terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Oriente-se! (23) - Considerações Finais

A reação que eu mais obtive nesses últimos meses quando eu dizia que estava (ou iria) na Coréia do Sul foi um surpreso "Fazer o que na Coréia do Sul??", como se a ida pra um país como esse tivesse que ter um motivo maior do que apenas turismo. O que eu tenho pra dizer pra essas pessoas agora é que se elas tivessem tido a oportunidade de experimentar a Coréia do Sul como eu tive, da próxima vez elas certamente diriam "Coréia do Sul, que irado!!", como costumam fazer quando alguém vai para Paris ou algum lugar do tipo.

Eles vendem uma camisa por lá que diz "Korea: the best kept secret of Asia" e essa é realmente a sensação que fica. As pessoas não conhecem, não sabem como é a qualidade de vida lá é boa, não só pra quem mora lá, mas para os visitantes também, porque tem muita coisa bonita pra ver, museus de todos os tipos, inúmeros parques e palácios e até mesmo a noite é mais agitada do que muitas no Brasil. Eu não digo isso criticando a ignorância das pessoas quanto a Coréia, porque eu mesmo não fazia idéia do que esperar e só fui pra lá por força das circunstâncias. Mas fico muito feliz que eu tenha ido.

E um parágrafo especial para o povo coreano. Porque isso realmente me impressionou. Eu não sou o cara mais viajado do mundo, mas já estive em alguma meia dúzia de lugares, França, Suiça, Estados Unidos e em nenhum desses lugares eu me senti tão acolhido quanto na Coréia. Todos os coreanos fazem você se sentir em casa. É um povo simples, alegre, que parece sentir felicidade com as menores coisas da vida. Eu amei o país, mas se tem algo que eu realmente me tornei fã foi das pessoas.

Deixando de lado o lugar em si, também é preciso ressaltar a importância do enriquecimento pessoal que uma viagem como essa proporciona. Vi pessoas de todos os tipos, de todas as raças, coreanos, chineses, japoneses, africanos, árabes (turbantes!), russos, europeus, americanos. A sensação de andar sozinho por um país tão longe e diferente do seu é uma coisa incrível. Dá uma sensação de liberdade, de poder. Depois de tudo isso eu sinto que eu posso saltar em qualquer aeroporto do mundo e me sentir em casa.

Faltando uma semana pra voltar pro Brasil eu estava morrendo de saudades de casa e contando os dias pra viagem. Durante a semana, porém, essa saudade foi se misturando com uma tristeza enorme, que aumentava a cada dia. Nas minhas últimas horas em Seul, ontem, eu sentei na escada da casa e fiquei olhando a cidade. Chorei. Chorei como há muito tempo não chorava, entrei em prantos e não consegui parar de chorar praticamente até entrar no avião.

Deixo a Coréia do Sul com um aperto no coração. Deixo-a feliz por voltar pra casa, triste por deixá-la, mas com a promessa de que um dia, por mais distante que ainda esteja, eu irei retornar.

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