terça-feira, 1 de abril de 2014

Sobre Classificações e Notas

Eu sou meio obcecado por métodos de avaliação. Afinal, nota por nota não quer dizer nada. O que eu chamo de nota 7 pode significar algo completamente diferente do que você chama de nota 7 - e normalmente é o que acontece. Assim, eu gosto de entender o que cada pessoa quer dizer com cada classificação que dá. Já passei mais tempo do que eu devia lendo sobre diferentes métodos de classificação. Como eu disse, é uma pequena obsessão.

O leitor mais atento (isso é uma piada, mas sempre quis escrever isso) vai ter reparado que eu mudei alguma coisa em meu método de avaliação de filmes. Deixei de lado uma contagem de 0,0 a 10,0 com divisões simples de meio ponto para uma coisa mais prepotente com notas de 0 a 100 (obviamente, sem decimais, não sou tão louco assim).

Na verdade a mudança não foi assim tão simples (não que tenha sido complexa também). Por trás dessa mudança teve toda uma alteração na forma como eu dou nota para os filmes que vejo. Sendo assim, achei que uma breve explicação de como eu faço cada avaliação se faz necessária.

O primeiro passo, naturalmente, é decidir o que eu achei do filme (obviamente, esse é o passo mais relevante - ok ok, o único relevante). Para me ajudar em vocalizar minha análise, eu criei essa legenda:
100 - É uma nota fantasma, na prática. Seria um filme perfeito, mas eu não acho que esse conceito exista, então fica apenas como parâmetro. É como o limite na matemática: os filmes podem ir chegando cada vez mais perto, mas nunca encostam a linha.
90 - Um filme maravilhoso e que eu recomendaria para qualquer pessoa. São aqueles favoritos, que você carrega no coração pra sempre.
80 - Um filme excelente, daqueles que sempre que eu vejo passando na tv eu tenho vontade de rever.
70 - É o grande filme do nosso dia a dia. Daqueles que vemos no cinema e saímos felizes e contentes, mas que não produz grande diferença em nossa vida.
60 - Filme bem legal, vale o preço do ingresso, mas não muito mais que isso.
50 - Filme bacana, embora tenha muita coisa que incomode.
40 - Filme meio bosta, mas até vale a assistida caso você esteja extremamente entediado.
30 - Não vale a pena assistir nem extremamente entediado.
20 - What were they thinking?
10 - Não é apenas um filme péssimo, é um filme que chega a ser ofensivo.
0 - Da mesma forma que a nota 100, é algo que não acontece na prática (não que eu tenha visto, pelo menos).

Então temos essa singela legenda. E quando eu termino de ver um filme eu penso em qual dessas descrições mais se encaixa com os meus sentimentos perante ele. The thing is, raramente o filme bate perfeitamente em uma descrição. Assim, o mais comum é eu ficar em dúvida entre duas dessas notas, digamos entre 6 e 7. Ele apenas vale o preço do ingresso ou será que eu posso considerar ele um grande filme? Quando eu me vejo totalmente dividido entre dois pontos, eu lanço o que era o meio ponto (como estamos na escala centesimal, claro, são 5 pontos). Ou seja, a nota do filme seria 65.

As vezes, porém, acontece de eu não achar que o filme se encontra exatamente no meio, ou seja, eu me descubro mais propenso a classificar o filme como um "grande filme" do que como um filme "bem legal". Ainda assim, a dúvida é forte o bastante para não me sentir confortável dando uma nota 7 inteira. Nesse caso, eu brinco com as notas intermediárias, ou seja, 66, 67, 68, 69... tenho toda uma graduação à minha disposição para explorar todo o meu preciosismo prepotente.

Mas por que mudar de 0 a 10 para de 0 a 100? Naturalmente se trata apenas de um capricho, visto que bastaria dividir ou multiplicar qualquer nota que seja por 10. Mas na minha cabeça esquisita eu acho mais bonito escrever 76 do que 7,6, então lidem com isso.

Então é isso, in a nutshell. Se você leu esse post inteiro: parabéns. Você é quase tão doente quanto eu.

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