domingo, 8 de outubro de 2006

Significados

A vida pode ser tão paradoxal as vezes. O que é a vida? A vida é TUDO. But yet, como ela pode significar tão pouco as vezes? Ou mesmo não significar NADA. 'Ora,' vcs me respondem, 'existem milhares de significados pra nossa existência.'

Será? Eu ando achando tudo isso tão...pointless.

Não, talvez isso seja exagero meu. O meu problema real é não é exatamente com a falta de significado, mas com a conversão de significados em um único ponto. Ponto esse que me parece cada vez mais distante.

E além desse ponto, eu não vejo nada. Vejo apenas um vazio infinito, um abismo frio e duro.

Eu preciso voltar a ver significados. Voltar a perceber os significados nos pequenos detalhes. Há um tempo atrás, eu estava andando de ônibus, voltando de algum lugar que não vem ao caso, indo pra outro lugar que vem menos ao caso ainda, quando o ônibus parou em um sinal. Olhei pela janela, tinha um muro. Em cima do muro, apareceu um pequeno gatinho. E aquele gatinho ficou ali, se espreguiçando, banhado pela luz do sol que se punha. Vejam bem, não estou tentando ser poético nem nada, mas eu fiquei olhando durante segundos que pareceram horas.

E eu pensei, 'Puxa.'

Acontece que esse significados estão cada vez mais raros, mais distantes, mais vazios. Mas é disso que eu preciso.

Significados. Eu preciso de significado no gatinho, significado na árvore, significado no céu, significado no meu almoço, na minha cadeira. Na minha vida.

Talvez tudo que eu tenha dito não faz o menor sentido, talvez faça.


Minha razão me diz pra eu me afastar desse ponto, mas como eu posso fazer isso se além desse ponto não existe nada?

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Razão x Sentimento

Sabe. Eu sempre me considerei um cara super racional. Sempre tive uma visão bem matemática, bem linear e constante. Sempre soube analisar os fatores, balançar os prós e os contras, de modo a, racionalmente, chegar a uma decisão que me satisfizesse. A vida me parecia muito simples, muito horizontal, e eu nunca tive grandes dificuldades em lidar com isso.

Acho que isso se deve ao fato de que meus sentimentos, meus anseios, sempre costumam andar lado a lado à minha razão.

Ultimamente isso vem mudando. Uma certa impulsividade compulsiva passou a tomar conta das minhas ações. Essas ações passaram a ser tomadas de maneira muito mais espontânea, sem tanta reflexão, as vezes até sem muita lógica. Passaram a ser tomadas menos com o cérebro, mais com o coração.

O que fazer, então, quando seus sentimentos resolvem andar na direção contrária da sua razão?

Eu me considerava um cara orgulhoso. Minha razão sempre tendeu pro lado do orgulho. And yet, este orgulho está super enfraquecido nesse momento. Tenho aceitado coisas que, não fosse a dura resolução de meus sentimentos, jamais aceitaria. Tenho me calado frente à problemas que tem colocado, razão e sentimento, um contra o outro.

E devo dizer, o sentimento me parece muito mais forte que a razão. Me parece muito mais forte do que qualquer coisa. As vezes me parece mais forte do que a própria existência, ou o que quer que isso signifique.

Resta, então, a eterna dúvida. Qual o melhor caminho? O da razão ou o do sentimento?

Mas a razão não está morta. Ela luta, batalha, enche o saco. Procura incessantemente certos movimentos lógicos e racionais, que viriam teoricamente a tranquilizar uma situação que parece não menos que insana. Mas terá a razão forças para controlar o ímpeto do sentimento?

Duvido.


Nessa guerra entre razão e sentimento, ando cegamente pela linha de batalha, e pareço ser atingido por tiros de ambos os lados.