quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Acontece

Acontece que eu realmente sinto falta desse blog, mais falta do que parece, menos falta do que eu deveria.

Acontece que a faculdade me tomou mais tempo do que eu esperava, o que é uma coisa boa em vários aspectos, mas ruins em outros.

Acontece que as férias não geram tanta empolgação pra escrever assim, e que a maior empolgação que ela gera é pra descansar.

Acontece que o ano novo está aí, e o ano novo é sempre uma época boa para começar novos planos, ou pelo menos para retomar planos antigos.


Acontece que este blog está de volta.



P.S. - Post bicha aqui embaixo hein, bãã eu sou o bruno, eu estou feliz, FAG!

domingo, 24 de agosto de 2008

Sobre a Felicidade

Eu não acredito na felicidade nem na infelicidade como algo permanente, não aceito frases do tipo "eu sou feliz!" ou "minha vida é uma merda!", considerando-as ilusórias tanto pro bem quanto pro mal. O problema se dá basicamente no tempo verbal, ser ao invés de estar. Algo tão transitório quanto as vidas humanas deveriam raramente usar o verbo ser e usar muito mais o verbo estar.

Dessa forma, ninguém é feliz, mas está feliz, assimo, a vida de ninguém é uma merda, mas pode estar uma merda. Tempo. Ele resolve ou estraga tudo. A vida é dividida em eternas fases de humores variados, que duram tempos variados.

O ser humano foi amaldiçoado (ou abençoado) com o sentimento do tédio. Eu tenho uma noção schopanhauriana de vida, aonde nossas vidas se baseam em desejar, satisfazer-se, entediar-se e desejar de novo. Estamos eternamente fadados ao desejo, a nunca poder chegar ao nosso objetivo e aproveitá-lo pelo resto de nossas vidas, mas a sempre desejar mais e mais, numa corrida viciante e alucinada até o único ponto certo que é a morte.

(Alguns argumentarão que isso é algo benéfico, pois previne a estabilidade excessiva do homem, fazendo com que ele sempre busque coisas novas, sempre procure inovações que não permitirão que a evolução humana pare no tempo. Não discuto a veracidade disso, mas discuto o valor. Não tenho muita confiança na evolução humana pois ela parece só alimentar a infelicidade humana. De qualquer forma, o estado de natureza rousseariano me soa muito mais agradável. Sei lá.)


Escrevo toda essa ladainha não sei por que motivo, pois a única coisa que eu tinha a dizer era: eu estou feliz. É bom quando a vida começa a dar certo e tudo vai bem, em todos os campos. Raros são esses momentos, e (como explicado acima) eu sei que amanhã tudo já pode estar diferente, por isso queria deixar isso registrado aqui. Talvez, num momento de infelicidade futuro, eu possa ler isso e voltar a acreditar um pouco mais em minha vida.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Jesus Cristo!

...as aulas estão chegando!

É engraçado (?) como eu parei no tempo. Enquanto a maioria dos meus amigos já estão trabalhando ou se preocupando em trabalhar, eu ainda estou aqui desesperado porque as aulas irão começar.

Meu desespero, porém, tem motivo: eu não estudo há malditos 10 meses (não que eu tenha estudado de verdade antes disso, mas enfim). A idéia de voltar pro meio da confusão, do cansaço e do estresse não é lá muito agradável. Ter que manter um horário, ter que parar pra estudar, ler milhares de textos, me preocupar com prazos, fazer trabalhos, aturar pessoas chatas e professores escrotos.

Mas, como as moedas sempre tem dois lados, essa idéia também vem acompanhada de um pálido otimismo. Aquela apreensão gostosa, como quem aguarda impacientemente pela final de um campeonato, a esperança de que agora tudo vai dar certo e a certeza que eu estou disposto a fazer tudo acontecer.

Ainda assim, escrevo tudo isso pra dizer o óbvio: estou nervoso. Não gosto de primeiros dias de aula e demoro pra me adaptar a uma nova faculdade (e acreditem, eu tenho experiência nisso). A idéia chave porém, é essa experiência. Já passei por muita coisa nessas 3 faculdades que estudei e tudo isso ajuda nessas horas. Acredito que tudo isso conta e que hoje em dia não terei tanta dificuldade assim.

Que venha a PUC!

sábado, 2 de agosto de 2008

Sobre Dentistas

Dentista é uma parada bizarra. Ninguém gosta (exceto os próprios dentistas, suponho). Eu não me lembro a última vez que eu comentei que precisava ir ao dentista e a pessoa não respondesse "odeio dentista!". Já virou lugar comum. Todo mundo odeia dentista, e ponto. Eu era uma exceção, antigamente. Quando criança, adorava ir ao dentista. Eles passavam umas pastas gostosas no dente e depois aqueles fluores com gostos engraçados. Era divertido, eu gostava mesmo.

Hoje em dia, porém, eu me junto ao coro. Odeio dentista.

Uma das coisas que mais me irritam nos dentistas é quando eles resolvem conversar com você durante a consulta. Digo, durante mesmo. Você lá com a boca aberta que nem um retardado e a mulher perguntando sobre sua faculdade, sobre sua tia, sobre que merda for, e você, sempre tentando ser educado, se esforçando pra responder sem fechar a boca, grunhindo coisas completamente sem sentido como "eu aho irhoia a uhi" ou "inha ia hai uiro hem", as quais sua dentista não entenderá porcaria nenhuma mas, também sempre educadamente, responderá um "huuum", ou qualquer idiotice do gênero.

Também nunca entendi porque os dentistas tem tantos instrumentos diferentes. É incrível, aquela mesinha deles é entulhada de objetos metálicos, dos quais 98% você não consegue conceber pra que diabos serviria. Mas o dentista sabe, sempre, e com certeza usará o maior número possível deles pra te torturar.

Sério, que merda é aquela de sugador? Que coisa mais esquisita e desagradável. E quando o dentista maldito passa uma daquelas milhares de coisas afiadas no seu dente, que dá uma agonia ensandecida, como se milhares de gatos estivessem arrastando suas unhas pacientemente num quadro negro? Tenso.

E isso porque eu nem quero entrar na discussão da dor, porque invariavelmente dói pra caralho.


Esse post tem o simples intuito de demonstrar a minha insatisfação por ter botado o aparelho e estar sendo obrigado a me alimentar de purê de batata e sorvete.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Capitalismos

Pra não ficar sem atualizar isso, visto que nenhum assunto floresce em minha mente no presente momento, eis uma piada, ou texto humorístico (ou não), ou whatever you wanna call it:


Os Diferentes Tipos de Capitalismo

CAPITALISMO IDEAL: Você tem duas vacas. Vende uma e compra um touro. Eles se multiplicam, e a economia cresce. Você vende o rebanho e aposenta-se, rico!

CAPITALISMO AMERICANO : Você tem duas vacas. Vende uma e força a outra a produzir o leite de quatro vacas. Fica surpreso quando ela morre.

CAPITALISMO JAPONÊS: Você tem duas vacas. Redesenha-as para que tenham um décimo do tamanho de uma vaca normal e produzam 20 vezes mais leite. Depois cria desenhinhos de vacas chamados Vaquimon e os vende para o mundo inteiro.

CAPITALISMO BRITÂNICO: Você tem duas vacas. Ambas são loucas.

CAPITALISMO HOLANDÊS: Você tem duas vacas. Elas vivem juntas, não gostam de touros e tudo bem.

CAPITALISMO ALEMÃO: Você tem duas vacas. Elas produzem leite regularmente, segundo padrões de qualidade, quantidade e horário previamente estabelecido, de forma precisa e lucrativa. Mas o que você queria mesmo era criar porcos.

CAPITALISMO RUSSO: Você tem duas vacas. Conta-as e vê que tem 5 vacas. Conta de novo e vê que tem 42 vacas. Conta de novo e vê que tem 12 vacas. Você pára de contar e abre outra garrafa de vodka.

CAPITALISMO SUÍÇO: Você tem 500 vacas, mas nenhuma é sua. Você cobra para guardar a vaca dos outros.

CAPITALISMO ESPANHOL: Você tem muito orgulho de ter duas vacas.

CAPITALISMO PORTUGUÊS: Você tem duas vacas. E reclama porque seu rebanho não cresce...

CAPITALISMO HINDU: Você tem duas vacas. E ai de quem tocar nelas.

CAPITALISMO ARGENTINO: Você tem duas vacas. Você se esforça para ensinar as vacas a mugirem em inglês... As vacas morrem. Você entrega a carne delas para o churrasco de fim de ano ao FMI.

CAPITALISMO BRASILEIRO: Você tem duas vacas. Uma delas é roubada. O governo cria a CCPV - Contribuição Compulsória pela Posse de Vaca. Um fiscal vem e lhe autua, porque embora você tenha recolhido corretamente a CCPV, o valor era pelo número de vacas presumidas e não pelo de vacas reais. A Receita Federal, por meio de dados também presumidos do seu consumo: Leite, queijo, sapatos de couro, botões, presume que você tenha 200 vacas. E para se livrar da encrenca, você dá a vaca restante para o fiscal deixar por isso mesmo...

CAPITALISMO EIKE BATISTA: Você não tem nenhuma vaca. Vende para um fundo de pensão americano 30% da Centennial Cow LLC por US$1 bilhão de dólares, e compra 1 milhão de vacas por R$ 1.000 reais cada. Você contrata a melhor equipe de engenharia genética do país por US$ 5 milhões de dólares por ano, e estima que os netos das vacas valerão R$ 8.000 cada. Faz um business plan no melhor Power Point e vende 20% da COWX no maior IPO da história, por US$ 10 bilhões. No final você tem 56% da COWX, empresa que vale R$ 80 bilhões na Bovespa, já com a promessa de liderar a consolidação do mercado global de carne. Aparece entre os top 50 da Fortune e avisa Bill Gates que está chegando!


Amanhã eu atualizo isso com algo menos imbecil.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Chega!

Cansado de adiar indefinidamente a atualização do seu blog não apenas por estar sem assunto mas por estar com uma falta de inspiração e disposição que deixaria qualquer escritor falido com inveja?

Eu também!

Então chega, eis a solução para nossos problemas: comece a escrever! Não tem o que dizer? Não importa! Apenas escreva e acredite que tudo ficará bem, o céu voltará a ficar azul e sua cabeça se sentirá mais leve. Saca aquele papo de "enfrente seus problemas de frente"? Por aí.

Yeah! Go for it, man, jump off the high dive, stare down the barrel of gun, pee into the wind!


Esses últimos dias tem sido um tanto entediantes, minha paciência para filmes e música diminuiu consideravelmente e para piorar o meu time resolveu jogar mal, o que sempre deixa tudo mais triste. Devo dizer porém que tal nível de tédio me ajudou a despertar certos hábitos que permaneciam especialmente adormecidos esse ano, e eu estou me referindo obviamente ao agradável hábito da leitura.

Terminei finalmente o Jangada de Pedra, do sempre genial Saramago. Chega um ponto nas nossas vidas literárias que a gente passa a não dar mais tanta importância para a história em si e começa a se ligar mais no estilo. Algo como roteiro/direção, se você prefere cinema. Mas como eu ia dizendo, quando se trata de estilo, Saramago é incomparável pra mim. E, de qualquer forma, suas histórias, algumas vezes perturbadoras, outras surreais, mas sempre muito irônicas e questionadoras, não costumam decepcionar.

No caso desse livro, é a história fictícia, claro, de quando a Península Ibérica se separou do resto da Europa, por motivos quaisquer, e começou a navegar pelo Atlântico. Dentro desse contexto bizarro e surreal, Saramago conta a história de 5 pessoas (e um cão), cada um com sua característica também surreal, que passam a viajar pela juntos pela península. O livro também serve como exercício de imaginação, principalmente pra quem gosta de relações internacionais (como eu), pois as vezes a gente não percebe o quanto uma mudança geográfica pode influenciar toda a vida de uma população, economicamente, politicamente e culturalmente falando.

Um dos melhores livros dele que eu já li, e isso é muito.

Mas é claro que o meu despertar para a literatura não se resumiu a terminar esse livro do Saramago, seria pouco. Li também O Condenado, de outro escrito muito bacana, o Cornwell. E embora o estilo do Cornwell seja inconfundível também, esse livro é um bem diferente, não sendo medieval e não sendo permeado por batalhas épicas. É uma investigação policial no melhor estilo Agatha Christie.

Cornwell tem o dom de fazer personagens carismáticos e isso fica claro nesse livro, sendo o ponto alto dele. De qualquer forma, o livro é muito divertido, é daqueles que você lê em alguns dias e sente falta quando termina.

E também comecei a ler o Senhor dos Anéis, como eu disse que faria. Confesso que eu lembrava do livro sendo meio chato, mas to me supreendendo, mó legal! Não to largando ele pra nada. Mas o Tolkien era um cara meio exagerado, eu fico me perguntando o que uma pessoa que não tenha a menor noção sobre a história se sentiria lendo esse livro. Ele joga milhares de nomes de pessoas e lugares que a maioria deles nem eu que faço parte de um fórum sobre as obras dele conheço ou sei do que se trata. Acho que a idéia é deixar esses detalhes de lado, com o tempo você se acostuma com eles, anyway.


Mas para lhes ser totalmente sincero, embora ande sem paciência pra filmes, eu até que vi dois esses dias. Os Infiltrados e As Horas. O primeiro eu já tinha visto e gostado, o segundo eu vi pela primeira vez e achei meio chato. Mas é daqueles filmes que você tem que pensar e confesso que eu não estava no clima certo pra muitas indagações, o que volta com a idéia de que eu ando sem paciência pra filmes.

E em tempo, Vandinho? Sinto cheiro de um novo Souza ou (medo) um novo Dimba. Mas bem, só vendo hein. Espero queimar minha língua.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Em outras notícias...

...esse blog não morreu. É sério, não faça essa cara de DESCRENÇA. Isso me ofende.

Passar bem.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Queda de Rendimento

Um ponto em nove disputados nas últimas três partidas. Pouco pra quem quer ser campeão, mas a queda de rendimento viria eventualmente. E o time ainda não está jogando mal, jogou o suficiente pra vencer os 3 jogos, mas simplesmente não aconteceu.

Não gostei do empate, mas podia ser pior. De qualquer forma, ainda estamos na liderança (não acho que o Grêmio vença o Figueira amanhã) e no fundo é como o Caio Júnior diz, a liderança nesse momento não vale nada, o importante é ficar nesse bolo de cima da tabela até as últimas rodadas. Até porque esse tá com cara de ser o campeonato mais equilibrado da era dos pontos corridos.

Flamengo não jogou muito bem novamente, e contou com a sorte dos erros da arbitragem (que errou pros dois lados, mas favoreceu mais o Flamengo realmente), mas eu pelo menos fiquei feliz com um fato: O Flamengo jogou como Flamengo. Não abdicou do ataque em momento nenhum e mesmo com um jogador a menos teve muito mais posse de bola que a Lusa e levou muito mais perigo.

Mas um time que tem a ambição de ser campeão brasileiro não pode fazer dois pênaltis tão bobos que nem nesse jogo. Ambos foram ridículos, totalmente sem necessidade. Aquele pênalti que o jogador tá na cara do gol e o zagueiro é obrigado a derrubá-lo é totalmente compreensível, mas não foi o caso em nenhum dos lances. Da mesma forma, o Ibson não pode perder dois pênaltis no final do jogo da maneira que perdeu. Perdeu o primeiro, não tá confiante? Deixa que outro jogador bata. Maldito filho do IB!

E principalmente, um time que tem a ambição de ser campeão brasileiro não pode ter um jogador expulso de maneira tão infantil. Tardelli vinha jogando bem até, mas jogou por água a baixo todo o trabalho do time com aquela expulsão imbecil.

(Em tempo, o Sérgio se adiantou tanto na segunda cobrança quanto tinha se adiantado na primeira. Se é pra marcar tudo, é pra marcar tudo. Mas também não tenho porque reclamar da arbitragem nesse jogo, enfim. E o Fábio Luciano fez sua pior partida com a camisa rubro negra.)

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Hamburgures x Filmes

Mas uma semana começando e ainda não me decidi se o destaque do fim de semana foi o hamburguer de sábado à noite ou o filme de sábado de madrugada.

Se você é daqueles que quanto maior o sanduíche, melhor, então o destaque certamente vai pro hamburguer, degustado no pouco conhecido B-52, em Botafogo. Começando pelo nome: Monster Burguer. Não é exagero. É algo realmente monstruoso. Me matei pra comer tudo, mas não aguentei as batatas, que também vem em grade número. Mas deixando de lado a questão do tamanho, é um ótimo hamburguer. também ressalto o molho que eu escolhi, de gorgonzola, mó bom.


Mudando um pouco o assunto para algo menos "oi eu sou guloso", o filme merece comentários também, pois entrou no meu top 3 filmes de máfia, ao lado de O Poderoso Chefão e Os Bons Companheiros. Era Uma Vez na América é o nome, dirigido pelo Sergio Leone. A história por si só já é super legal, nada que fuja muito dos temas normais a filme de máfia, mas a questão aqui é que o foco está nos personagens e nas relações entre eles e não nos fatos. Não há um grande roubo, um grande esquema, uma grande trama política, o filme todo se baseia na interação dos personagens, trazendo os temas de amizade, traição, amor e redenção à tona.

A direção do Leone é brilhante. Ele tem um dom de fazer cenas marcantes, daquelas que emocionam e ficam na sua cabeça por horas, das mais banais às mais importantes. O que me chamou a atenção na direção é que ela é muito simples, muito óbvia, até clichê em alguns momentos, mas ela tem um bom gosto tão grande que tudo parece muito mais elaborado do que realmente é.

Único porém é que são 4h de filme. Eu acho bem legal filmes longos assim, eu admiro a ousadia, mas tenho um sério problema em ficar na frente da tv por tanto tempo, então tive que dar uma pausa no meio desse. Mas ao contrário de alguns filmes, tipo Magnólia, o filme não perde o andamento e não fica cansativo demais em nenhum momento. Afinal, são 5 décadas de história em um filme, acho que a duração ficou até de bom tamanho.

Algumas considerações:

- O De Niro está nos 3 filmes do meu top 3 filmes de máfia.
- Minha namorada muito perspicazmente descobriu que a garotinha que interpretou a jovem Deborah era a futura estrela Jennifer Connelly, com seus 12 aninhos.
- Joe Pesci faz uma ponta ridícula nesse filme. Ele aparece em, tipo, duas cenas.
- A cena do doce, onde o garoto tenta se decidir entre uma prostituta (virar homem) ou um doce (continuar criança) é uma das cenas mais perfeitas da história do cinema.
- A Jennifer Connelly já era linda com 12 anos de idade.
- Eu não sou pedófilo.

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Engraçado como essas coisas que eu escrevi aí em cima deveriam ter sido postadas há uns dois dias, mas a gente tem assistido tantos filmes que eu não tive tempo de atualizar isso, aí foi acumulando. Na verdade daqui a pouco eu vou ser obrigado a botar aquele já manjado template com uma pipoca lá em cima, pois parece que eu só falo de cinema, o que não é de maneira nenhuma uma coisa ruim, mas não era o objetivo inicial desse blog, não que houvesse algum.

De qualquer forma, eu não gosto de deixar filmes sem comentários, até porque todos os vistos esses dias foram muito bons, portanto, dois pontos:


Marcas da Violência: Eu gostei desse, mas acho que poderia ser bem melhor. De certa forma, também é um filme de máfia, embora seja contado do lado de fora, do lado do mafioso que foi obrigado a fugir e se exilar por algum motivo qualquer, passando a viver como um simples pai de família, trabalhando em um café. No caso, o mafioso é interpretado pelo Viggo Mortensen, eterno Aragorn, que nos traz uma atuação sólida o suficiente pra você realmente acreditar que ele não é um mafioso. O que aliás é muito bem reforçado pelo roteiro, pois a mudança de mafioso fodão para pacato pai de família é tão forte pro personagem que ele mesmo parece acreditar que o passado dele não existia.

Gostei da direção, o filme tem um todo um clima de suspense excelente. Eu não costumo ficar muito tenso em filmes, mas esse me deixou bem tenso em algumas partes. Tem umas cenas bem violentas e umas cenas de sexo bem safadas.

A questão que deixou o filme mais baixo no meu conceito foi o roteiro. O filme é excelente até a metade, que aliás é o clímax. Depois a história se perde e tudo parece meio jogado, meio sem sentido, até chegar num final que é tão aberto e abrupto que você pode imaginar qualquer coisa daquilo.


Encontros e Desencontros: Esse, por outro lado, de máfia não tem nada. Já havia visto esse filme há uns dois anos atrás, e confesso que não tinha gostado. Não tinha entendido nada da história, tudo me pareceu sem sentido e mal desenvolvido.

Felizmente o meu senso crítico melhorou um tanto de lá pra cá, dessa vez eu entendi muito bem tudo e amei o filme. Não que seja um filme muito complicado, mas não é exatamente convencional. O roteiro é até bem simples, é a história de uma jovem mulher (Scarlett Johansson, mais linda do que nunca) e um homem de meia idade (Bill Murray) que se conhecem em um hotel no Japão e começam a viver uma grande amizade/romance.

O grande ponto desse filme é a sutileza. Não há grandes diálogos (propositalmente), as conversas entre os protagonistas são em sua maioria bem genéricas e não elaboradas. Eles não tem muita coisa em comum, mas ainda assim eles se identificam completamente um com o outro e você consegue sentir isso perfeitamente com a direção da Sofia Coppola e com a atuação dos dois, que estão perfeitos em seus papéis.

Assim, é incrível. Você pode perceber como os dois estão completamente deslocados, não apenas por estarem em um país super diferente, mas em relação a tudo. Em relação as pessoas que eles encontram, aos lugares que eles visitam, enfim, em relação ao mundo. E é lindo ver como eles se acham naquele lugar estranho e logo se identificam.

Outro ponto legal é que o filme não parte pra idéia clássica de "Sexo, Beijos, Amor", etc, tanto que só há um beijo, e mesmo assim apenas no final. É tudo menos carnal, mais voltado pro sentimento entre os personagens, como se eles se apaixonassem e isso realmente não tivesse nada a ver com a aparência, ou qualquer tipo de desejo sexual. É uma forma do filme mostrar que o amor é mais que isso.

Eu fiquei surpreso com a direção da Sofia, pois odiei Maria Antonieta. Mas aqui a direção é excelente, mostrando perfeitamente a monotonia e o deslocamento dos personagens. O roteiro, também dela, é outro primor, por tudo que foi falado acima.

De certa forma me lembrou de Antes do Amanhecer, embora ambos sejam também bastante diferentes. Mas no fundo ambos retratam muito bem e de uma maneira simples e verdadeira a idéia do amor, ao contrário da maioria dos romances que existem por aí.


Sangue Negro: Muito bom também. Tem um dos personagens mais interessantes que apareceram por aí ultimamente, o protagonista, interpretado brilhantemente pelo Daniel Day-Lewis. Sério, se teve um ator que mereceu esse Oscar, foi ele. O outro Oscar ganho por Sangue Negro foi o de fotografia, que foi também muito merecido.

Porém, ao contrário de muitos, não acho que deveria ter ganho o Oscar. Mas eu também não acho que Onde Os Fracos Não Tem Vez mereceu. Agora que já vi os 5 filmes indicados, eu botaria eles na seguinte ordem, decrescente:

1. Desejo e Reparação
2. Conduta de Risco
3. Sangue Negro
4. Juno
5. Onde Os Fracos Não Tem Vez


Fico por aqui.

sábado, 19 de julho de 2008

Vícios Nostálgicos

Deixei o ritmo cair um pouco, mas todos sabiam que um post por dia era loucura. Não há assunto que resista. Fazendo um paralelo com a campanha do mengão no Brasileiro, todos sabiam que a derrota ia vir uma hora. Mesmo jogando bem, perdemos para o Coxa, numa das partidas mais injustas até então. Mas, como aqui, ainda existe aquela gordura e o saldo ainda é positivo, e o que importa é a continuação de um trabalho que vem dando certo!

Mas, chega a hora de dar um tema a esse post, e decidi que vai ser um tema um tanto manjado, porém fora de moda: Senhor dos Anéis. Difícil acreditar que eu me (re)viciei em Senhor dos Anéis a essa altura do campeonato, mas é a mais pura verdade. Passei os últimos dias super entretido assistindo as versões extendidas dos filmes, que eu nunca tinha visto muito bem.

É engraçado, porque SdA sempre fez parte da minha vida, desde quando eu ouvi falar na coisa toda e resolvi ler A Sociedade do Anel, back in 2001. E é aquela coisa, 14 aninhos, cabeça totalmente influenciável, me apaixonei de cara. De lá pra cá muito tempo passou, os livros e filmes me marcaram muito, e não é nada de mais eu dizer que de certa forma mudou a minha vida.

Graças ao Fórum da Valinor (muito nerd, pqp), que apesar de todos os defeitos, foi um lugar que eu conheci meus melhores amigos. Foi um lugar aonde eu aprendi muita coisa, tanto com filmes, músicas, esportes, livros, em relação a vida mesmo. Foi onde eu comecei a adquirir um senso crítico maior em relação as coisas que me cercam.

Mas como eu disse, essas coisas fazem tempo. Eu mal lembrava dos filmes, por isso resolvi ver de novo. E nesses horas você vê que tudo isso não foi por acaso. Pois são realmente clássicos, são filmes que realmente marcaram uma época e que eu tenho certeza que daqui a 30 anos ainda vão ser considerados clássicos.

É raro ver uma obra tão detalhista como a de Tolkien, onde praticamente todo personagem tem sua história desenvolvida. E esse nível de detalhismo foi o mesmo nos filmes. Chega a ser tocante o cuidado e o perfeccionismo de todos envolvidos nesses filmes. Se alguém viu os extras dos dvds, sabem do que eu estou falando.

Cito como exemplo a preocupação em cada cena de permanecer fiel ao livro. Na cena em que o Frodo acorda em Valfenda e o Sam vai abraçá-lo, por exemplo. Tem um trecho dos extras que diz que o Ian Mckellen dizia a todo momento pro Sean Astin "não esqueça de pegar na mão do Frodo, são esses detalhes que os fãs estarão procurando". Outro exemplo desse perfeccionismo são o cuidado dos designers em estabelecer uma cultura própria pra cada raça, e mesmo pra cada povo. Desde a arquitetura, até o design das armas, roupas, tudo, cada raça tem a sua própria característica.

Os exemplos abundam, mas eu não vou me aprofundar neles, cabe a quem se interessar procurar assistir os dvd's. Se é que todo mundo que está lendo isso aqui já não viu, pois SdA é uma coisa tão próxima da minha vida que eu tenho dificuldade em assimilar o fato de nem todo mundo ter visto.

(essa semana começo a reler os livros também uhahauhhaha)

quinta-feira, 17 de julho de 2008

A Hipocrisia da Morte

Não gosto muito da maneira que as pessoas tratam a idéia da morte. Como se a morte perdoasse tudo, ou tornasse os falecidos coisas que eles nunca foram quando vivos. A morte é o cúmulo da hipocrisia. Não estou com humor pra me aprofundar muito nessa discussão, mas fica aí um texto que é bastante relevante em algumas muitas situações. É um trecho de "Os Irmãos Karamazovi", do Dostoiévski.


"- Deixa-me perguntar-te mais uma coisa, meu irmão: é admissível que cada qual tenha o direito de julgar seus semelhantes e decidir quem merece viver e quem não o merece mais?
- A questão de merecimento não tem nada a ver com o caso. O problema geralmente se resolve nos corações humanos, sem que se considerem os merecimentos, mas por motivos muito mais naturais. E, quanto ao direito... ora... quem é que não tem o direito de desejar?
- A morte do próximo?
- E por que não? Por que mentir a si mesmo, se todos os homens são assim e, talvez, nem possam viver de outro modo?"

(é um diálogo entre os personagens Ivan e Aliéksiéi Karamazov)


Sem mais.


terça-feira, 15 de julho de 2008

Vila Velha É Logo ali

O Epica anunciou hoje que virá ao Brasil em Setembro pra fazer dois shows apenas, segundo o Mark porque a Simone ainda está meio frágil de uma virose (aff) e eles não querem correr riscos. Não vou nem entrar nessa discussão porque eu nem sei o que ela teve, então sei lá se eles estão certos ou se isso é só uma desculpa. De qualquer forma, me chamou a atenção pros locais anunciados: São Paulo (claro, que banda não vai pra São Paulo?) e Vila Velha. Sim, Espírito Santo.

Com todo respeito aos capixabas, o Espírito Santo deve ser o estado mais inútil do Brasil. Ninguém fala dele. O Acre, por exemplo, já virou pop, todo mundo faz piadinhas com ele. Tocantins, Piauí, são outros que de tanta inutilidade já acabaram aparecendo por aí. O Espírito santo não, ninguém fala dele, é como se ele não existisse. Aparentemente ele só serve pra manter o Rio separado da Bahia.

Logo, não sei como é a cena do metal em Vila Velha. Mas atualmente eu não duvido que seja mais forte que a do Rio.

É aquela coisa né, hoje em dia não dá nem mais pra reclamar das bandas que não vem pro Rio. Fui no show do outrora grande Queenrÿche, se teve 500 pessoas foi muito. Circle II Circle então, a contagem oficial foi em torno de 90 pagantes. Não tem motivo pra uma banda de metal vir pro Rio, se pararmos pra pensar talvez seja mais jogo ir pra Vila Velha mesmo.

Nightwish é outro exemplo. OITO datas aqui no Brasil. Nenhuma no Rio. Dentre essas datas, há duas reservadas pra São Paulo e uma para a mesma Vilha Velha, que aparentemente é o novo point do metal nacional, assim como há algum tempo atrás fora Catanduva. Gostaria muito e saber se esses shows ficam cheios.

Mas é, queria ir nesse show do Epica. Mas provavelmente não a ponto de sair do meu querido estado.

P.S. - É um crime falar de Epica sem botar uma foto da Simone, então aí vai:



Edit: Mais uma, porque pqp:

Freguesia



Notícia velha, eu sei, mas Flamengo e Vasco não tem como não comentar.

Vitória incontestável do meu Mengão, frente aos nossos eternos fregueses bacalhoenses. Foi uma das melhores partidas do Fla nesse Brasileiro, jogou o tempo inteiro com segurança, atacando e defendendo com intensidade, sem dar muitas chances pro Vasco, não que eles pudessem fazer muita coisa com esse elenco que eles tem atualmente. O resultado final foi até magro, já que é preciso destacar a nossa já peculiar elegância em deixarmos o Alex Teixeira fazer aquele gol bunda no final pra não deixar o saudoso Dinamite totalmente sem graça em pleno Maracanã. E ele vai ter muito trabalho pela frente, hein. Desejo boa sorte pra ele de qualquer forma, pois assim está ficando muito fácil.

E golaço aço do Cristian, pqp. Ao contrário de muitos, eu acho que era uma bola até defensável, mas isso não faz o gol menos bonito.

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Fim de semana com muitos filmes, muitos pra se comentar todos com alguma dose de detalhismo, mas o suficiente para não deixá-los sem comentário algum:

(talvez rolem spoilers)

Conduta de Risco: Filmaço! Outro dos indicados ao Oscar de melhor filme (agora só falta Sangue Negro), confesso que era o que menos me empolgava. Tanto que ele já está nas locadoras há meses e só agora tive vergonha na cara de alugar. Esse filme é daqueles que o título não ajuda muito. "Conduta de Risco" tem mó cara daqueles filmes de ação bundões que você vê as dúzias por aí, ou melhor, você não vê mais, porque você já viu tantos que não tem mais a menor graça. O nome no original, Michael Clayton (personagem principal, interpretado pelo Clooney) é um título melhor, mas também não empolga muito. Tá, eu não sei que título seria bom, mas não gostei desses huauhuhaa.

De qualquer forma, como eu disse, é um filmaço. Roteiro excelente, as atuações não são nada menos que fantásticas. O Tom Wilkinson realmente merecia esse Oscar. Os personagens são interessantes também, não soam maniqueístas em momento algum. A diretora da empresa de transgênicos (Karen), por exemplo. Você consegue perceber todos os dilemas que existem na cabeça dela. Ela não é aquele personagem mau, que passa por cima de tudo e de todos pra chegar aos seus objetivos, sem dar a mínima. Ela é uma pessoa ambiciosa, com uma responsabilidade muito grande em suas costas, que percebe claramente todas as merdas que ela tem que fazer pra conseguir o que ela precisa. Uma das melhores cenas é quando ela tem aquela conversa com o líder daqueles espiões que estavam de olho no personagem do Wilkinson (Arthur). A situação deixa sutilmente claro que é imprescindível a morte do Arthur (sem jogar a informação na sua cara tipo "nós temos que matá'-lo!!", como se os espectadores tivesses dez anos). O modo como a Karen entende a situação, fica transtornada com o que ela tem que fazer mas mesmo assim ela consegue dar a ordem pro cara é uma parada incrível. Nesses momentos você percebe que a atriz, Tilda Swinton, não ganhou o Oscar de coadjuvante por acaso.

Enfim, até que eu falei bastante. Vejam esse filme.


Terra de Ninguém: Para desespero da minha amada namorada, aluguei esse filme na surdina. Ela, que não gosta muito de filmes estrangeiros (sabe, porque nós moramos nos EUA) e muito menos de filmes de guerra, foi obrigada por mim a assistir um filme estrangeiro de guerra. De má vontade, mas assistiu. Por isso, duvido que ela admita que gostou, mas eu achei o filme muito bom. É daqueles filmes que só a sinopse já te atrai: se passa durante a Guerra da Bósnia e conta a história de dois soldados, um sérvio e um bósnio, que por acasos aleatórios se acham presos entre as trincheiras inimigas. A essa situação insólita se junta os esforços atrapalhados da ONU pra resgatar os pobres soldados do meio do campo de batalha e a desagradável luta da imprensa mundial pra tentar acompanhar cada passo da aventura.

Pra mim, que pretendo fazer relações internacionais e consequentemente me amarro nesses temas de diplomacia, foi um prato cheio. As dificuldades de se negociar uma trégua de algumas horas durante um conflito, as burocracias irritantes de um sistema de hierarquia totalmente ultrapassado e as dificuldades impostas pela língua, tudo isso foi bem explorado pelo filme. E ainda, não podia faltar, uma sutil discussão sobre essa guerra ridícula, que matou centenas de milhares de pessoas a troco de nada. A cena em que os dois soldados discutem sobre qual dos lados começou a guerra chega a ter um triste lado cômico.

Esse lado cômico aliás, é uma boa sacada do filme. As questões levantadas pelo filme são bem pesadas, o que talvez tornasse o filme meio insuportável. Mas há esse lado cômico/irônico que é conduzido com maestria pelo diretor Danis Tanovic. Há várias cenas que você ri bastante, deixando o filme com o clima um pouco mais leve.

Ah, o filme ganhou Oscar de melhor filme estrangeiro em 2001. Venceu ninguém menos que Amélie Poulain. Acho que a Amélie merecia melhor sorte, mas Terra de Ninguém também é excelente.

Frase do filme: "Neutrality does not exist in the face of murder. Doing nothing to stop it is, in fact, choosing. It is not being neutral."


Penelope: Como eu havia feito a Rapha assistir o filme acima, ela exerceu seu direito e me obrigou a assistir esse. E não digo isso só porque fui obrigado a ver, visto que até ela concordou comigo, mas esse filme é péssimo huauhauha. Comédia romântica idiota com o James McAvoy, ator divertido que fez Desejo e Reparação e último rei da Escócia. O elenco também conta com a irritante Cristina Ricci e a enjoada Reese Witherspoon (que faz uma super ponta, um dos personagens mais dispensáveis que eu já vi em um filme). O filme é até bem dirigido, mas a história é tão imbecil e mal elaborada que nada salvaria esse filme.


Shakespeare Apaixonado: Filme bonitinho esse. Clássico também, provavelmente a maioria que está lendo isso já viu, mas eu nunca tinha visto. Ganhou o Oscar de melhor filme em 1998, ganhando de Elizabeth. Fatos curiosos: Os dois filmes se passam na mesma época (da rainha Elizabeth). O mocinho dos dois filmes é interpretado pelo mesmo ator, Joseph Fiennes, que embora atue bem, foi um dos únicos personagens dos dois filmes que não foi indicado nenhuma vez ao Oscar. Geoffrey Rush é outro que participa dos dois filmes (foi indicado por Shakespeare Apaixonado).

Não tenho muito o que dizer desse filme, mas eu gostei.



Vou parar de escrever antes que as pessoas me batam.

domingo, 13 de julho de 2008

Clássicos Nunca Vistos

Sacam aqueles filmes que parece que todo mundo já viu - menos você? Eu sempre tive vários exemplos pra dar, felizmente eu tomei vergonha na cara e corri atrás, vi a maioria deles. Claro que sempre vão existir aqueles que você vai dizer que nunca viu e a pessoa vai ficar chocada e dizer 'nooossa, como você não viu esse filme??!'. É, acontece, e eu mesmo faço isso, pra ser sincero. Outro dia desses eu descobri que uma amiga minha nunca viu Senhor dos Anéis. Nenhum deles. Fiquei pasmo. De qualquer forma, talvez seja a reação de muitos quando eu digo que nunca vi Indiana Jones ou Tropa de Elite ou mesmo nenhum filme do Hitchcock. Acontece, é a vida.

Mas o porque desse lenga lenga no começo do post? Ontem eu vi um desses filmes que poucos acreditavam que eu nunca tinha visto. Pois é verdade, eu nunca tinha visto Coração Valente. Eu sei que é um clássico, eu sei que passa dia sim dia não na tv aberta e que nos dias que não passa na tv aberta, certamente passa na tv a cabo. Mas é, eu nunca tinha visto. Como eu disse, acontece, é a vida.

Por isso chega a ser ridículo encher de elogios um filme que ganhou vários Oscars há malditos treze anos atrás e que todo mundo já viu no mínimo umas doze vezes. Ninguém mais precisa ouvir o quanto o filme é foda, o quanto a fotografia é perfeita e o quanto a história é bacana. É chover no molhado.

De qualquer forma, se você é um desses infelizes que nunca viram esse filme, corram atrás. Juro como vale a pena.

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Vi também Juno esses dias. Adorei! Não tem nada de mais o filme, é apenas uma história divertida, com personagens carismáticos que fogem dos clichês hollywoodianos, contada de uma maneira não muito convencional. A Ellen Page realmente atua muito bem, mas gostaria de ver ela em um papel diferente. Ambos os filmes que vi com ela (Juno e MeninaMá.com) ela tem um papel parecido, psicologicamente falando. Não que ela saia cortando sacos em Juno (haa, spoilers) mas nos dois filmes ela faz o papel de uma menina, segura, independente, meio perdida na vida. Ainda tenho minhas ressalvas se ela é realmente uma atriz fantástica ou se os papéis caíram muito bem pra ela.

Mas enfim, o filme é muito bonitinho, também vale a pena. Destaque também pra trilha sonora, que é muito divertida.

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Flamengo x Vasco hoje. Vamos bater nessa putinhas, Marcinho!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

O Futuro do Jon Oliva

O Jon Oliva concedeu mais uma entrevista nesses últimos dias (que pode ser conferida aqui [trecho em português] ou aqui [completa em inglês]) aonde ele falou, entre outros assuntos, sobre o tão comentado futuro do Savatage.

Nada de novo, porém. Sem planos para o Savatage. Mas há alguns pontos que merecem ser discutidos, até porque o cara é o meu ídolo, mas existem algumas falhas gritantes no discurso dele. Então vamos por partes:


Existe um futuro para o Savatage?

"Na verdade, se você olhar para o TRANS-SIBERIAN ORCHESTRA, ele é o SAVATAGE. Todos os membros do período 'Dead Winter Dead / Wake Of Magellan' estão no TSO. Então é basicamente SAVATAGE sob um nome diferente, e quando você ouve 'Dead Winter Dead' ou 'Wake of Magellan' e a música do TSO, esses discos do SAVATAGE soam bem próximos ao som que o TSO faz."

Olha, não é assim. Há uma proximidade - óbvio, são os mesmos compositores - mas a diferença entre Savatage e TSO é também óbvia. O TSO é muito mais fofinho, muito mais radio friendly, muito mais teatral. Não é à toa que os caras estão enchendo a bunda de dinheiro. Falta ao TSO aquele peso que sempre esteve presente no Savatage, o TSO está no limite daquilo que pode ser considerado metal (e eu não estou falando mal, eu sou apaixonado por TSO).

"Veja só, o primeiro single de natal ‘Christmas Eve Sarajevo 12/24’ nós lançamos no 'Dead Winter Dead' do SAVATAGE, e ninguém queria tocá-lo. Então, quando o lançamos com o TSO, foi o single mais vendido do país. Daí percebemos que tínhamos levado o SAVATAGE até onde podíamos."

Errado. Aí vocês perceberam que vocês podiam ganhar grana pra caralho se deixassem o Savatage de lado e partissem com tudo com o TSO e suas músicas natalinas. Christmas Eve é uma das minhas músicas favoritas, mas ela também é perfeita pra ser tocada em rádios, principalmente perto do natal. Esse lance da indústria musical de desprezar uma banda por ela ser de heavy metal é imbecil, mas sempre foi assim e sempre será, isso não justifica nada.

Sinceramente, nada contra o cara querer ganhar uma grana. O cara passou mais de 20 anos com uma banda que nunca deu dinheiro pra ele, não há nada mais justo. Eu faria o mesmo, e tenho certeza que 99,9% das pessoas que criticam ele também fariam. Mas eu não engulo esse papo de "vocês não tem do que reclamar, o Savatage é o TSO, eu sou gordo pra caralho, bla bla". Seja homem e diga que o Savatage acabou e que agora só há planos para o TSO (e para o Jon Oliva's Pain).

"Os fãs são ótimos e leais, tocamos com o SAVATAGE por vinte e tantos anos, mas não temos mais 21 anos."

Eu tenho.

"Nós começamos o lance do TSO que foi ótimo e obteve muito sucesso. E isso é difícil de admitir, porque comecei o SAVATAGE com meu irmão, e esse é maior chute na bunda que pode existir".

Isso não fez sentido na minha opinião.

"Mas agora não preciso me preocupar em cuidar da minha família por causa do sucesso do TSO, sabe?"

É, agora nada de cuidar da sua família, ela que se exploda huauhauhhuauhuha

"As pessoas se apegaram bastante ao nome, mas a essa altura, você consegue o melhor dos dois mundos. Você tem os membros do SAVATAGE fazendo o lance de natal com o TSO, você tem o JON OLIVA’S PAIN comigo, onde tocamos as coisas mais antigas do SAVATAGE como ‘Sirens’, ‘Power Of The Night’, ‘Mountain King’, ‘Streets’, ‘Gutter Ballet’, e Zak (Stevens) com sua banda CIRCLE II CIRCLE, onde ele toca as músicas de quando ele estava no SAVATAGE, como ‘Edge of Thorns’ e ‘Handful of Rain’. Quero dizer, meu set é metade SAVATAGE, metade JON OLIVA’S PAIN."

Sinceramente, trocava os 3 pelo Savatage firme e forte. Fora que o TSO jamais vai vir pro Brasil ou coisa parecida, só aí eu já não vejo a maioria dos membros do Savatage. E é bom esse gordo escroto vir logo pro Brasil, pra consolar nós, pobre fãs desconsolados.

"E veja o sucesso do TSO. Temos pessoas como Roger Daltrey do THE WHO, Paul Rodgers (QUEEN, BAD COMPANY), possivelmente Robert Plant (LED ZEPPELIN) vai tocar conosco esse ano, também Geoff Tate do QUEENSRŸCHE, Tommy Shaw do STYX, Ian Hunter, John Anderson do YES. Quero dizer, essas pessoas são lendas e querem tocar conosco. Para mim, é o maior elogio que existe, fico louco só de imaginar".

Ok, isso vai ser foda.



Então no futuro, você não vê os membros do SAVATAGE se reunindo e fazendo shows sob esse nome?

"É assim… Eu poderia facilmente sair e fazer JON OLIVA’S SAVATAGE com os caras do JON OLIVA’S PAIN. Mas por respeito não só ao nome, mas aos caras que tocaram junto comigo no SAVATAGE por vinte anos, e aos caras que tocam comigo agora, não farei isso. Não é a mesma coisa, é diferente com esses caras do OLIVA’S PAIN. Estou tentando fazer algo diferente com eles, enquanto me mantenho fiel às minhas raízes no SAVATAGE, além de não querer trabalhar sob a sombra do nome SAVATAGE."


Ele não entendeu a pergunta na minha opinião. Ninguém perguntou porque ele não fala que o JOP é o Savatage, mas sim se existiria a possibilidade dos antigos membros do Savatage voltarem a fazer shows com ele, sob o nome da banda.

"Porque realmente, tocar no JON OLIVA’S PAIN não tem nada a ver com dinheiro."

Fato.

"Estou me divertindo muito com esse projeto, e é totalmente focado na música. Esse é outro motivo pelo qual não quis usar o nome SAVATAGE, não quero que as pessoas achem que estou sugando o nome até a última gota, entende?"

Eu particularmente acho que a questão do Jon usar o nome de Jon Oliva's Pain e não do Savatage é muito mais por causa do Paul O'neill do que por respeito aos ex integrantes. Ora bolas, todo mundo já cansou de ouvir de vários ex integrantes do Savatage (Caffery, Middleton) que eles adorariam tocar mais uma vez pelo Savatage! Toda hora rolam boatos na internet por causa da declaração de um deles. A questão é que o Paul é diretamente responsável por tudo que o Savatage fez e não rola do Jon levar tudo isso nas costas sozinho.

"Eu não preciso mais trabalhar um dia sequer na minha vida se não quiser com o que consegui fazendo o TSO. Eu poderia simplesmente ficar sentado sobre minha bunda gorda e assistir futebol pelos próximos dez anos! (risos),"

Hohohoho eu sou gordo e rico pra caralho.

"mas eu não quero. Eu amo tocar, e é isso que vou fazer. Além do mais, tem tanta música feita pelo meu irmão que as pessoas ainda não ouviram que eu vou continuar tocando até eu conseguir lançar toda e qualquer música que meu irmão escreveu comigo. Aí então eu vou parar e fazer trilhas sonoras para filmes de terror ou algo numa montanha até ficar velho e grisalho".

Por mais que eu critique e encha o saco, enquanto ele continuar tocando o que for que seja, eu serei uma pessoa um pouco mais feliz.




quinta-feira, 10 de julho de 2008

Primeira Semana



E enfim esse blog chegou há uma semana de vida! Mas ele já existe desde Dezembro de 2005 dirão alguns perspicazes. Verdade, ele existe desde Dezembro de 2005, mas faz uma semana desde sua revitalização, com template novo, novos temas, novas motivações, nova vida. Uma semana de vida, portanto.

Há uma famosa pesquisa do Google Analytics que concluiu que 98% dos blogs não chegam ao primeiro ano de vida. 1 ano, 1 mês, 1 semana. Um passo de cada vez. Se continuarmos com a mesma empolgação e dedicação, esse 1 ano passará rápido e poderei me incluir nesse seleto grupo de bloggers de sucesso.

Analisando a história antiga do Devlin's Lair, tivemos em 29 meses (dois anos e meio) apenas 37 posts, o que nos dá uma média de 1,27 post por mês. Nessa última semana, entretanto, já se foram 9 posts (contando com esse) em 9 dias (eu sei que uma semana tem 7 dias, to arredondando, me deixem), o que nos leva a uma média de 1 post por dia.

Uma média alta de mais para os meus padrões, temo, dificilmente ela se manterá durante essa meta de um ano, mas o blog permanecerá firme e forte.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Posers?



Maria Vassileva, do SofiaEcho.com, relatou que o concerto de abertura do Manowar no Kaliakra Rock Festival 2008, na Bulgária, durou cinco horas e um minuto.

A apresentação representou a tentativa da banda de quebrar o recorde mundial do maior concerto de Heavy Metal que eles próprios estabeleceram em 2007, na último edição do festival.

Joey DeMaio, Eric Adams, Karl Logan e Scott Columbus satisfizeram uma multidão de vinte mil pessoas com um setlist de mais de 40 músicas, uma seleção que reflete a história da banda e todos os seus álbuns de estúdio.

Este ano, os auto-proclamados "reis do metal" tinham prometido aos fãs búlgaros bater o desempenho de três horas no palco do ano passado. Centenas de fãs da lendária banda estavam à espera de sua chegada no Estádio Kaliakra desde às 10h.

Representantes do "Guinness - O livro dos recordes" foram especialmente convidados para testemunhar o evento sem precedentes.

Fonte: Whiplash



A que ponto chega o ridículo de uma banda né. Não querendo entrar no mérito do quão foda deve ter sido esse show (e provavelmente foi muito), mas por que a banda precisa querer aparecer assim? Já não basta ter mais de 2 décadas de sucesso e uma base de fãs apaixonada? Duvido que eles fariam um show de 5h só pelos fãs, se não fossem aparecer no Guiness nem coisa parecida.

Eu fico triste pelo Manowar na verdade, pois eles tem um currículo fantástico e mais - eles ainda tem a capacidade de fazer músicas de alta qualidade. No entanto eles perdem o crédito comigo quando começam com essas palhaçadas de querer entrar no livro dos recordes, seja querendo ser a banda mais alta (volume, não altura =P) do mundo ou a banda com o show mais longo. Fora o cd ridículo que eles lançaram ano passado onde tem mais interlúdios e narrações do que música em si (e eu não estou exagerando).

Se querem fazer um show de 5h, façam, eu adoraria ir em um, mas façam pelos fãs, não pra aparecer.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Onde os Fracos Não Tem Vez

Filme de domingo foi esse aí, Onde os Fracos Não Tem Vez, grande vencedor do Oscar desse ano, não apenas como melhor filme, mas melhor roteiro adaptado, melhor direção e melhor ator coadjuvante.

Confesso que mais uma vez não consegui formar uma opinião sólida. Mas dessa vez é até compreensível: é um filme estranho, a começar pela ausência quase que total de qualquer tipo de trilha sonora. A ênfase é para o som ambiente, o que contribiu imensamente para o clima frio e sombrio do filme, mesclando perfeitamente também com a direção crua e brutal dos irmãos Coen. As cenas de ação são um primor e a fotografia não é nada menos que fantástica, dando vida a uma cenário que qualquer um consideraria morto.

O personagem do Javier Badern é um dos mais interessantes dos último tempos, não é à toa que está sendo comparado com o saudoso Hannibal Lecter. O estilo agressivo e calmo, com um sangue frio peculiar é o mesmo.

Acho que o que me incomodou no filme foi a história mesmo. Me pareceu meio jogada no vazio, sem muita explicação pra motivações, desejos, nada. Talvez possam argumentar que essa nunca seria a questão central do filme, que o filme trata apenas do comportamento humano dentro do contexto de uma perseguição mortal. Não vou entrar no mérito desse argumento ser válido ou não, provavelmente é, mas não é o suficiente pra mim. Não desejo filmes mastigadinhos, mas eu necessito de porquês.

Mas, como eu disse, a minha opinião sobre esse filme não está muito bem formada. Os pontos altos não me convencem de que eu gostei e os pontos baixos não me convencem de que eu não gostei e ao mesmo tempo esse filme é tudo menos mediano. De qualquer maneira, ele me fez pensar e por isso já merece crédito.

domingo, 6 de julho de 2008

Wimbledon

Olha, eu não ia nem comentar sobre esse jogo não, até porque eu fiquei bem triste do Federer ter perdido, mas pqp. Que jogo fantástico, fazia tempo que eu não via uma partida de Tênis tão emocionante como essa.

Os dois primeiros sets já foram bastante equilibrados, com o Nadal vencendo ambos no detalhe, ambos por 6x4. Federer já mostrava que não ia ser tão fácil quanto em Roland Garros.

No terceiro a coisa ficou mais equilibrada ainda. Quando o jogo estava 5x5 começou a chover em Londres e a partida foi interrompida por mais de última hora. Melhor pro Federer, que voltou melhor e conseguiu a vitória depois de um emocionante Tie Break.

O quarto set foi um replay do terceiro, mas sem a chuva e ainda mais emocionante. O Tie Break foi sensacional, terminando em 10 a 8, tendo o Federer um break point contra, com o Nadal sacando. Nadal sacou bem, atacou, mas com muito sangue frio o suiço conseguiu uma passada espetacular.

Chegou o quinto, o jogo continuou equilibrado. 2x2 no placar e novamente entrou em campo a chuva, parando tudo por mais meia hora. Dessa vez o Nadal voltou melhor, sempre pressionando o saque do suiço e fechando seus games com facilidade. No entanto o equilíbrio durou até o décimo quinto game, aonde o espanhol finalmente conseguiu a quebra. No décimo sexto o Federer ainda salvou dois championship points de maneiras fantásticas, mas logo o Nada conseguiu impor o seu jogo e fechar a partida depois de quase 5h de jogo.

Sei lá, fiquei muito triste, teria sido uma vitória incrível do Federer. Mas fiquei feliz pela partida e o Nadal realmente tá merecendo, por tudo que ele está jogando. Parabéns pra ele.

Nada Mais Que a Obrigação



A vitória era o mínimo esperado diante desse time do Náutico recheado de reservas em pleno Maracanã. Vai lá que o Timbu não ofereceu muita resistência, mas hé de se ressaltar a segurança com que o time do Flamengo jogou. Fez dois gols nos primeiros 20 minutos, teve chance de mais e a partir daí começou o treino.

Mas não aqueles treinos que o Flamengo adora fazer, que invarialvelmente acaba com um resquício de drama, mas o que se viu foi um time tranquilo, sem dar chances pro time adversário e sem abdicar do ataque. O terceiro gol saiu naturalmente e o quarto só não veio por acaso.

Quanto as atuações individuais, Léo Moura jogou o que não vinha jogando a muito tempo, destruiu tudo ali do lado direito com um gol, lançamentos incríveis e dribles desconcertantes. Juan também foi bem, mas esse nós já estamos acostumados. Outro destaque foi o Renato Augusto que finalmente fez uma partida excelente, dentro de tudo o que se espera dele. Foi aquele camisa 10 que faz falta nesse time há algum tempo.

Mas o melhor de tudo foi o Kleberson, que jogou com autoridade, sem deixar ninguém sentir falta do Ibson. E também o Dininho, finalmente temos um zagueiro bom para substituir nosso capitão.

Mas enfim, temos tudo pra terminar essa rodada com 5 pontos de vantagem para o segundo colocado. 5 pontos que não querem dizer nada, ainda há muito campeonato pela frente. Mas eu acredito...

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Mudando um pouco o tema, vi Senhores do Crime ontem, com minha amada namorada. Confesso que o meu sono era tão grande que não consegui formar uma opinião muito sólida sobre o filme, mas eu gostei do que vi. A história foi suficientemente interessante pra me manter acordado (embora o roteiro tenha alguns furos) e os personagens são legais, principalmente o do Viggo Mortensen. A atuação dele está incrível aliás, não foi indicado ao Oscar à toa, ele realmente entrou no papel.

Eu gosto de atores que conseguem fazer dois papéis diferentes sem que você consiga ver um papel no outro. Por exemplo, o Viggo ficou famoso por ter feito o Aragorn do Senhor dos Anéis (fato que todo mundo está cansado de saber). Aragorn foi um personagem marcante, interpretado durante 3 filmes, em filmes que fizeram um enorme sucesso. No entanto, você não vê nada do Aragorn no personagem do Viggo nesse filme (Nikolai). São atuações totalmente distintas.

(Não é por exemplo como o Keanu Reeves, que qualquer filme que você veja com ele você pensa no Neo de Matrix)

Enfim, um ótimo filme.

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Em tempo, final de Wimbledon rolando, Nadal já fez 1x0 mas o Roger está na frente no segundo set. Vamos Federer!

sexta-feira, 4 de julho de 2008

An American Prayer

(um pouco atrasado, mas enfim)

Ontem, dia 3 de Julho, fez 37 anos que esse cara aqui do lado morria, depois de 5 anos que foram marcantes o suficiente para deixar eternizado o seu nome na história do Rock.

(Engraçado pensar nisso, aliás. O primeiro cd dos Doors data de 1967, o último (ainda com o Jim), 71. Quatro anos de carreira apenas. Os Beatles, considerados a maior banda de rock da história, também nem chegaram a uma década de carreira, foram apenas Sete.)

Esse post tem apenas a simples intenção de prestar uma pequena homenagem ao saudoso Jim Morrison. Foi um dos meus ídolos na adolescência e um dos motivos que me fizeram gostar tanto de rock e música em geral.


Oh, tell me where your freedom lies.
The streets are fields that never die.
Deliver me from reasons why
You'd rather cry.
I'd rather fly.

O Template e o Futuro

E eis o novo Template! Depois de quase 3 anos de blog eu finalmente tomei vergonha na cara e resolvi mudar isso. Não fiquei totalmente satisfeito, ainda sinto falta de uma coisa mais pessoal, mas talvez seja melhor assim. De qualquer forma, ainda não tenho paciência de sentar e tentar aprender a fazer templates então até lá um toque pessoal vai ser algo difícil de se ver por aqui.

Gosto de pensar que com um template novo eu realmente me empolgue com o blog e passe a tratá-lo como uma parte mais significante da minha vida. Ele nunca teve um tema muito bem definido (leia o subtítulo), ele sempre foi apenas um depósito de textos aleatórios, idéias ou mesmo acontecimentos que por uma razão ou outra eu me sentia impelido a compartilhar com qualquer um que pudesse ter vontade de ler esse blog (qualquer um = quase ninguém).

Mas é aquela coisa né, posts muito pessoais são meio chatos. No fundo as pessoas não ligam muito. Proponho portanto um blog menos pessoal e certamente mais interessante. Afinal a vida está cheia de coisas interessantes por aí, esperando pacientemente por um comentário, seria um desperdício enorme de tempo e espaço ficar falando do que eu fiz ontem, do que eu comi no almoço, de como meu fim de semana vai ser ou não perfeito ou de como estou triste porque a minha namorada me largou (dica: ela não me largou).

Entretanto, faz-se necessário ressaltar que há algumas muitas excessões de situações de nossas vidas que talvez possam e devam ser compartilhadas com qualquer um que venha a ler este blog (quase ninguém, de novo). Situações que, se bem analisadas, por um ou outro prisma, possam trazer um pequeno, ou grande, engrandecimento, seja este de qualquer tipo, dos mais simples aos mais complexos, a quem vier observá-los. Por tal motivo, textos pessoais ainda poderão ser encontrados por aqui, com menor frequência e definitivamente com um grau maior de interesse (eu serei o juiz disso, temo).

De resto, sobrarão comentários sobre idéias, filmes, músicas, livros, jogos e essas coisas que fazem a vida valer a pena. Durante meus pensamentos nos últimos dias eu percebi que eu tenho uma dificuldade enorme de pensar para o futuro. Penso em fazer comentários sobre os próximos filmes que eu ver, por exemplo, mas logo depois penso "e todos os filmes que eu vi no passado e que não receberam comentário algum?". Isso me desanima e eu acabo deixando a idéia pra lá.

Outro exemplo mais objetivo: comecei a botar aparelho hoje. Prazo para tirá-lo? 4 anos, pelo menos. Po, isso é desanimador demais, sofrer 4 anos com pedaços de metal na boca pra enfim poder sair sorrindo em fotos. Mas aí você pensa que se eu tivesse botado há 4 anos atrás, hoje eu já seria uma pessoa mais feliz.

Minha mentalidade sempre foi meio baseada na idéia do Carpe Diem, de aproveitar o presente e não ficar pensando constantemente no futuro. Pra que sofrer agora se eu só vou aproveitar no futuro? Acho que eu levava isso a sério demais e minha vida não parecia ir pra frente.

Observem, portanto, eu botei o aparelho e eu comecei a levar esse blog a sério. Minha mentalidade mudou um pouco nesses últimos dias. Agora eu penso que o presente nunca deve ser sacrificado, mas que não pensar no futuro, de algum forma que seja, é estupidez. O futuro daqui a pouco será o nosso grande presente (em ambos os sentidos, por favor).

Assim, daqui a 4 anos eu terei os dentes perfeitos e um blog divertido com muitos textos legais. Até lá? Até lá a gente vai vivendo. Always remember, it's the trip, not the destination.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Strawberry Fields Forever!


Melhor cena de Across The Universe, filme que eu vi ontem (ou hoje, dependendo do seu referencial). Me falaram meio mal desse filme, estava com as expectativas lá embaixo, mas me surpreendi bastante. É um filme muito gostoso que pode agradar muito se você estiver no espírito certo (o que foi o meu caso, felizmente). Não é genial, mas é aquele filme que não tem a pretensão de o ser, o que contribui para o clima do filme.

O filme é um musical, apenas com músicas dos Beatles, ou seja, se você não gosta de musicais, fique longe. Se você não gosta dos Beatles, fique mais longe ainda. (Aproveite que você está longe e vá até o psiquiatra mais próximo, que espécie de pessoa não gosta de Beatles?)

Gosto de pensar nesse filme como um conjunto de perfomances musicais em cima das músicas dos Beatles, tendo um roteiro para unir tudo dentro de um espaço comum. Por isso, não espere um roteiro mirabolante e super elaborado. Ele é o que ele deve ser: simples e bem feito. Conta a história de um jovem de Liverpool que vai para a América dos anos 60 e lá faz amigos, pega a mocinha (claro) e participa de todo o movimento paz e amor dessa época, com seus protestos contra a Guerra do Vietnã e sua característica contra cultural marcante (que hoje em dia já anda manjada, mas ainda é bacana).

A direção é o grande destaque, não conhecia o trabalho dessa mulher, Julie Taymor. Fazer musicais deve ser uma coisa complicada, mas ela fez seu trabalho com muita competência, dando o toque de psicodelicidade (?) que o filme precisava, sem perder o foco em momento nenhum. Os atores também são muito seguros e apresentam uma atuação sólida, destaque pro casal de protagonistas, que ficaram muito bem juntos.

A mina é um pitel aliás, Evan Rachel Wood =D

(Desnecessário dizer que a trilha sonora é excelente, não apenas por ser um musical, mas por ser um musical Beatle. De qualquer forma, vale dizer que os arranjos ficaram em sua maioria muito legais)

Ah, pros mais aficcionados, existem referências à carreira dos Beatles por todo o filme, desde os nomes dos personagens (hey Jude e Lucy in the sky with diamonds, por exemplo) até frases ditas durante algumas cenas (She came in from the bathroom window!). Há também personagens inspirados em ícones como Jimi Hendrix e Janis Joplin (faltou o Jim, imo ahuauh).

Enfim, gostei bastante do filme =)

Max's Father: Goddammit, Max! Get serious, for once! What are you going to DO with your life?
Max: Why is it always what will I do? "What will he do", "What will he do," "Oh, my god what will he do", Do, do, do, do, do. Why isn't the issue here who I am?
Uncle Teddy: Because, Maxwell, what you do defines who you are.
Max: No, Uncle Teddy. Who you ARE defines what you do. Right, Jude?
Jude: [awkward] ... Well, surely it's not what you do, but the, uh... the way that you do it.





(Em outra notícias, parabéns ao Fluminense pelo inédito vice campeonato continental!)

quarta-feira, 2 de julho de 2008

O Caçador de CUH


Voltando após um hiato de alguns meses, dessa vez com assuntos mais lights...

(cof cof spoilers cof cof)

Vi esse filme aí ontem. As pessoas vivem dizendo que adaptações literárias não são coisas fáceis de se fazer e provavelmente elas estão certas. Esse livro, O Caçador de Pipas é bacana. Típico livro feito pra virar Best Seller, mas bem ou mal tem uma história bonita de redenção e tal. Mas é engraçado observar o sentido de moral desse nosso mundo moderno, o protagonista vive sua vida inteira atormentado por um tenso momento de covardia infantil, aonde viu seu amigo ser atacado e não fez nada. Sua redenção, 30 anos depois, consistiu basicamente em levar uma bela surra. Simplificando, devemos todos levar uma surra pra não sermos covardes? Divertido.

(claro que o livro não é isso, o autor não seria estúpido o suficiente pra fazer um personagem tão raso, há complicantes, mas não me apetece entrar nos tais)

Voltando ao filme: é uma bosta. Sinceramente, não me parece nem um pouco difícil fazer um filme bom a partir desse livro. O livro quase grita "eu quero ser um filme!". O roteiro é uma vergonha. Tudo previsível e manjado. É tipo, olhem, ele está tossindo, ele vai morrer. Sim, ele vai morrer. Olhem, a mocinha sorriu para o protagonista, eles vão se casar. Sim, eles vão se casar.

Eu tive vergonha também dos atores. Queria poder dizer que os atores afegãos, o descendentes, whatever, fizeram um bom trabalho, mas a atuação de todos eles foi triste.

A direção é do Marc Foster, que dirigiu os excelentes Em Busca da Terra do Nunca e Mais Estranho que a Ficção (e está dirigindo o novo filme do 007). Esperava muito do trabalho dele, mas nem ele se salva aqui. Direção muito burocrática. Tem alguns momentos de brilho, principalmente nas cenas das pipas, mas fica longe de salvar o filme. Mas também, se nem a direção de Filhos da Esperança salvou o filme, não era aqui que isso iria acontecer.

Vale pra quem já leu o livro, pelo menos eu gosto de ver adaptações de livros que eu já li, pra ver a visão das pessoas sobre algo que eu conheço e tudo isso, e vale pela trilha sonora, que é muito boa. No mais, fique longe.


Editando: Só um comentário que faltou. Algo muito simples que deixaria o filme umas 30x melhor: voice over. Não sou o maior dos fãs desse artifício, mas o livro é todo em primeira pessoa e não teria modo melhor de explicar e deixar claro tudo o que o roteiro não deixou do que com um narrador em off.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Ainda no clima de liberdade...

(diálogo entre J.R. e sua namorada)

- Vou te dizer, uma vez eu vi um cara, na época daquela grande nevasca que tivemos em 1960, lembra? O cara estava jogando golfe, bem no meio da Broadway assim.

- Golfe?

- Juro por Deus.

- No meio da rua?

- Bem no meio. E ele disse "pera um pouco, o problema com o mundo hoje é que se um homem resolve jogar golfe no meio da rua as pessoas ficam encarando-o".

- Não acredito em você.

- Eu.. eu não mentiria pra você. Ele estava com aqueles sapatos, sei lá o nome daquilo, e o chapéu...

- O uniforme todo? Tudo?

- Aham. Tacos de golfe e tudo.

- Isso é insano.

- É, bem. Mas é legal também.

- Por que?

- O cara fez o que ele estava afim de fazer, jogar golfe.

- É, acho que sim.

- Não devíamos fazer sempre o que quisermos?

- Acho que sim.

- Vc faz?

- Sim... Não sei, nunca tinha pensado nisso. Acho que sim...





Traduzido toscamente do filme "Who's That Knocking At My Door", do Scorsese.

segunda-feira, 24 de março de 2008

A Liberdade Perante a Moral

A idéia de liberdade é uma parada que sempre me atraiu bastante. Não é por acaso o nome do meu Flog (land of the free) ou a pergunta do meu msn (how things would be if you were to be free?). Pensamentos aleatórios sobre essa idéia sempre passam pela minha mente, mas nunca foi o suficiente pra me fazer escrever sobre o assunto.

Acontece que um dia desses eu estava vendo um filme do Krzysztof Kieslowski (nomezinho hein) chamado "A Liberdade é Azul" ("Trois Couleurs: Bleu", no original), cujo tema principal é (supresa!) a própria liberdade.

(na verdade não é exatamente o tema do filme, é mais uma idéia que permea todas as idéias que o diretor trabalha dentro do filme, mas anyway.)

Alguns dias depois, eu fiquei preso numa droga de engarrafamento na ponte rio niterói. E eu estava ouvindo justamente o álbum Land of The Free, do Gamma Ray. Vocês sabem né, aquele tédio, os carros parados, ar condicionado ligado, a mente divaga. Comecei a viajar totalmente nessas idéias de liberdade e fiquei tentado a escrever alguma coisa ou outra aqui nesse blog (afinal, pra que mais serve um blog?), coisa que planejo fazer nesse momento.

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Liberdade é aquela coisa que ninguém consegue definir muito bem, mas todo mundo sabe muito bem o que é. Talvez não tão bem assim, muitas vezes eu tenho a sensação que muitas pessoas que se consideram livres não tem idéia da magnitude com que a idéia de liberdade deve ser trabalhada. Particularmente, eu não conheço nenhuma pessoa realmente livre e não acho que exista alguma.

Existem um número diverso de "esferas" de "limitações", sobrepostas ou não, que impedem um indivíduo de adquirir sua liberdade. Dessa forma, ao observarmos um indivíduo fora de uma determinada esfera (principalmente no caso de estarmos falando da esfera do observador), podemos ter a impressão enganosa de que aquela pessoa é livre. Talvez seja difícil observar, mas dificilmente o tal indivíduo estará totalmente livre de todas as esferas, muito provavelmente ele estará sob o domínio de algum esfera que nos parece invisível de longe.

Dando um exemplo bobo e leviano, podemos dizer "aquele homem tem dinheiro pra fazer o que quiser, ele é certamente uma pessoa livre". Não é o caso, pois mesmo com todo o dinheiro do mundo, tal homem ainda terá uma grande quantidade de limitações, que o impedirão muitas vezes de fazer o que deseja. No exemplo citado acima, podemos dizer que o homem não é livre pra matar alguém por exemplo, seja por limitações éticas, religiosas, ou alguma outra qualquer.


É difícil definir quais seriam todas essas esferas de limitação. Pensando rapidamente, poderia pensar em algumas como:

  • Limitações físicas (uma pessoa com problemas respiratórios dificilmente vai ter a liberdade de fazer certos esportes, por exemplo)
  • Limitações religiosas (essas são óbvias, pois se repararmos bem a idéia de religião é basicamente um conjunto de regras e limitações, não matarás, não roubarás, não farás nada que não esteja fora da esfera dessa religião)
  • Limitações financeiras (essa se torna mais forte a cada dia que passa em nossa sociedade moderna. Também é um tanto óbvia, sem meios materias você vai ser impedido de fazer quase tudo atualmente)
  • Limitações afetivas (uma pessoa que deseje se mudar mas não consegue ficar longe da família, por exemplo)
  • Limitações criativas (aqui já se torna um campo mais abstrato. Sempre desejei escrever músicas livros, mas hey, minha criatividade me limita na maioria das vezes)
  • Etc.
Mas a limitação que eu fiquei viajando por mais tempo e a que mais me intrigou foi a Limitação Moral. O que dizer daquele jovem que tem o desejo de morar sozinho mas que mora com a mãe doente. A mãe tem meios de se sustentar sozinha, mas o jovem tem receio de deixá-la e ir morar em outro lugar. Analisando essa situação, percebemos que em todas as outras esferas, o jovem é livre pra fazer o que deseja: Fisicamente, ele é capaz de se mudar. Sua religião também não tem problemas com isso. Ele possui os meios financeiros. Ama sua mãe, mas esse não seria um empencilho na hora de se mudar.

Então, por que o jovem não se muda?

Justamente porque sua ética não permite. Em nossa sociedade, seria extremamente mal visto um jovem largar sua mãe doente sozinha para ir morar em outro lugar. Por mais que deseje isso, o jovem se sentirá oprimido por essas limitações e dificilmente terá coragem de sair de casa. Caso reúna enfim a coragem necessária e saia de casa, será julgado sem dó pela sociedade e se sentirá culpado, mantendo os vínculos fortes com a idéia de sua mãe abandonada, nunca conseguindo ser livre de verdade.

A idéia da moral como limitadora de ações é mais presente em nossas vidas do que nós percebemos normalmente. Mais do que qualquer outra das esferas citadas anteriormente, ela está sempre presente, em todos os indivíduos de dada sociedade. É interessante perceber também a ligação próxima com as limitações religiosas, afinal a própria religião é certamente o sustentáculo da ética de uma sociedade.

Existem alguns poucos indivíduos que tem o talento de conseguir se posicionar acima da idéia de ética. Não obstante, são julgados frequentemente pela sociedade, sendo taxados de "maus caráter". A questão nesse caso, é o fato de tais indivíduos, por se posicionarem acima de tal idéia, não serem afetados pela opinião pública. Ora, estes são os verdadeiros homens livres.

A liberdade de um indivíduo acaba quando começa a do outro? Na verdade é muito mais o contrário.

Vivemos em um mundo cruel.