrando em momentos mais tranquilos e alguns mais agressivos, com um refrão empolgante. Destaque também para as letras e sua aparente simplicidade, mas que parecem terem sido tiradas de um livro do Milan Kundera.

O álbum ruma ao seu final, de novo soturno, com a melancólica "Where It Hurts" e com a mais melancólica ainda "Road Salt", que parece resumir o álbum em sua música cadenciada e sua letra totalmente deprimente. Por último temos Innocence, que fecha o álbum no melhor Pain of Salvation fashion, com várias mudanças de clima ao longo de seus sete minutos.


Road Salt One é um excelente álbum, mostrando uma banda totalmente segura de sua capacidade e do caminho que deseja trilhar, sem se prender a rótulos ou a o que alguns fãs esperam.


Banda: Pain of Salvation
Álbum: Road Salt One
Ano: 2010

Nota: 90

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Filme Sem Salt (ha!)

Sem sal não, medíocre.

Mais um filme de ação da
Angelina Jolie, cujos papeis de mulher-fodona-que-vai-te-enfiar-a-porrada-quer-você-queira-ou-não já encheram o saco. Dessa vez ela encarna uma agente da CIA, que é acusada de ser uma espiã russa. E a partir daí, como qualquer um já poderia prever, é uma correria alucinada pra se livrar das acusações (ou não) e salvar o marido e o mundo (por que não?).

E malditos 20 anos depois do fim da Guerra Fria, continuamos a ver essas histórias aonde os russos são colocados como vilões insensíveis que planejam destruir a América. Sério, galera, a maior parte da audiência desse filme (jovens) mal era nascida quando a Guerra Fria acabou. Vamos trocar esse disco. O filme ainda tenta lançar uma pequena trama na vilã da moda, a Coréia do Norte, que foi um dos pontos mais rasos do filme inteiro (e o resto do filme não é exatamente profundo).

A história e os personagens são totalmente sub-desenvolvidos. Vá lá que os produtores tinham a intenção de privilegiar as cenas de ação, mas num filme que tenta se levar a sério como esse, as cenas de ação sem um roteiro forte por trás soam totalmente frágeis. E não é nem como elas fossem boas o suficiente pra levar o filme nas costas. Não são.

As tais reviravoltas, que tanto encantam o público médio, são totalmente aleatórias. Sem o desenvolvimento necessário, elas ficaram totalmente forçadas e sem propósito. Como tentativas vãs de mantêr o filme dinâmico, mas que só serviram para fazer o vilão ser outro a cada 15 minutos de filme (o que é simplesmente irritante).


E eu sei que a Angelina Jolie tem uma grande base de fãs, e que eles me perdoem, mas ela simplesmente não me convence. Ela é sexy pra caralho, duh, mas o único papel decente que eu já vi ela fazendo foi em Garota Interrompida. De lá pra cá eu vejo ela fazendo sempre o mesmo personagem over and over.


O filme se arrasta nesse lenga lenga até o "final". Sim, aspas. Pois poucas vezes eu vi um final de filme tão patético quanto esse. Eu lembro que quando eu tava vendo e o filme flertou com a idéia de terminar eu pensei "nossa, seria muito engraçado se os roteiristas não soubessem mais o que fazer com o filme e resolvessem simplesmente terminar aqui". Créditos. Sério, cara, por que? Parece que depois de tantas reviravoltas imbecis os roteiristas se perderam e não sabiam mais o que fazer com o filme, então resolveram jogar a mulher no meio do mato e terminar tudo ali mesmo.


Mas do que estou reclamando? Melhor terminar ali mesmo do que gastar mais meia hora da minha paciência com reviravoltas imbecis e histórias mal contadas.

Direção: Philip Noyce
Ano: 2010
Link: IMDb

Nota: 38

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Não Explode, Mas É um Bom Encontro

Esses filmes de ação com toques de comédia protagonizados por um casal que todo mundo sabe que terminam juntos no final do filme me pegaram pela última vez quando fui ver Caçador de Recompensas, com o Gerard Butler e a Jennifer Aniston, que é um dos piores filmes que eu vi nos últimos tempos. Não obstante, acabei indo vendo esse Encontro Explosivo (Knight and Day), com Tom Cruise e Cameron Diaz, que parecia seguir a mesma fórmula de ação e romance descompromissados.

E até que eu tive uma razoável surpresa. Não, não é um filmaaaço, mas sinceramente, alguém realmente esperava que fosse? É um filme simplesmente divertido, que vale o ingresso, principalmente se você for ao cinema em dia de semana, que é mais barato :D

O filme não se leva a sério em quase nenhum momento (os poucos momentos que o diretor, James Mangold, tenta impôr um tom mais sério ao filme, não por acaso, são os piores). Não existe nenhum tipo de compromisso com a realidade: o personagem do Cruise É uma espécie de "super homem", um super agente secreto, que não chega ao ponto de ter, sei lá, poderes especiais, mas é simplesmente apelativamente foda. E ele é FEITO pra ser assim, o diretor não tenta te convencer de que aquilo tudo possa ser real em momento algum. E é nisso que está o grande mérito do filme. É apenas entretenimento, cenas de ação bem pensadas e bem feitas (em sua maioria) e um romance/comédia clichê, sim, mas divertido.

Na verdade as cenas de ação são tão exageradas que, junto com esse tom de comédia, acabaram dando um tom de sátira ao filme, como se o diretor estivesse tentando satirizar aqueles filmes de ação que o mocinho sai no meio de um exército com uma metralhadora, mata todo mundo e não leva um tiro que seja. Não sei se foi mesmo a intenção do diretor, mas eu acredito que sim, principalmente se lembrarmos das cenas que o Cruise dopa a personagem da Cameron e só são mostrados pequenos flashs, como se ela tivesse acordado por alguns minutos, e em cada flash eles estão fugindo de uma maneira mais espetacularmente forçada que a outra. Foi uma boa sacada.

E bem, todo mundo reclama das atuações do Cruise num geral (nesse filme não foi diferente), mas eu acho ele um ótimo ator. Eu acho que ele deu o tom certo pro papel e senti uma boa química com a Diaz, mesmo eu não sendo um grande fã do trabalho dela.

Não, o final não é bom.


Direção: James Mangold
Ano: 2010
Link: IMDb

Nota: 72

P.S.: O poster americano, que eu botei aqui, é fodão. O brasileiro, não.

sábado, 17 de julho de 2010

Simples e Correto

Eu tava pensando aqui: eu nunca escrevi nada sobre livros nesse blog. Eu gosto de livros. Não sou tipo o-cara-que-mais-lê-no-mundo, mas eu até que leio um bocado. Mais que a média nacional, pelo menos, mas até aí aposto que todo mundo que lê este blog também :D

Então, estou aqui para buscar reparar esse erro. Eu já percebi que eu tenho uma dificuldade maior de resenhar livros, mas isso não pode servir como desculpa. Não obstante, falarei de um livro simples e pequeno: Minha Paixão Pelo Futebol (Júnior).

O livro, obviamente, é como uma autobiografia do craque rubro-negro, desde o nascimento na Paraíba, passando pelas glórias no mengão, pela passagem pelos italianos Torino e Pescara, até chegar nos dias de hoje, aonde atua como comentarista esportivo.

Na verdade eu diria que está mais para uma mini autobiografia. Tendo cerca de 120 páginas e uma formatação bem espaçada, é um daqueles livros que você lê em uma tarde entediada.

E eu acho que é esse o clima que o Junior procurou passar. Não tentou fazer algo grandioso nem pomposo, nem nada assim. O livro me passou o sentimento de estar sentado em uma varanda, do lado do "Capacete", ouvindo ele me contar sua vida como quem conta qualquer outra história. O que não deixa de ser um reflexo das características mais marcantes do craque: a simplicidade e a humildade. Não existem frescuras nem construções elaboradas, Junior não estava ali pra isso. Estava ali apenas pra contar sua história, de sua maneira.

Para quem quer conhecer um pouco mais sobre a história do ídolo rubro-negro, é uma ótima pedida.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

A Fúria do Polvo

Alguns dias atrasado, mas acredito que a relevância continua presente. Talvez não, mas não é como se eu ligasse pra coisas como relevância nesse meu humilde blog :)

Mas então, os deuses do futebol resolveram ser justos e deixaram a Espanha se sagrar campeã do mundo pela primeira vez.


Não que a Espanha tenha jogado um futebol brilhante, ou mesmo o melhor futebol da Copa. Na minha opinião, e na de muitos outros, esse cargo destina-se à Alemanha, que encantou o mundo com 3 goleadas em 7 jogos.

Mas, não podemos esquecer que essa mesma Alemanha foi ATROPELADA pela Fúria. Não, não foi uma goleada, foi um jogo até difícil (pios os alemães tem uma ótima zaga), mas o domínio espanhol foi quase completo. A Alemanha ficou o jogo inteiro espremida no seu campo, sem ter espaço nem para os seus tão mortais contra-ataques.
Um time que vence com tanta autoridade o time sensação da Copa não pode ser questionado quanto ao seu merecimento.

Quanto à final contra a Holanda, a vitória espanhola, justíssima, foi a melhor coisa que poderia ter acontecido pro futebol. E também, ouso dizer, para a Holanda. Possuíndo um passado de times maravilhosos, seria um pouco melancólico ver a laranja campeã com um time que se rendeu ao atual futebol de resultados. O time tem destaques individuais, mas está longe de ser um time que encanta em qualquer nível que seja. Não gostaria de vê-los campeões do mundo, e olha que eu costumo torcer pra Holanda em Copas.


A Espanha sim, mereceu esse título, mais do que ninguém. Simplesmente por acreditar no seu futebol. O que mais me encanta nesse título espanhol foi a o fato de eles terem perdido um jogo, justamente o primeiro.


"Como assim você se encanta com uma derrota, você é idiota?"


Não sei se sou idiota, mas eu tenho consciência de que nas mãos da maioria dos times de hoje em dia uma derrota na estréia, para a fraca seleção da Suiça botaria em xeque todo o estilo de jogo da equipe. Cabeças iam rolar, todo o planejamento ia ser questionado, o time passaria a jogar buscando o 1x0 e só.


(Não me venha dizer que a Espanha ganhou os 4 jogos a partir das oitavas por 1x0. Eu sei disso. Mas a Espanha nunca foi um time que BUSCOU o 1x0. Ela não se segurava lá atrás, tentando achar um gol pra se fechar novamente. Ela jogou sempre no campo do adversário, procurando o gol de acordo com o seu estilo. Se a bola só entrou uma vez em cada jogo, é acaso.)


Mas a Espanha não questionou o seu estilo de jogo. Ela acreditou nele. Assim como eu mesmo disse, na época, que apesar da derrota, a Espanha tinha feito uma bela partida e tinha sido uma das melhores seleções da primeira rodada. Perdeu por detalhes, mas é impossível anular os detalhes de uma partida de futebol. É o que faz o futebol um esporte tão encantador: nem sempre o melhor ganha.


E assim, acreditando em seu jogo, a Espanha se tornou campeã mundial, como havia se tornado campeã européia dois anos antes. Se não é o time mais encantador da história do futebol, não podemos deixar de louvar seu futebol ofensivo, sempre buscando o gol, trocando passes no campo do adversário. Principalmente nos dias de hoje, aonde jogar defensivamente buscando o contra-ataque parece ser a norma.


A Espanha é uma ilha de futebol num oceano de mediocridade.


segunda-feira, 5 de julho de 2010

Eclipse

É. Eclipse.

É curioso como esse série de filmes baseados nos livros da Stephanie Meyer polariza os comentários. De um lado temos as tais "crepusculetes", que defendem os filmes com unhas e dentes, mesmo tendo como maior argumento coisas do tipo "ah o Jacob está um tesão!" ou "o Pattison é tdb!". Do outro, temos críticos simplesmente exagerados, que dizem que o filme é coisa de viado, garotas gordas de 13 anos e gente sem um pingo de inteligência, que avaliam o filme com a menor nota possível mesmo sem terem visto-o só pra média baixar.


Eu tento, com alguma dificuldade, me colocar entre esses dois pólos. Nem é uma maravilha, nem é coisa de viado e gente sem inteligência.


O filme é simplesmente uma merda. Na boa, simples assim. Mas quantos filmes por aí são uma merda e nos divertem? Eu, particularmente, achei um saco (e olha que eu costumo gostar de filme de romance mamão com açucar), mas eu entendo que algumas pessoas possam se divertir com ele. O que não faz o filme ser bom.


Mas por que o filme é essa merda toda? Basicamente, e esse é apenas o primeiros dos problemas, porque a história é ruim, e, não sendo o bastante, totalmente superficial. Não há nenhuma trama que não seja o tal triângulo amoroso entre a humana, o vampiro e o lobisomem (não acredito que escrevi uma frase dessas). As tramas paralelas são tão, digamos, paralelas e mal tratadas, que elas simplesmente se desmancham no ar ao menor toque.


Então temos, por enquanto, 3 filmes sobre um simples triângulo amoroso. Tudo bem, como eu disse, eu até gosto de romances. Mas não é por isso que eu vou engolir qualquer merda. A coisa simplesmente não funciona entre os três. Parece um texto escrito por garotas de 11 anos, quando elas começam a se interessar por esses assuntos mas ainda não tem, obviamente, o menor preparo para escrever algo. E eu não digo isso com o intuito de ofender ninguém, não estou dizendo que quem gosta tem a mentalidade de 11 anos, ou que a Stephanie Meyer é um cocô de escritora (eu não li os livros, fica a dica). Estou apenas dizendo que, nos filmes, o romance é tratado com uma superficialidade espantosa. É simplesmente raso. E quando temos uma série de filmes baseados nisso, acabamos por afundar num grande pote de merda.


Mas eu entendo quem curta. Essa superficialidade pode ter seus atrativos. É tipo, sei lá, ler um livro do Dan Brown, ou ver uma novela da Globo. É uma merda? É. Mas nem sempre estamos no clima de nos envolver com os personagens, de refletirmos sobre a mensagem que algo nos está passando ou de nos esforçarmos para entender o que não é óbvio. As vezes as pessoas preferem apenas "desligar" e curtir o momento, aproveitando uma história que tenha um quê de bonitinha. Nessas horas, a obviedade trabalha a favor.



"partiu ver quem consegue fazer o menor número de expressões em um filme??"

Sobre o filme em si, outro grande problema são as atuações. É chover no molhado, eu seeei. Todo mundo está cansado de saber que a Kristen Stewart não sensibiliza ninguém e que o Robert Pattison não é o novo James Dean. Mas não há como não mencionar o trabalho horroroso que eles fazem. Vá lá que o roteiro não ajuda nem um pouco, mas isso nunca pode ser vir de desculpa pra um ator que está procurando seu espaço. Os dois simplesmente não convencem em momento nenhum, e chegam a passar vergonha quando aparece, sei lá, a Dakota Fanning. O outro protagonista, o tal do Taylor Lautner até faz um trabalho mais razoável, mas também fica longe de brilhar.


O filme passa tipo 1h40 com basicamente diálogos. Bella/Edward, Bella/Jacob, Edward/Jacob. Ok, eu gosto de diálogos. Ajudam a construir os personagens, a trama (?), dão um toque de humor e fazem a gente pensar. Certo? Não aqui. Os diálogos poderiam ser interessantes com um pouco mais de desenvolvimento (juro), mas eles simplesmente não são. É tudo straightfoward demais. Não existe sutileza, não existem indiretas. Eu te amo. Eu não quero que você fique com ele. Eu quero que você fique comigo. Ele é um lobo babaca. A pele dele é fria, eu sou quente. Só vamos fazer sexo após o casamento. Jesus, quem se comunica assim? Vocês conhecem alguém que seja tão desprovido de sutileza desse jeito? Não me venha com o papo de "ah mas é um vampiro e um lobisomem, é claro que eles não podem ser normais", que não vai colar. O filme não flerta em momento nenhum com algo que pessoas reais poderiam se identificar. Não há discussão de idéias interessantes, não há reflexões sobre a condição humana perante a existência de seres sobrenaturais, não há nada além do óbvio ululante e dos desejos cretinos de uma (pré) adolescente.


Quando finalmente chega a ação, eu já estava meio sonolento. E não foi lá uma grande parte de ação, mas ver algumas cabeças destruídas depois de tanto tempo de bla bla bla acabou sendo relativamente agradável. Mas pelo puro prazer da destruição, porque, como eu falei anteriormente, a trama paralela podia muito bem ser deixada de lado. Eu até poderia tentar esmiuçar ela, mas seria vergonhoso. Mas é algo do tipo: uma vampira ruiva cria um vampiro pra criar um exército de vampiros pra destruir os vampiros que dominam um local pra primeira vampira poder matar o vampiro que matou o amante vampiro dela no primeiro (!) filme e a mulher que o amigo dela quis beber o sangue mais não conseguiu. Não estou brincando. E eu não sei o que diabos essa vampira ruiva ficou fazendo durante o segundo filme inteiro, provavelmente tirou férias e ficou aguardando a trama ridícula do segundo filme chegar ao fim.


Outro ponto que eu ainda não entendi é o motivo desses supostos gostosões serem tão apaixonados por essa Bella. Ela deve ser a personagem mais chata da história do cinema (ou da literatura, mas até aí eu não li o livro, pode ser que lá ela possua algumas nuances que melhorem isso). Mas no filme ela não esboça UM sorriso sincero, está sempre com aquela cara de quem cheirou algo e não gostou, não tem um papo minimamente interessante e passa o filme inteiro com aquele ar de prepotência ridículo. Parece ter sido feito sob medida pra garotas sem graça mundo a fora se identificarem e manterem a esperança de que mesmo elas sendo um saco, podem aparecer caras fodões pra lutar por ela. Se esse for o seu caso, fica a dica: não conte com isso. Sério. Dá uma animada aí, leia alguns livros interessantes, tenta fazer algumas piadas, trabalha nesse seu sorriso, porque se não fica foda.


Minha conclusão é que este é um filme medíocre, mas que pode vir a entreter mentes vazias (propositais ou não).

Direção: David Slade
Ano: 2010
Link: IMDb

Nota: 37

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Lá se vão mais 4 anos...

E lá se vem mais uma Copa do Mundo para o Brasil. Novamente a decepção das quartas de final. Dessa vez, porém, não considero que tenha sido um fiasco, como em 2006.

O Brasil fez uma boa Copa. Vinha muito seguro. A seleção nunca brilhou, mas quem esperava que esse time brilhasse deveria rever seus conceitos. É um time muito forte, muito competitivo, que tem bola pra ganhar de qualquer time do mundo.

Contra a Holanda, ironicamente, o Brasil provavelmente fez a sua melhor partida na Copa. Fez um primeiro tempo quase impecável, fez um bonito gol, teve algumas chances pra fazer mais, teve um pênalti contra não marcado (discutível) e, acima de tudo, não deu A MENOR CHANCE pra Holanda. Robben tocava na bola e já estava cercado por no mínimo 3. Dava pra ter saído com um resultado de 2, 3 a zero e não seria nenhuma injustiça.

No segundo tempo a coisa parecia que ia continuar na mesma. Até que entrou em campo aquilo que torna o futebol um esporte tão apaixonante e tão imprevisível: o imponderável. Em poucos minutos a Holanda ACHOU dois gols. Primeiro numa falha conjunta de Felipe Melo e Júlio César e logo depois num lance bobo em escanteio.

A partir daí, acabou o time brasileiro. Totalmente. Talvez como um reflexo do destempero do Dunga na beira do campo. Na minha visão um técnico de futebol tem como primeira missão servir como exemplo. O Dunga estava irritado, pulando, dando socos no banco de reservas. Isso passa pro campo, e o que se viu em campo foi um time totalmente descontrolado. Com tudo isso ficou fácil pra Holanda tomar conta do jogo, principalmente após a expulsão IDIOTA do Felipe Melo.

O Brasil se despede diante de uma seleção de ponta, que tem tudo pra chegar na final e até mesmo ao título, mas que não jogou bem hoje. A Holanda só jogou bem quando tinha o jogo nas mãos. O Brasil acabou perdendo pra si mesmo e pro, well, let's face it, azar.

Mas Maquiavel, 500 anos atrás, já ressaltava a dimensão que o imponderável possuí em nossas vidas. Era algo como duas metades: o mérito e a fortuna (sorte). E nesse sentido, o trabalho de um bom líder seria justamente buscar meios de diminuir a influência da sorte o máximo possível. Ele dá o exemplo de governantes que construem diques pra evitar enchentes de rios impetuosos.

Transportando esse pensamento para a seleção brasileira, vimos que é um fato que o time não estava bem preparado para lutar contra adversidades. O imponderável estava escancarado na cara do Dunga há tempos e nada foi feito. Felipe Melo, ótimo jogador, mas com a cabeça de uma azeitona, já dava sinais claros de que não estava preparado pra enfrentar uma situação de pressão. Dunga deixou isso passar, e agora, como um líder, deve arcar com as consequências. O time levou um gol azarado, outro gol bobo, e não soube manter a cabeça pra lutar contra as adversidades.

Ninguém pode culpar o time por um lance isolado, mas o time deve ser sim culpado pela falta de habilidade pra lidar com o fato já ocorrido.

Write Your ASS



Ok, esse vídeo é simplesmente FODA. Tema, conceito, música, tudo. A Nike sempre fez propagandas sensacionais, e essa está entre as melhores.

Mas, às portas das quartas de finais da Copa, é curioso notar alguns detalhes: repararam como todos os jogadores que participam do comercial tiveram uma Copa patética?

Drogba chegou machucado, não jogou o primeiro jogo, fez um gol contra o Brasil mas perdeu, venceu a fraca Coréia do Norte e foi embora da Copa sem mostrar tudo o que podia.

Cannavaro? Talvez o mais patético de todos. Atuações fracas, falhas bizonhas. Sua Itália foi provavelmente a grande decepção da Copa e não se pode dizer que ele não teve uma responsabilidade grande nisso.

Rooney é outro que chegou meio fora de forma, foi tentando melhorar ao passar dos jogos, mas ficou a anos luz do craque que a gente vê jogar no Manchester. Afundou junto com a seleção inglesa.

Ribery? Outro fracasso a la Cannavaro. Fez até um passe pra gol, mas nessa seleção francesa ninguém conseguiu se salvar.

Ronaldinho Gaúcho? Esse nem à Copa conseguiu vir.

Dentre todos esses provavelmente a grande promessa era o Cristiano Ronaldo. Sua participação na Copa se resumiu a um CHUTAÇO no começo do primeiro jogo contra Costa do Marfim, um gol esquisito contra a Coréia do Norte depois que o jogo já estava completamente ganho e um cruzamento bizarro de letra no jogo aonde foi eliminado, contra a Espanha. De resto, só muita marra e olhadas pro telão pra verificar o penteado.

Nike amaldiçoou seus patrocinados.


Ainda no assunto de marcas esportivas, é curioso notar os duelos. Brasil x Holanda fazem o duelo das duas únicas seleções da Nike. Argentina x Alemanha, por outro lado, fazem um grande duelo Adidas. O outro duelo Adidas, dessa vez de menor porte, é entre Espanha e Paraguai (o que já garante um representante da patrocinadora do mundial na final da Copa). Por último temos o duelo Puma, entre Uruguai e Gana. Engraçado como todos os duelos são entre times patrocinados pela mesma marca.

Obrigatoriamente na final teremos Adidas x Nike/Puma. Legal né (y)

*ansioso pros jogos de amanhã*

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Primeira Pausa!

Chegou o primeiro dia de tristeza. Depois de 18 dias de FRENESÍ, hoje é o primeiro dia sem jogos na Copa do Mundo. Tempo para recarregar as baterias, ver os vt's dos (poucos) jogos que não deu pra ver, reabastecer a geladeira e escrever comentários no blog!

Estamos diante das quartas-de-finais! Isso pede alguns comentários sobre os 8 melhores times do mundo:

Uruguai: Flerta com a possibilidade de voltar a ser a potência de décadas (e bota décadas nisso) atrás. Tem um time muito bem armado, com um dos melhores ataques da Copa. O que vem jogando Forlán e Luis Suarez não é brincadeira. Contou com a sorte de pegar uma França desmantelada e uma cabeça de chave anfitrã que mesmo com o time arrumadinho não ofereceu muita resistência. Teve competência pra passar em primeiro, pegando a Coréia, que tem um bom time mas que não conseguiu suportar o time uruguaio.

Gana: A esperança africana. É engraçado, porque antigamente as seleções africanas eram famosas por sua habilidade, sua velocidade, sua irreverência, que, aliadas a um descomprometimento tático enorme, faziam com que elas vez ou outra chamasse a atenção do mundo mas acabasse eliminada por uma seleção mais pragmática. Gana foge disso (como, na verdade, a maioria das seleções africanas dessa copa fugiram). Tem um time muito forte, disciplinado taticamente. Não encanta, mas se defende bem, tomando pouquíssimos gols e vem conseguindo achar os seus gols lá na frente.

Acho que dá Uruguai, mas até aí eu também achava que ia dar Estados Unidos. Esse time ganês pode surpreender.


Brasil: O Dunga falou uma coisa um dia desses que eu concordei. O Brasil tem que vencer sempre. Quando vence, tem que dar espetáculo. Quando dão espetáculo, o adversário é fraco. Ok, isso é um exagero, mas eu acho um fato que a mídia (e o torcedor em geral) exige demais da seleção brasileira. Normal até, para um país que já teve as seleções que teve, e se acostumou a ganhar muito nos últimos 16 anos. Eu li alguém falando da conquista de 94, qu não tinha ninguém ligando pra jogo bonito, todo mundo estava apenas em êxtase pela vitória, que não vinha há longos 24 anos.

Não que eu ache que a seleção esteja fazendo uma Copa primorosa, longe disso. Só estou comentando que leio muitas críticas exageradas. Eu acho que vem fazendo uma boa Copa, e que vem evoluindo progressivamente (tirando o jogo contra Portugal). Acho que tem grandes chances de chegar ao título. Provavelmente não vai encantar, mas não foi isso que pediram pro Dunga depois de 2006. Pediram comprometimento e vitória, e é isso que ele vem tentando apresentar.

Holanda: Assim como Gana, é um time que vemm de certa forma, rompendo com o seu passado. Vem com uma formação muito mais sólida. Não chama atenção pelo futebol bonito como sempre chamou, mas dessa vez o time parece muito mais comprometido com a vitória. Dificilmente o time corre riscos (e quando corre, o ótimo Stekelenbourg está lá, como contra a Eslováquia). E ainda tem jogadores capazes de decidir em um só lance, como o Robben e o Sneijder.

Não faço a menor idéia de quem passa. A menor. Mas apostaria no Brasil.


Alemanha: A sensação da Copa? É sem dúvida o time que vem jogando melhor. Não sei se passa pela Argentina e muito menos se consegue ganhar o título, mas se tem um time que vem merecendo, é esse. Ok, foi ajudada contra a Inglaterra? Foi. Mas alguém pode dizer que eles não jogaram muita bola naquele jogo e que não mereceram a vitória? Eu não me atrevo.

Argentina: É outro que vem fazendo uma boa campanha. É aquela coisa já manjada: tem um ataque fuderoso, mas uma defesa que se apertar, abre as pernas. Não é fácil ter que contar com Demichelis. E vale lembrar que o Messi está desesperado atrás de um gol.

Aposto que vai ser o melhor jogo das quartas. Espero qualquer coisa daqui, mas meu chute fica na Alemanha.


Espanha: Acho que ainda não mostrou tudo que pode, principalmente pela má forma do Torres. Foi impressionante como o time mudou quanto saiu o Torres e entrou o Llorente, contra Portugal. Com uma referência mais ativa na área a seleção espanhola conseguiu imprimir a objetividade que vinha faltando. E o Villa, pra mim, é o jogador da copa até agora.

Paraguai: Já deve estar mais do que satisfeito de ter chegado onde chegou. Deu a sorte de enfrentar uma Itália fraquíssima, num grupo horroroso, e ainda conseguiu pegar o Japão nas oitavas. Mas nem só de sorte se faz uma campanha, e é um fato que o Paraguai teve muitos méritos. Mas não acho que um raio a la Suiça caia duas vezes.

Dá Espanha.


De resto, além do já esmiuçado fracasso francês e italiano, eu esperava mais do time da Inglaterra. Cheguei a botar eles na final, quando fiz um bolão no começo da Copa. Pagou o preço de não ter um goleiro bom (que custou o primeiro lugar do grupo) e do erra grotesco no jogo contra a Alemanha. Mas isso está longe de serem desculpas convincentes, o fato é que o time inglês simplesmente não funcionou em momento algum (talvez apenas nos primeiros momentos do jogo contra os EUA). Não chegou a ser um fracasso tão retumbante quanto Itália e França, mas não ficou lá muito longe disso.


Então é isso. Que venham os próximos jogos, antes que eu tenha uma crise de abstinência!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Patetas

Sem dúvida uma das coisas mais divertidas em copas do mundo são os torcedores. A festa que eles fazem em cada jogo, por mais insigifnicante que possa ser, é uma coisa realmente foda. E é nessa festa que desperta a criatividade do torcedor: fantasias, rostos pintados, bandeiras, tambores, vuvuzelas. Ok, as vuvuzelas são realmente um saco, mas eu me divirto com as fantasias.

Pelo menos durante o jogo, ou então quando o sua seleção vence. Aí qualquer palhaçada é válida, tudo vale na hora de comemorar (só não vale dá o CUH, diria Gil). As fantasias mais ridículas se tornam sensacionais, épicas, gloriosas. Elas marcam o momento.


Mas é claro que se a sua seleção perde, passa vergonha, é eliminada, você de repente se torna apenas um pateta numa fantasia ridícula.



Adeus, França!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Copa! - Primeira Rodada

Finalizada a primeira rodada, é hora de eu expôr minhas opiniões para o mundo, ou pelo menos para a minúscula fração do mundo que lê este blog (leia-se: minha namorada, meu primo, sei lá mais quem).

Chegamos ao final da primeira rodada justamente com a maior zebra até agora: Suiça 1x0 Espanha. Zebra que representa a glorificação do jogo retrancado frente ao rebaixamento do jogo pra frente, buscando o gol. Essa Copa está consagrando o 1x0, do time que entra pra não perder, na esperança de achar um gol e logo depois voltar a se fechar. As vezes nenhum dos times conseguem gols, ou os dois conseguem apenas um. E fica nisso. Não é coincidência o fato de 12 dos 16 primeiros jogos terem terminado com esses 3 placares (0x0, 1x0 ou 1x1). Consequência disso são jogos chatíssimos e uma competição que caminha para a pior média de gols de sua história (é a primeira copa com média menor de 2 gols por jogo em seus primeiros jogos).


Parece desculpa, mas eu acho que esses jogos horríveis tem uma grande parcela de culpa na bola, somada à altitude. Impressiona como os chutes estão horrorosos e os lançamentos totalmente desmedidos. Já cansei de ver a bola correndo mais do que deveria em lançamentos. Sei lá, os jogadores não desaprenderam a jogar bola em um mês. Não que a bola possa servir de justificativa pra todos os erros, mas eu acho que tem algo aí. Ela é leve demais, e com a altitude, corre muito mais do que o normal. Alguns já pegaram o jeito, espero que isso melhore daqui pra frente.

Voltando à Espanha, não acho que ela tenha amarelado, como já começaram a dizer por aí. Pra mim foi o segundo melhor time dessa copa, atrás, obviamente, da Alemanha e sua goleada solitária de 4x0. Perdeu da Suiça, ok, mas foi muito melhor do que qualquer outro time (inclusive a Suiça). Botou bola na trave, saiu na cara do goleiro algumas vezes, chutou bolas de longe. Falhou na hora de fazer o gol, mas nunca foi fácil fazer gol no time suiço (vale lembrar que na última copa eles foram eliminados sem levar gol algum). Me pergunto como seria se a Alemanha tivesse pego a Suiça. Talvez tivesse ganho, esse time alemão é muito bom, mas com certeza não com a mesma facilidade.


De qualquer jeito, simpatizei com a Alemanha. Gostei do time jovem, unido, com todos os jogadores jogando no país. Coisa difícil de se ver hoje em dia. A Alemanha conseguiu fazer o que a Itália, campeã do mundo, não conseguiu: renovar. Eu sempre torci um pouco pra Itália, mas esse ano está difícil. Time velho, pesado, previsível. Torcer pra um time que tem Iaquinta no ataque é complicado. Vai passar de fase porque o grupo é ridículo, mas depois vai ser um pouco mais tenso. Mas é aquela coisa né, é a Itália, eles sempre fazem essas campanhas aos trancos e barrancos e não é raro acabarem surpreendendo.


Do Brasil, não tem como ter gostado muito. 2x1 contra a Coréia do Norte é pouco, isso é um fato. Mas ao mesmo tempo eu não achei esse desastre que boa parte da imprensa está pintando. O time não jogou bem e voltou a apresentar as velhas falhas pra desarmar retrancas. Há uma falta de movimentação gritante, e um buraco entre a linha de volantes e de meias. Mas de qualquer forma o Brasil conseguiu achar dois gols (bonitos, por sinal) e teve o jogo inteiro sob controle, mesmo quando tomou um gol no final. Gol bobo aliás, eu gosto de pensar que em um jogo mais difícil os adversários não teriam tanta facilidade. But that's just me.


Um pouco melhor que o Brasil foi a Argentina, que contou finalmente com uma grande atuação de Messi, que parou nas mãos do goleiro nigeriano. Se não fosse ele teria sido goleada. Mas ainda assim a Nigéria teve chances de empatar. Se o ataque vai bem, não se pode dizer o mesmo da defesa. Também melhor foi a Holanda, que venceu com alguma autoridade o razoável time da Dinamarca. De certa forma decepcionou, pois muitos (eu incluso) esperavam mais desse time holandês. O time sentiu muita falta do Robben, e deixou a certeza de que infelizmente não há espaço pra Sjneider e Van der Vaart no mesmo time. Eles jogam no mesmo lugar e se embolam, tem que ser ou um ou outro. Com a entrada do Elia o time melhorou muito. Não foi o show esperado, mas a Holanda venceu com segurança um time seguro como a Dinamarca, que não fez uma grande partida mas que deve se classificar contra Japão e Camarões.


Das outras cabeças de chave, França (eu sei que não é, mas é como se fosse) não chegou a ser uma decepção porque eu não esperava grande coisa. Mas jogou mal, e não conseguiu fazer um golzinho sequer no Uruguai mesmo com um a mais em boa parte do segundo tempo. Por último, eu gostei da Inglaterra. Pegou um time encardido, os EUA (que vem evoluindo constantemente) e teria vencido se não fosse o frango ridículo do Green. O time pode apresentar mais, continuo apostando que eles chegam longe nessa copa.


Sobre os outros times, eu me surpreendi com a Coréia do Sul, que fez 2x0 na Grécia jogando bem. Tinha apostado na Coréia como a baba do grupo, mas fiquei feliz de ver que eles tem tudo pra passar de fase. Pelo menos ficou claro que a Grécia não vai. O Uruguai mostrou que tem potencial, mas no grupo deles todos podem passar, inclusive México e os Bafana Bafana, que fizeram o primeiro (e um dos mais legais) jogo. Gana deu um passo enorme pra classificação ao vencer a Sérvia em um jogo horroroso. A Austrália deve fazer figuração.


O Japão também me surpreendeu, esperava mais de Camarões. Mas mesmo assim eu acho que vai acabar dando Dinamarca na segunda vaga. No grupo F, o Paraguai conseguiu um empate com a Itália e está com a classificação encaminhada. Eu tinha simpatizado com o time eslovaco, mas eu fiquei tão puto quando eles fizeram 1x0 e recuaram, diante da PODEROSA Nova Zelândia, que eu achei bom terem empatado no último minuto. Vamos ver se assim pelo menos os times aprendem. Quanto a Nova Zelândia, o fato de terem comemorado tanto um empate com a Eslováquia já diz tudo.

No grupo do Brasil, Costa do Marfim e Portugal fizeram um jogo horroroso. Não faço idéia de quem vai passar junto com o Brasil (isso se o Brasil passar mesmo, mas eu acho que passa), mas eu estou levemente inclinado à Costa do Marfim. Jogou melhor. Mas não acho que nenhum dos dois possa chegar longe nessa copa. Por último, a Suiça praticamente se classificou com a vitória sobre a Espanha. Mas o Chile também venceu, o que deixa esse grupo totalmente aberto. A Espanha vai ter que mostrar serviço. Se Chile ganhar de Suiça, Suiça ganhar de Honduras e Espanha ganhar de Honduras e Chile, os 3 times ficam com 6 pontos. Legal né (y)

Curiosidade: os 5 times sulamericanos obtiveram resultados positivos. Só o Paraguai e Uruguai não venceram, mas empataram com times considerados superiores.

Ficamos na torcida por jogos melhores!



quinta-feira, 8 de abril de 2010

Lembranças (não ficam muitas)

Lembranças é o primeiro filme do "galã" Robert Pattinson pós série Crepúsculo. Confesso que eu não sabia muito bem o que esperar, pois embora ele não faça o melhor dos trabalhos na série, eu não posso dizer que ele seja o responsável pelo fracasso dos filmes (fracasso técnico, não comercial, obviamente). Da mesma forma, o trailer conseguiu chamar a minha atenção, não o suficiente pra ir ver por conta própria, mas o suficiente pra aceitar ver quando sua namorada insiste um pouquinho.

O filme conta a história de um jovem, Tyler Hawkins (Pattison), que vive sob a sombra do suicídio do irmão e de sua péssima relação com seu pai. Contracenando com ele temos a jovem Ally Craig (a linda Emilie de Ravin), que embora tenha uma personalidade bem diferente, também vive sob o peso de uma tragédia: o assassinato de sua mãe. Como elenco de apoio, pra dar uma segurada nos pontos aonde os jovens atores não dão conta do recado temos os veteranos Pierce Brosnan (como o pai de Tyler), Chris Cooper (pai de Ally) e Lena Olin (mãe de Tyler).

Sabe, o filme até podia não ser ruim. É o tipo de filme que tinha potencial, mas os roteiristas simplesmente fizeram as escolhas erradas. O personagem do Pattison poderia ser interessante, mas foi extremamente mal desenvolvido, soando totalmente forçado na maior parte das cenas (não que a eterna cara de blasé dele ajude muito nesse desenvolvimento - fora o exagero nas cenas dramáticas, como na reunião do pai dele). Ele soa um pouco como um Rebelde Sem Causa do século XXI, o que poderia ser bem interessante se fosse a idéia, mas não é. Em momento nenhum eu consegui me conectar com o personagem, sentir o drama dele, entender porque ele se sente daquela forma com o mundo, porque ele tem sua vida tão despedaçada.

O modo como ele conhece a Ally, por exemplo, foi ridícula, não precisava disso no filme. É como se eles tivesse feito isso apenas pra eles terem um motivo pra brigar sério no meio do filme. Sério, uma aposta? Não tinha nada menos clichê e irreal? Assim como a briga do Tyler com o pai dela no começo. Digo, as situações são forçadas demais para parecerem reais, e o que me chateia é que com um pouco mais de capricho as coisas poderiam ter funcionado bem.

Mas mesmo assim o filme consegue se manter bem, segurado pela direção correta do Coulter, mas aí quando chega no polêmico final a vontade que dá é de rir (de fato, boa parte do cinema gargalhou). Novamente, desnecessário na minha opinião. Não era preciso nem muito esforço pra criar uma idéia melhor, mais sutil e significativa. Digo, quando a aleatoriedade faz parte da idéia do filme tudo bem (vide Um Homem Sério), mas aqui a coisa soa totalmente out of place.

No final fica a impressão de uma idéia muito mal aproveitada, mas que ainda assim não chega a causar danos a quem resolver ver.

Direção: Allen Coulter
Ano: 2010
Link: IMDb

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Invictus

Eu sou recente com os trabalhos do Clint Eastwood. Já tinha visto As Pontes de Madison, mas isso tem uns 5 anos e confesso que pouca coisa ficou na minha cabeça. Mas esse mês eu entrei na vibe-clint e vi seus dois filmes oscareados, Menina de Ouro e Os Imperdoáveis. Que detonam. Semana passada, aproveitei a vibe pra ver seu novo filme, Invictus.

O filme narra ascensão de Nelson Mandela ao poder, e seu grande desafio de formar um país unido, com brancos e negros vivendo em paz. Para isso, Clint faz um recorte bem específico, mostrando como o líder sul-africano se utilizou do esporte que é a paixão nacional, o Rugby, para unir brancos e negros. Não que usar o esporte para unir a população em torno de um mesmo objetivo seja novidade para qualquer brasileiro ligeiramente bem informado (leia-se ditadura e o seu "Pra Frente Brasil").

O filme é muito bom, mas carece da consistência apresentada pelos filmes passados do Clint. Um ponto que me incomodou, por exemplo, foi o foco excessivo no recorte escolhido. Não que isso seja algo ruim, mas em diversas cenas temos a impressão que Mandela era meio bitolado, que ele estava, digamos, cagando e andando para os outros problemas (graves) do país, como a criminalidade, a economia, etc. Clint poderia ter simplesmente deixado isso de lado, já que não era o foco do filme, mas não, ele fez questão de botar a secretária do Mandela enchendo o saco dele a cada minuto sobre isso e o cara só queria saber de rugby. Um pouco forçado, eu diria.

Houve também algumas tentativas de dramatizar ainda mais o personagem do Mandela, mostrando como sua família era desestruturada. É feito todo um drama sobre isso em algumas cenas, como quando ele até DESISTE de sua caminhada diária só por terem perguntado sobre sua família ou em uma das poucas cenas que sua filha aparece, pra dar um fora nele sobre uma pulseira. E depois disso, o que temos? NADA. Nada mais é mencionado e resta ao espectador decidir se a vitória no rugby foi suficiente pra família fazer as pazes ou se tudo continuou uma grande merda.

O que mais me incomodou, porém, foi a falta de sutileza em muitas cenas do filme. Tipo a cena do avião: que porra foi aquela? Tentativa barata de criar um clima de suspense, sem a menor necessidade, sem a menor sutileza. E não é como se o Clint não soubesse ser sutil. A sequência do garotinho negro com os guardas ouvindo o jogo no rádio mostra bem do que o Clint é capaz. Foi a melhor cena do filme, by far.

De resto o filme se segura nas atuações do Morgan Freeman, que personificou o Mandela como poucos (seria legal ele ganhar o oscar de ator principal, sendo ele um eterno coadjuvante) e do Matt Damon, que se deu bem fugindo um pouco dos papéis nerds clássicos dele, dando a personalidade certa pro personagem do capitão do time de Rugby sul-africano, sem cometer o exagero de soar muito dramático ou carismático demais. O personagem ficou perfeitamente real nas mãos de Damon.

Destaco também as cenas de Rugby, muito bem gravadas. Quem gosta de filme de esporte sabe o quanto é difícil dotar as cenas de realismo. Clint obteve um grande êxito nesse ponto.

Um bom filme, mas confesso que esperava mais.

Direção: Clint Eastwood
Ano: 2009
Link: IMDb

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Contatos de 4º CUH!

Arg. Eu não costumo ser chato pra filmes, normalmente eu posso até achar um filme ruim (acontece com frequência), mas mesmo assim eu costumo me divirtir. O fato do filme ser ruim não costuma me deixar irritado.

Mas esse filme me irritou profundamente. Eu odeio quando um filme tenta martelar uma idéia na sua cabeça de todas as maneiras possíveis, e esse filme faz isso com uma intensidade que conseguiu me tirar do sério.

O filme narra alguns acontecimentos insólitos ocorridos na cidade de Nome (sim), no Alaska, há alguns anos atrás, aonde pessoas desapareciam sem aparente explicação, algumas mortes bizarras aconteceram até que uma psicóloga apareceu para o mundo dizendo que a cidade estava sendo alvo de abduções por ET's.

Vá lá, não seria um enredo tão ruim assim para um filme mediano de suspense. Na verdade, se o filme se atesse a contar essa história, ele não seria de todo ruim (não seria bom, mas seria divertido ao menos). Mas a coisa começa a complicar quando o filme tenta de qualquer maneira te convencer de que aquela baboseira toda aconteceu de verdade. Em um nível tão apelativo que a primeira cena do filme é a Mila Jovovich (que interpreta a tal psicóloga) contando como ela é uma atriz que estará interpretando não sei quem, e fazendo uma introdução sobre o filme. No fim da cena ela manda "No final, a escolha de acreditar ou não é toda sua".

My ass.

Não bastasse toda essa pressão, o filme inteiro é intercalado com supostas gravações reais, que teriam sido gravados durante os tais acontecimentos. Sério, papo de 75% das cenas serem intercaladas com essas gravações. Chega a um ridículo que no final eu cheguei a conclusão que o filme foi totalmente desnecessário. Afinal, se eles querem tanto que a gente acredite, porque não deixam apenas as gravações "originais"?

Tudo soaria como um documentário, é verdade, mas cacete, se eu quisesse realmente aprender sobre o caso, ou me decidir sobre se eu acredito em OVN's ou não, um documentário seria uma escolha muito mais apropriada. Mas não, eu estava ali para ver um filme, que me entretesse de alguma forma, seja contando uma história real ou não. Digo, caramba, quantos filmes baseados em histórias reais já foram feitos por aí sem essa palhaçada toda? Por causa disso eles se tornam menos críveis?

(Nem pretendo entrar no mérito de acreditar ou não. Sei lá po. Pode ser que seja verdade, vai saber, embora eu seja bem cético com essas coisas. Alguém me falou que uma televisão americana resolveu pesquisar sobre o assunto e constatou que boa parte daquilo tudo é forjado. Mas até aí acreditar ou não na tv americana se trata de uma escolha.)

Como eu disse, se não fosse esse pequeno grande problema, o filme até seria decente. Eu não sou um grande fã de filmes de suspense, dificilmente consigo me assutar com algo desse tipo, mas o filme mantém uma tensão, e gera alguns sustos genuínos.

"No final, a escolho a de acreditar ou não é toda sua"? Com todo esse martelamento, não é a impressão que fica.

Vale pela Milla Jovovich,
ô mulherzinha bonita, viu.

Direção: Olatunde Osunsanmi
Ano: 2009
Link: http://www.imdb.com/title/tt1220198/