terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Oriente-se! (23) - Considerações Finais

A reação que eu mais obtive nesses últimos meses quando eu dizia que estava (ou iria) na Coréia do Sul foi um surpreso "Fazer o que na Coréia do Sul??", como se a ida pra um país como esse tivesse que ter um motivo maior do que apenas turismo. O que eu tenho pra dizer pra essas pessoas agora é que se elas tivessem tido a oportunidade de experimentar a Coréia do Sul como eu tive, da próxima vez elas certamente diriam "Coréia do Sul, que irado!!", como costumam fazer quando alguém vai para Paris ou algum lugar do tipo.

Eles vendem uma camisa por lá que diz "Korea: the best kept secret of Asia" e essa é realmente a sensação que fica. As pessoas não conhecem, não sabem como é a qualidade de vida lá é boa, não só pra quem mora lá, mas para os visitantes também, porque tem muita coisa bonita pra ver, museus de todos os tipos, inúmeros parques e palácios e até mesmo a noite é mais agitada do que muitas no Brasil. Eu não digo isso criticando a ignorância das pessoas quanto a Coréia, porque eu mesmo não fazia idéia do que esperar e só fui pra lá por força das circunstâncias. Mas fico muito feliz que eu tenha ido.

E um parágrafo especial para o povo coreano. Porque isso realmente me impressionou. Eu não sou o cara mais viajado do mundo, mas já estive em alguma meia dúzia de lugares, França, Suiça, Estados Unidos e em nenhum desses lugares eu me senti tão acolhido quanto na Coréia. Todos os coreanos fazem você se sentir em casa. É um povo simples, alegre, que parece sentir felicidade com as menores coisas da vida. Eu amei o país, mas se tem algo que eu realmente me tornei fã foi das pessoas.

Deixando de lado o lugar em si, também é preciso ressaltar a importância do enriquecimento pessoal que uma viagem como essa proporciona. Vi pessoas de todos os tipos, de todas as raças, coreanos, chineses, japoneses, africanos, árabes (turbantes!), russos, europeus, americanos. A sensação de andar sozinho por um país tão longe e diferente do seu é uma coisa incrível. Dá uma sensação de liberdade, de poder. Depois de tudo isso eu sinto que eu posso saltar em qualquer aeroporto do mundo e me sentir em casa.

Faltando uma semana pra voltar pro Brasil eu estava morrendo de saudades de casa e contando os dias pra viagem. Durante a semana, porém, essa saudade foi se misturando com uma tristeza enorme, que aumentava a cada dia. Nas minhas últimas horas em Seul, ontem, eu sentei na escada da casa e fiquei olhando a cidade. Chorei. Chorei como há muito tempo não chorava, entrei em prantos e não consegui parar de chorar praticamente até entrar no avião.

Deixo a Coréia do Sul com um aperto no coração. Deixo-a feliz por voltar pra casa, triste por deixá-la, mas com a promessa de que um dia, por mais distante que ainda esteja, eu irei retornar.

Oriente-se! (22) - Ladies and Gentleman, We Have Begin Our Aproach

Segunda feira, 23 de Fevereiro, 9h




Estou de volta a Johannesburg. Cheguei aqui faz uma hora e falta mais uma hora e meia pro meu voo partir. De volta pro Brasil.


A minha noite na Coréia não foi tão divertida. O bar estava cheio demais e acho que eu estava deprimido demais pra ficar por lá, então voltei pra casa cedo. Não sem antes dar uma abraço no Mr. Woo. Sentirei falta dele. Em casa eu dei uma arrumada nas coisas e vi meu time ser eliminado de maneira ridícula. Back to real life, han.


Sexta acordei e terminei de fazer minha mala, com ajuda da Deda. Almocei pela última vez com a minha tia e fiquei esperando o motorista chegar. Chorei muito enquanto esperava. Acho que eu não imaginava que eu fosse ficar tão triste, mas fiquei. Foi duro me despedir de todo mundo, nem parecia que minha tia vai voltar pro Brasil daqui a apenas um mês.


No aeroporto foi tudo tranquilo, assim como a viagem, que eu dormi praticamente o tempo inteiro. Agora faltam apenas mais dois voos, esse de 9h e depois de São Paulo pro Rio. Não vejo a hora de chegar em casa e abraçar minha mãe, a Raphaella, o Luke... não vejo a hora de tomar banho no meu chuveiro e deitar na minha cama.


Sim, sentimentos contraditórios. Não gostou? Me processe.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Oriente-se! (21) - Reta Final

Sábado, 21 de Fevereiro, 18h


Acabei não escrevendo aqui nessa semana que passou, mas acredito que eu tive meus motivos. De segunda a quarta meus dias não foram dos mais emocionantes, o que me fez esperar ter algo pra contar antes de escrever aqui. A partir de quinta, porém, as coisas pegaram um ritmo alucinante e eu realmente não tive tempo de parar na frente do laptop. Agora mesmo eu estou aqui, mas estou ridiculamente cansado e só a vontade de atualizar mesmo me mantém acordado.

Segunda eu tirei o dia pra fazer compras. Fui com a Deda e o Luis até o saudoso Namdeamun, aonde comprei várias roupas. Estava um frio aterrorizante. Terça, novamente, fui a Insadong, aonde comprei presentes aleatórios para pessoas aleatórias.

Quarta fiz um programa mais interessante. Fui até o War Memorial, que é um museu enoooorme só sobre as guerras vividas pela Coréia, desde o período medieval até as forças expedicionárias coreanas na Somália e em outros. Claro que o maior foco é a Guerra da Coréia, e é aonde tem as coisas mais interessantes. Mas o museu é realmente enorme e muito bem feito. Tem várias esculturas lindas na entrada e dentro do museu existem uma reproduções em tamanho real de batalhas e outras coisas, algo realmente sensacional. Tem também vários veículos à mostra, desde tanques até aviões. Foi o museu mais divertido que eu fui aqui.

Quinta feira eu madruguei. Estava planejando voltar no Bukhansan National Park, então acordei bem cedinho, arrumei minha mochila e fui-me. Estava frio pra cacete, temperatura negativa. Foi engraçado, eram umas 7h quando eu saí, aí aqui do lado tinha umas 20 crianças e adolescentes estrangeiros esperando o ônibus pra escola (ou assim parecceu). Tinha um garoto ruivo ruivo, no melhor estilo Rony Weasley. Me senti na Escócia ou algo por alguns momentos.

Caminhei até o mercado, comprei duas garrafinhas de água. Depois fui até o Subway comprar um sanduíche pra comer lá, mas estava fechado. Felizmente do lado havia um tal de Quiznos Sub, que descobri ser basicamente a mesma coisa, então pude pegar meu metrô feliz e contente, com a certeza que de fome eu não morreria.

Fui até a última estação da linha 3, Gupabal. Mas o parque ainda não estava ali. Tive que pegar um ônibus, que eu não fazia idéia de qual era, mas eu sou muito esperto e segui uns coreanos vestidos de hiking (sim, pq eles tem todo um uniforme, é impressionante).

Cheguei enfim ao parque. Já disse bastante como ele é bonito, então não vou repetir, mas ele é. Eu planejava ir até a maior montanha de lá, mas o Mr. Kwon me ligou e disse que tinha falado com o serviço de montanhas do parque e eles disseram que estava muito perigosa a subida, porque ainda tinha muito gelo na pedra e eles pediam pra ninguém subir. Então ele me sugeriu outra montanha e pediu pra eu dar o telefone pra algum coreano que estivesse perto de mim. Ele falou com o coreano por algum tempo e pediu pra ele me indicar o caminho, o que ele fez. Enquanto ele estava no telefone, porém, eu fiquei brincando com o maior cachorro do mundo. Sério, pena que eu não lembrei de tirar uma foto, porque era algo assustador. Ele tinha cara de husky, mas muito muito peludo e muito muito maior. Lindo.

Já com uma direção, fui em frente. Cheguei até o grande portão no cume do morro depois de umas 2h. Achei uma pedra confortável por ali e sentei pra comer meu sanduíche. Enquanto eu comia, toda pessoa que passava parava pra me dar oi, alguns até ficaram um tempo conversando, o que não quer dizer que eu tenha entendido alguma coisa, porque nenhum deles conseguia falar inglês direito. Uma senhora inclusive me deu uma tangerina. Mó legal.

Depois andei um pouco pelo cume para o lado esquerdo, aonde cheguei a uns lugares fodas. Tirei umas fotos e voltei, e resolvi subir pelo lado direito, aonde ficava um dos grande picos do parque. Lá que o negócio ficou assustador. Primeiro pelo frio. Já estava bastante frio, mas lá em cima, na pedra lisa, você não tem proteção nenhuma e o vento castigava. Estava fácil uma sensação térmica de -15 e talvez mais. Aí eu tinha que subir pelo cume, na pedra lisa, com aquele vento na minha cara, a uma altura de uns 700m. Foi bem desesperador, mas eu descobri que eu sou um cara bem orgulhoso com essas coisas. Enquanto eu lá estava tremendo de frio e nervoso, vários coreanos passavam por mim tranquilões, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo. Engoli meu medo e fui em frente, chegando enfim ao topo, aonde tem uma pedras empilhadas, um negócio meio stonehenge, mó foda. Me senti mó feliz de ter chegado até lá.

(acabei de ler o Stonehenge do Cornwell aliás, o que não tem nada a ver com o assunto, mas me veio na cabeça).

Depois, voltei. Pensei em voltar pelo outro lado do morro, mas é fato que eu me perderia, então voltei por onde eu tinha subido. Estava exausto. Eu caminhava, caminhava, aí vinha uma placa escrito 'exit, 5,3km'. Desesperador. Mas fui indo, e enfim, cheguei na saída.

Quando eu estava perto da saída, um coreano veio falar comigo. Perguntou 'where are you going?'. Eu disse que pra saída. Ele assentiu e continuou andando na mesma direção, como estava antes. Quando chegamos na saída ele falou comigo de novo 'ok, here is the exit, where are you going now?' hahuahuahuha conversamos um pouco e ele me ofereceu uma carona até o metrô. Fiquei meio assim de aceitar, não conhecia o cara nem nada, mas minhas experiências com o povo coreano tem sido tão positivas que eu aceitei a carona. Fiz bem, porque o cara era realmente gente fina e aquela carona me salvou muito tempo e cansaço.

Saltei aqui perto, ainda comi outro Quiznos Sub e voltei pra casa, aonde desmaiei de cansaço (já eram umas 17h). Acordei pra jantar (me acordaram, actually) e depois resolvi dar uma saída, pra aproveitar meus últimos dias aqui e tal. Fui no Woodstock, como sempre. Estava vazio, provavelmente pelo frio e por ser uma quinta feira, mas ainda assim foi divertido, fiquei lá até umas 2h conversando com o mr. woo e com as garçonetes bonitinhas dele. Na volta pra casa começou a nevar bastante, foi mó momento mágico assim [gay].

Needless to say que eu dormi pra sempre e acordei bem depois de meio dia na sexta. Meus joelhos estavam rangendo de tanta dor, pelo esforço do dia anterior. Almoçei e fui com a Deda até o Bus Terminal, aonde tem um mercado subterrâneo gigantesco. Roupas, roupas e mais roupas. Eu achava que o Nandeamun era barato, mas tinha umas coisas impressionantes ali. Uns montes de roupas, tudo jogado e bagunçado, mas enormes, cada peça custando um won. Sim, UM won, ou dois reais, se você preferir. Claro que grande parte era vagabundo, mas tinha muita coisa legal. Pena que basicamente só tinha roupa pra mulher, então pra mim eu não comprei basicamente nada.

Voltamos pra casa umas 7h, aonde eu jantei com a minha tia, como sempre. Depois tomei um banho rápido e fui com a Deda e o Luis até um restaurante aqui perto, aonde era aniversário de um amigo deles, um brasileiro que mora aqui. Só tinha brasileiro na mesa, umas 8 pessoas. Fiquei lá por cerca de uma hora, com a minha costumeira sociabilidade e depois fui embora.

Peguei o metrô e tentei algo diferente dessa vez. Fui até Hongik University, que eu já tinha ido uma vez com meu irmão. Aqui em Itaewon tem muita gente a noite e tal, mas eu acho que os coreanos mesmo vão pra Honkig, porque lá fica incrivelmente cheio de gente na rua.

Eu estava procurando um bar chamado Sapiens 7, que pelo o que eu entendi tinha bandas de metal tocando as vezes. Depois de muito perguntar, finalmente consegui uma alma caridosa que basicamente me levou até o lugar assim.

Cheguei lá eram umas 22h30 e eu pensando "po, tá cedo ainda". Nada, mó vazio o lugar. Tinha só uma mesa ocupada por um grupo de pessoas e nada mais. Fiquei conversando com a garçonete e ela disse que o show já tinha acabado, que os shows lá começam umas 19h. Que espécie de show começa as 19h po? O lugar parece ser bacana, porém, o dono (ou gerente, sei lá) é um coreano com o cabelo maior que o meu que toca numa banda coreana de black metal. Tava até vendendo os cd's dele lá, por 7 wons. Pensei em comprar, mas tinha cara de ser ruim demais, não quis gastar meu dinheiro naquilo. Tomei uma cerveja só e voltei para o meu canto, pro Woodstock.

Que hoje estava animado pra caramba. Cheio de gente, uma banda boa que eu já tinha ouvido antes, a que tocou Stones e bla. Tocaram The Doors, foi mó divertido. Depois que o show acabou o bar foi esvaziando. Aí começou aquela briga pra escolher a música lá no computador hahuhahua

Eu sempre fico lá escolhendo músicas, mas procuro dar uma balanceada. Não vou sair botando só metal, primeiro porque não é legal, depois porque ninguém ia gostar assim. Aí foi engraçado que veio uma coreana de seus 30 anos já assim e botou várias músicas do Metallica. E Metallica bom assim, Master of Puppets, Battery. Mó foda e ela mó não tinha cara de quem ouvia isso huahuauha aí eu comentei com ela que curtia Metallica e ela ficou que nem uma louca lá do meu lado gritando BATTERY! BA ,TTE, RY! O pessoal pedindo pra tocar algo mais light e ela lá empolgadona huahuahuahua.

Ela foi embora em seguida, no fim ficou só eu, o mr woo e uma garçonete, um americano gente fina que está sempre lá e 3 alemães mó legais. O mr. woo ficou jogando sinuca com um dos alemães, o americano ficou tentando pegar a garçonete enquanto ela ficava dando foras nele e eu e os outros dois alemães ficamos ouvindo the doors nas alturas, cantando e dançando hahuahuhua depois ficamos conversando aquelas conversas de bêbado aonde nada parece fazer muito sentido e tudo parece mágico. Saí de lá 6h da manhã com eles me prometendo que eu seria o embaixador que ia salvar o mundo da bagunça ou algo do tipo.

Hoje tive que fazer um belo esforço pra acordar cedo, pois minha tia tinha marcado um passeio a uma cidade aqui perto. Acordei ainda meio tonto, mas fiz um esforço e fui. Valeu a pena, porque a cidade é realmente muito bonitinha, era uma cidade fortaleza em tempos idos então ela tem uma muralha envolvendo-a e alguns palácios muito bonitos. Voltamos umas 17h, eu dormi a viagem de volta toda.

Agora sentei aqui. Estou bem cansado, mas volto pro Brasil amanhã, então quero aproveitar minha última noite em terras coreanas. Mas ainda tenho que arrumar mala e tudo mais, então nem devo voltar tarde.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Oriente-se! (20) - O Lugar Mais Bonito do Mundo

Domingo, 15 de Fevereiro, 20h50





Parei brother, já posso voltar pro Brasil. Depois da beleza do lugar que eu vi ontem eu não tenho mais empolgação pra ver nada, pois nada irá suplantar aquilo. A única coisa que me mantêm aqui é a minha pretensão de voltar nesse lugar antes de ir embora.

O lugar se chama Bukhansan National Park e fica na fronteira norte de Seul. Tinha chegado bem tarde na noite anterior mas fiz um esforço e acordei cedo. Roubei o motorista da minha tia, o grande Mr. Kwon e fomos até lá.

Eu não confio que a minha habilidade com palavras seja suficiente para dar justiça à beleza desse parque, mas vale lembrar que estamos no inverno, estação aonde as árvores morrem e tudo parece cinza e mesmo assim eu fiquei completamente fascinado pelo lugar. Mr. Kwon disse que se eu tivesse ido na primavera eu não ia querer sair dali nunca.

O parque é imenso, abrange mais de dez montanhas e você pode andar o dia inteiro por ele que você não vai conseguir ver tudo. As trilhas são muito divertidas, pois não é aquele tipo de trilha que você só pode ir por um caminho. Tem uma estradinha principal, claro, mas em geral você pode ir por qualquer lugar, andando pelas pedras que abundam no parque. Existem alguns riachos e cachoeiras, e volta e meia as trilhas passam por eles, deixando tudo mais bonito ainda.

O Mr. Kwon já é um senhor de serus 60 anos, ou sei lá quanto, então, mesmo que ainda tenha uma saúde de ferro, ele não quis ir nos picos mais altos. Fomos até um mais tranquilo, mas mesmo assim vc tem que ter uma boa forma pra subir aquilo. Nos trechos mais altos, você tem que andar em cima da pedra nua, com uma inclinação assustadora. Nessas horas olhar pra trás (pra baixo) não é uma opção.

Enfim, passamos a tarde inteira caminhando no parque. Quando chegamos lá em cima comemos um sanduíche, depois descemos pelo outro lado. Quando chegamos lá embaixo, pegamos um ônibus para voltar até onde estava o carro. Na volta demos carona pra um cara e duas mulheres que encontramos por acaso na saída. Tínhamos falado com eles durante o passeio, dado informações ou coisa que o valha e o Mr. Kwon é mó boa praça assim, faz amizade com uma facilidade incrível, então quando viu eles na saída não hesitou em oferecer uma carona.

É uma situação bem bizarra andar num carro com 4 coreanos conversando animadamente. É bizarro você não entender NADA que as pessoas estão falando. Depois de um tempo ele me apresentou, aí, claro, virei a atração do carro, todo mundo querendo treinar o inglês, perguntando de onde eu era, minha idade, o que eu estava fazendo na Coréia. Perguntaram até se eu tinha namorada e ficaram rindo quando eu disse que sim.

Enfim, foi um passeio realmente foda
. Pretendo voltar lá essa semana, mas dessa vez terei que ir sozinho. Estou com um ligeiro medo de me perder e um medo um pouquinho maior de subir o pico que eu pretendo subir (850m). Segundo o Mr. Kwon, esse pico tem umas partes tão íngremes que eles deixam uma corda na pedra pra você conseguir subir. Scary.


Cheguei em casa bem cansado, mas resolvi aproveitar minha última semana aqui e fui de novo no Woodstock. Estava lotado. Fiquei o tempo inteiro conversando com um coreano da minha idade que estava lá sozinho. Veio me perguntar se eu tocava baixo (pq eu estava acompanhando o baixo da banda com os meus dedos na mesa), aí ficamos conversando sobre música basicamente, mas o inglês dele era tão precário que eu não conseguia entender nada que ele falava. Fora que toda hora ele tinha que pegar o celular dele pra traduzir alguma palavra que ele não sabia falar.

A primeira banda era legal, tocou umas músicas bacanas, inclusive Every Rose Has Its Thorns, do Poison, o que eu achei uma surpresa. A segunda banda era horrível, uma bateria alta pra caralho e duas guitarras apenas. Estranho como bandas sem baixo soam esquisitas.

Mas ontem eu enchi o saco cedo, tava com fome e com vontade de falar com minha amada Raphaella, então voltei pra casa antes de 1h (não sem antes comer no Burger King).


Hoje acordei cedo novamente, fui com a minha tia no Museu Nacional. Gigantesco o museu e muito bonito. É tão grande que nós passamos a tarde inteira lá e não vimos nem metade das coisas. Voltamos pra cara agora de noite e agora há pouco comemos um belo pato preparado pelo Luis. Agora eu estou morrendo de sono. Pensei em sair de novo, mas hoje a temperatura aqui voltou a incomodar, passando da casa dos -5. Esse frio terrível e o meu grande cansaço (museu cansa mais do que parece) vão fazer com que eu fique em casa hoje.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Oriente-se! (19) - Histórias da Night Coreana

Sábado, 14 de Fevereiro, 20h40


Ontem fiquei em casa o dia inteiro, por causa da chuva e do cansaço. De noite, porém, o tempo melhorou e eu resolvi ir até o Woodstock. Fiquei a grande maior parte do tempo sozinho, tomando uma cerveja e assistindo o show (uma banda de blues, muito boa por sinal, tocaram várias músicas dos Stones e bla \o\). Mas, como aparentemente é de praxe nas noites coreanas, minha saída não foi isenta de acontecimentos curiosos.

Portanto,

1. Tinha um alemão do meu lado. Parecia totalmente deprimido, com a mão na cabeça e tal. Um pouco depois chegou uma coreana já com seus 40 anos, começa a bater papo com ele e eles logo saem juntos. Uma hora depois ela volta sozinha, totalmente bêbada. Me vê e começa a pegar minha mão pra dançar comigo. Eu não danço, então claro que tentei tirar a minha mão mas tentando não ser grosso com a bêbada. Nisso ela senta do meu lado e tenta me beijar! Claro que eu desviei e tal e tentei empurrar ela pra longe. Ela ficou mó sentida e ficou perguntando porquê, falando que era limpa e tal. Foi quando eu finalmente cheguei a brilhante conclusão que devia ser uma prostituta (y). Falei pra ela que tinha namorada e que não queria e saí de perto. Ela ficou sentada no banquinho, até uma hora que ela DESMORONOU assim e ninguém pareceu reparar. Lá fui eu levantar a bêbada. Joguei ela num sofá que tinha lá, aonde ela dormiu instantaneamente. Quando eu fui embora ela ainda estava lá dormindo.

2. Certa hora uma das garçonetes veio falar comigo:
- E aí, cadê o resto dos membros? :D
- Que?
- Os membros da sua banda po!
- Que?
- Você não tocou aqui semana passada??
Disse pra ela que nem era eu, ela ficou super sem graça e ficou pedindo desculpas. Fiz a piadinha clássica do "deve ser meu cabelo", que sempre funciona. Depois de algum tempo ela volta e me pergunta se eu tinha aparecido na televisão. Eu disse que também não, aí ela ficou falando que estava me reconhecendo de algum lugar. Eu disse que provavelmente era dali mesmo, porque eu já tinha ido no bar antes, mas ela disse que lembrava de mim no bar, mas me reconhecia de outro lugar. Vai entender.

3. O Mr Woo (velhinho da sinuca) estava dormindo copiosamente quando eu cheguei lá. Acordou no meio do show, me viu, veio me dar um abraço, e fez questão de pagar tequilas pra mim, como sempre.

4. Eu sou uma vergonha jogando sinuca, não ganho nem de uma coreana bêbada. Resolvi jogar um pouco, eu e um canadense gente fina contra um casal de coreanos. Ganhamos, porque o canadense mó jogava pra caralho. Depois a garota coreana quis jogar uma partida individual comigo. Aceitei mó cheio de marra, achando que ia ganhar mole. Comecei o jogo e já matei quatro bolas em seguida fiquei com aquele ar de "ih, preciso diminuir o ritmo, a pobrezinha vai acabar ficando ofendida". Não acertei mais nenhuma bola desde então e ela ganhou o jogo com extrema facilidade. Só me restou dar os parabéns e ficar com aquela cara de "ah, você joga bem, mas no fundo você sabe que eu deixei, né?". Patético.

5. Depois do jogo fiquei um bom tempo tentando ensinar meu nome pro casal. De jeito nenhum eles conseguiam falar "Bruno". Não que eu conseguisse falar o nome deles direito, mas enfim.


Fui embora quando acabou o show, até porque estava quase vazio o lugar. Foi uma noite agradável anyway. O bar é muito legal, queria que tivesse um lugar assim no Rio. Ia viver por lá.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Oriente-se! (18) - Zona Desmilitarizada!

Sexta-feira, 13 de Fevereiro, 14h30


Ok, esse título é uma grande mentira, porque todo mundo lá está armado até os dentes (é a zona desmilitarizada mais armada do mundo). Mas foi um dos auges da viagem até agora, ontem fiz um tour até a zona desmilitarizada que divide a Coréia do Sul da Coréia do Norte e até a cidade de Panmunjon, aonde fica a Joint Security Area, que, como o nome diz, é mantida pelos dois lados.

As coréias ainda estão em estado de guerra. Embora não haja nenhum conflito desde a década de 50, a paz nunca foi assinada e o que impede as coréias de voltar ao conflito é o armistício assinado em 1953 em Panmujon. Esse armistício dividiu oficialmente as coréias em duas partes e criou a zona desmilitarizada na fronteira. Dentro dessa zona desmilitarizada foi criada a Joint Security Area, que era uma área organizada conjuntamente.

Essa organização durou até 1976, quando aconteceu o Axe Murder Incident. Um grupo de homens sul coreanos e americanos foi mandado pra cortar uma árvore que bloqueava a visão entre dois postos de observação. Chegando na árvore, havia um grupo muito maior de norte coreanos, que atacou o primeiro grupo, matando dois homens. Desde então, a Joint Security Area foi também dividida em duas, e hoje a única parte realmente neutra é uma pequena casa aonde os líderes de ambos os países se reúnem para acordos diplomáticos ou coisa do tipo. A casa fica exatamente em cima de uma tira de cimento que marca a divisão.


Mas deixemos essa parte interessante da história (mas que eu sei que ninguém liga) um pouco de lado e falemos do passeio.


Fui com o Luis, saímos daqui antes das 8h (!) e fomos até o hotel mais luxuoso da cidade, de onde sairia o tour. Fomos de ônibus até a cidadezinha de Imjingak, aonde pudemos ver a Freedom Bridge, aonde prisioneiros da Coréia do Norte foram libertados. Tem vários monumentos por ali, a maioria em homenagem a participação dos Estados Unidos na guerra.

De lá fomos até o Terceiro Tunel. A partir da década de 70, foram descobertos diversos túneis pela fronteira, que alegadamente os norte coreanos construíam com o intuito de invadir a Coréia do Sul. Fomos até o terceiro desses túneis, descemos até lá embaixo, muito irado. Só não é indicado pra pessoas muito altas ou com problema de coluna, porque vc tem que ficar meio abaixado o tempo inteiro.

Depois disso fomos até o Dora Observatory, que eu acredito que seja muito legal normalmente, mas o tempo estava tão foggy que não conseguimos ver muita coisa. Mas teria dado pra ver Kesung, a segunda maior cidade da Coréia do Norte. Então fomos para Dorasan Station, a estação de trem mais perto da fronteira. Bonita a estação, mas também não tinha nada de muito excitante lá.


Pois a parte realmente excitante vinha em seguida, depois do almoço (coreano). Entramos em Panmunjon, aonde o nível de segurança cresce exponencialmente. Não podemos ficar nenhum momento sem a presença de soldados e só podíamos andar por lá em filas indianas.

Fomos primeiro ao Camp Bonifas (nome em homenagem ao soldado que morreu no Axe Murder Incident), aonde vimos a casa de comando das Nações Unidas (que ainda tem homens lá) e assistimos um pequeno vídeo que falava sobre a guerra e o local. Depois fomos até a Joint Security Area, aonde entramos na casa que fica em cima da MDL (military demarcation line, que marca a divisão entre os dois países). A casa é bem pequena e tem apenas uma série de mesas, aonde os líderes de ambos os países podem se encontrar para discussões diplomáticas e tudo mais. A mesa principal, inclusive, está na mesma linha da demarcação da fronteira, de modo que as pessoas possam sentar e mesmo assim estarem do lado do seu país. Do lado de fora, muitos guardas da elite coreana, assim ccomo alguns guardas norte coreanos do outro lado. Justamente por isso, o lema dos sul coreanos é "In Front of Them All".

Depois disso fomos até um dos postos de guarda, aonde podemos ver bem de longe a "propaganda village", que é uma cidade fantasma na coréia do norte, onde até hoje existem auto falantes que fazem propaganda do governo norte coreano. Ainda assim, alguns trabalhadores são vistos lá, para manter a cidade e administrar a bandeira, que está colocada no alto do maior mastro do mundo (160m). Depois fomos até o local do Axe Murder Incident, aonde hoje existe um monumento e passamos em frente a Bridge of No Return, aonde em 1953 os prisioneiros de guerra de ambos os lados foram soltos. Eles podiam escolher pra que lado ir, mas depois de escolhidos, jamais poderiam voltar para o outro lado (daí o nome).


Depois de tanta coisa, voltamos para o ônibus, aonde eu dormi profundamente até chegarmos em casa. Jantei e depois fui dormir de verdade, pois estava muito cansado. Hoje o dia amanheceu nublado e logo começou um belo temporal, que dura até agora. Dia também conhecido como "dia pra se ficar em casa" =)

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Oriente-se! (17) - Vislumbre do Futuro

Quarta-feira, 11 de Fevereiro, 21h30


Ontem eu tive o privilégio de ter um vislumbre do que eu espero que seja meu futuro. Fui com a minha tia até a embaixada brasileira aqui de Seul, conheci todos os funcionários e vislubrei um pouco do trabalho que eles fazem lá diariamente. Gostei bastante, foi um lugar que eu realmente consegui me ver trabalhando no futuro.

Almoçamos em um restaurante ali do lado e de tarde dei uma caminhada nas redondezas. Descobri um parque por ali que, como a maioria dos parques por aqui, tinha uma trilha que levava até lá em cima. Como um bom coreano, subi aquela clássica escadalhada e cheguei até lá o topo. Não era tão alto assim anyway. Depois voltei até a embaixada e vim pra casa com a minha tia.


Hoje eu acordei cedinho, mas fiquei com uma preguiça estupenda e acabei cochilando antes do almoço. Acordei de novo umas 15h e saí de casa, meio sem rumo. Acabei indo até Insadong, que eu já tinha passado rapidamente com meu irmão uma vez. Dessa vez fui com mais calma, olhei todas as lojinhas (são muitas) e acabei comprando uma coisa ou outra. Foi bem agradável.

Uma hora eu passei por um ruela, aí tinha um velhinho coreano com uma barraquinha de tangerinas. Ele me chamou, me perguntou se eu era americano, depois perguntou se eu era russo e abriu um sorriso quando eu disse que era brasileiro. Descascou uma tangerina e me deu um pedaço. Perguntou se estava gostosa, eu disse que sim (realmente, mó boa), aí disse que "five for 1 tousan". Acabei comprando, mó legal o velhinho e mó boa a tangerina =|

Na volta comi no Mcdonald's e me senti em casa por alguns instantes.


Edit: Esqueci de mencionar uma saída, que não nada super empolgante, mas enfim. Segunda-feira, fui até o outro grande bairro de compras daqui, o Dongdaemun. Era aonde ficava o antigo estádio que foi demolido na época da copa de 2002, agora virou um grande mercado de rua. E nas ruas do lado tem uns 5 shoppings basicamente só de roupas. Entrei em um deles, que é mais voltado pra jovens, mas nem fiquei muito tempo. Quando os vendedores veem um ocidental os olhinhos deles já brilham e já vem encher o saco, o que deixa a tarefa de observar as coisas bem desagradáveis.


sábado, 7 de fevereiro de 2009

Oriente-se! (16) - Violando Túmulos

Domingo, 8 de Fevereiro, 4h10


Hoje foi um dia bacana.

Saí de Seul pela primeira vez. A Coréia do Sul não é um país grande, então não dá pra você ir pra muito longe de Seul, mas fomos até uma cidade bem pertinha, chamada Guri.

Primeiros fomos a um templo budista que tem na região. Fica nas montanhas, então tem que dar uma bela subida pra chegar até lá. Acredito que a vista lá seja linda, mas o dia hoje nasceu com uma neblina incrível. Deu um visual legal anyway, e a montanha que a gente estava era mó legal. Não subi até o topo, porque estava com a minha tia, mas ficamos ali perto do templo, que era bem simpático.

Depois fizemos um lanchinho e fomos até um parque que é uma espécie de cemitério (nao é macabro quanto parece falando assim) aonde os reis de uma antiga dinastia coreana foram enterrados. Existem 9 túmulos no parque e a curiosidade é que a tradição coreana de enterros é a de enterrar "pra cima". Eles erguem morrinhos (no caso dos reis, morrões) e enterram as pessoas lá.

E o lugar é lindo. Dizem que é mais bonito na primavera, mas eu sinceramente estou apaixonado por essa paisagem de inverno e hoje com toda aquela neblina ficou um clima meio místico assim muito irado.

Teoricamente você não pode subir os morros, já que são as tumbas e tal. Eu estava com o Luis (empregado daqui, super gente fina) e o Mr Kwon, que é o motorista coreano, uma figuraça. Velhinho já, mas animado como poucos. Tem uns riachozinhos congelados no parque, eu e o Luis ficamos olhando, pensando se dava pra andar em cima, quando olhávamos pro lado estava o Mr Kwon lá deslizando felizão ahuhauhhua

Mas ele é meio louco, pulou a gradezinha e começou a subir o morro assim. Se ele pode eu tambem posso. Fui atrás, subimos até o topo, aonde tem umas estátuas fodas de pedra. Tava um visual foda dali de cima, tiramos várias fotos, foi mó legal.

Depois disso voltamos pra casa. Tava pensando em sair hoje a noite, mas cheguei tão cansado de andar que dormi depois do jantar e só acordei mais de meia noite. Então aqui estou, tentando ficar com sono pra não dormir pra sempre amanhã =|

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Oriente-se! (15) - Mundo Mágico dos Eletrônicos

Sexta, 6 de Fevereiro, 22h15


Quarta feira passada fui no Yongsan Electronic Market, um shopping de vários andares só de eletrônicos. Se você consegue plugar, você acha ali. É um dos maiores da Ásia e o maior da Coréia (de longe).

É assustador a quantidade de coisas que a gente acha lá, é tanta coisa que você fica perdido no meio do negócio. Tinha ido lá só pra comprar o Ipod do Mia, mas tive que me controlar pra não sair carregando um DS, um netbook, um Wii... até porque os preços também são excelentes.

Tentei não ficar muito tempo lá e voltei pra casa. De noite fomos jantar aqui perto em um restaurante italiano, pois era a despedida do meu irmão. Uma garçonete nos atendeu.

Eu já comentei como as coreanas são fofas? Pois elas são muito. A gente pediu uma entrada, um prato de frutos do mar. E o povo coreano em geral entende muito bem o inglês, mas tem muita dificuldade em falar. A maioria não fala e os que falam falam com um sotaque tão ruim que você acha que eles ainda estão falando em coreano. Essa garçonete entendia tudo que a gente dizia, mas não conseguia falar. Era mó tímida mas atenciosa, queria dizer que a entrada que a gente pediu era muito apimentada, ficou mó tempão tentando explicar e a gente tentando adivinhar. Ela super sem graça, muito fofa.

Aí ela anotou o pedido e depois de um tempo voltou, mais sem graça ainda, pra tentar explicar que infelizmente eles não tinha mais aquele prato. Porque assim, os coreanos odeiam "errar". Ter uma coisa no cardápio que não tem no restaurante é uma falta grave pra eles e eles se sentem realmente mal com aquilo. A pobre da garota pediu desculpas por horas, toda envergonhada, fiquei com mó dó dela. Acabou que depois do jantar eles ainda deram uma sobremesa de graça pra gente.

No dia seguinte meu irmão ia embora, mas acabou nem indo porque o voo foi cancelado. Mas ele não quis sair comigo, então saí sozinho como sempre. Caminhei aqui por Itaewon, sem um rumo definido. Encontrei um Subway, resolvi provar. Bem melhor que o da Africa do Sul, mas ainda abaixo do Subway brasileiro. De lá rodei um pouco por algumas barraquinhas (camelôs), comprei uma pulserinha pra mim e depois dei uma longa caminhada pro outro lado aonde minha tia disse que tinha uma sorveteria gostosa.

Era bem longe e eu não achei que fosse achar, mas achei. Não é exatamente sorvete, é iogurte de fruta e tal, com pedaços de gelo, um negócio meio estranho mas delicioso. Como é um negócio meio diferente, eu tive que fazer várias perguntas pra atendente e novamente me confrontei com a fofura das coreanas que não conseguem falar inglês hauhahaha acabou que eu não entendi nada do que ela falou mas comi mesmo assim, e estava mó gostoso. Depois disso voltei pra casa e por aqui fiquei.

Hoje não fiz nada de interessante, mas vi um filme legal agora, The Mission, com o De Niro, Jeremy Irons e Liam Neeson.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Oriente-se! (14) - Mais Palácios e Compras

Terça feira, 3 de Fevereiro, 23h


Nem deu pro Federer hein.

Ontem eu parecia estar de ressaca pela derrota do Federer, pois a preguiça estava enorme. Íamos ao War Memorial, aka Museu da Guerra, aqui perto, mas quando estávamos saindo minha tia lembrou que era segunda feira e que a maioria dos museus fecha na segunda. Entrei no site e realmente estava fechado.

Acabou que favoreceu minha preguiça. No almoço comi um prato típico coreano, que eu sinceramente não lembro do nome. Você ganha uma vasilha grande com arroz e um ovo, aí a travessa principal na mesa tem alguns vegetais, alguns grãos, uma carninha picada e uma coisa ou outra a mais. A idéia é botar um pouquinho de cada na vasilha, adicionar a pimenta vermelha (que também é tradicional daqui) e misturar tudo bastante. Nojento? Pode ser, mas é surpreendentemente gostoso, me amarrei mesmo. E olha que eu sou meio fresco com comida =)

De resto, fiquei em casa. Só saí pra ir em um café aqui do lado com minha tia. Passion, o nome, e tem nacionalidade francesa, italiana e alemã. Acho que foi o café mais gostoso que eu já fui. E mais caro, mas minha tia pagou tudo, então beleza. Comi um pedaço de torta de morango (sensacional, é tão leve que dava pra comer a torta inteira sem enjoar, sem exagero) e tomei um chocolate quente (também incrível, vinha até com conhaque pra você botar). Depois no jantar comemos um porco recheado que também estava muito gostoso.

Até que gastronomicamente o dia foi bem interessante.

Hoje acordei mais cedo, almocei e saí. Fui até outro dos palácios da cidade, o menor deles, chamado Deoksugung. O palácio fica bem no meio de uma das avenidas mais movimentadas da cidade e é o palácio com mais influências ocidentais. Um dos prédios foi inclusive projetado por um arquiteto russo. Como sempre muito bonito o palácio, menorzinho e tal. Tem um museu lá dentro (como sempre) mas não achei grande coisa.

Mas o mais legal foi na saída, que eu peguei a cerimônia da troca da guarda. Muito foda! De lá fui até um riacho que tem ali perto, que também é um dos símbolos da cidade. E depois disso caminhei até o Nandaemun, aquele mercado legal que também fica na região. Me perdi nos becos do mercado e saí de lá com um casaco (bem leve, bom pra usar no Rio) e uma blusa com a bandeira da Coréia. Me segurei pra não comprar mais coisa, porque o mercado é enorme e tem muita coisa bacana, embora a maioria seja pra frio (que não teria muito uso no Rio). Eu prefiro comprar mais coisas mais perto do final da viagem, então ainda pretendo voltar lá.

De lá voltei pra casa e jantei com o pessoal. Agora estou aqui no quarto, lendo e escrevendo bastante. Amanhã não sei o que farei, mas hei de inventar algum programa.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Oriente-se! (13) - Preguiça

Domingo, 1 de Fevereiro, 21h


Parei agora pra ver televisão pela primeira vez aqui na Coréia. Nada de Fantástico, estou vendo a final do Australian Open, entre Federer x Nadal. Incrível como esses dois sempre realizam jogos sensacionais e incrível como o Nadal sempre ganha. Infelizmente eu torço ferrenhamente pro Federer, então estou aqui sofrendo, pois a coisa não parece que vai ser diferente hoje.

Pelo menos estou aproveitando a imagem dessa televisão que deve ser maior que a minha casa. Ela não apenas tem mais de 50 polegadas (fácil) como ela tem uma base enorme, ela parece um móvel assim. Devia ser um modelo de luxo há uns 6 anos, quando as tvs finas de hoje em dia não estavam bem estabelecidas no mercado. Minha tia disse que foi o embaixador passado daqui que comprou, pra assistir a copa em 2002.

Mas sim, não escrevi esses dias. Muito por preguiça, muito porque eu não fiz grandes coisas. Sexta a noite teve um jantar de despedida de uma ministra que está aqui. Fomos a um restaurante italiano chiquérrimo, mó gostosa a comida. Fiquei mó calado o jantar inteiro, mas po, estava do lado de uma embaixadora e duas ministras, falando na maior parte do tempo sobre política. Vou falar o que? Melhor mesmo é ficar ouvindo.

Depois fui com meu irmão até o Woodstock. A banda não era tão boa dessa vez, mas o velhinho estava tão simpático como sempre. A noite não foi tão agitada como na primeira vez, ficamos basicamente só jogando sinuca, até umas 3h, quando eu consegui convencer meu irmão a ir embora.

Sábado eu acordei sem ressaca (mesmo com as tequilas) mas com uma preguiça impressionante. O tempo voltou a esfriar e o livro do Cornwell que eu estou lendo finalmente empolgou, então fiquei em casa o dia inteiro. Teria sido parecido com o dia de hoje, se minha tia não tivesse me chamado pra ir em um museu de arte aqui do lado chamado Leeum. Muito lindo o museu, tem uma parte sobre a arte das antigas dinastias coreanas que é muito foda. A outra parte a artes modernas e contemporaneas de artistas coreanos e estrangeiros. Tinha umas coisas sensacionais, mas outras meio bizarras, daquelas que vc pensa 'dude, wtf?'.

Voltei pra casa, dei uma cochilada e acordei pro jantar. Jantamos, depois fui com meu irmão comprar um sorvete aqui perto. Nada melhor que um sorvetinho nesse frio. Mas a temperatura melhorou até, hoje chegou a uns 8 graus, é um friozinho agradável até. Amanhã vou ver se dou uma agitada e faço algo de útil.


(2x2, tie break, go Federer!!)