segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A Temporada Regular dos Ravens

Regular, nesse caso, diz muito, já que com um recorde de 8-8 o desempenho dos Ravens nessa temporada foi exatamente isso: regular. Mas o que isso quer dizer?

Se considerarmos que estamos falando do atual campeão do Super Bowl, isso poderia querer dizer que foi uma temporada medíocre. Afinal, ficamos de fora dos playoffs, o que não acontecia desde 2007 (e foi apenas a segunda vez que um time campeão do Super Bowl não chega aos playoffs na temporada seguinte). Uma análise fria pode, portanto, deixar os torcedores dos Ravens chateados e envergonhados.

As expectativas após uma temporada vencedora são naturalmente otimistas.

Mas vamos deixar essa visão superficial um pouco de lado e analisar alguns fatos?

Vamos.

Fato nº 1. Os Ravens terminaram a vitoriosa temporada de 2012 com um time envelhecido, valorizado e - mais importante - caríssimo. Com um salary cap apertadíssimo, o time se viu obrigado a se desfazer de peças importantes que se tornavam free agents, casos de Bernard Pollard, Paul Kruger e Anquan Boldin. Outros experientes jogadores resolveram pendurar suas chuteiras, casos de Ray Lewis e Matt Birk. Os Ravens ainda perderam Ed Reed e Daniel Ellerbe (entre outros).

Resumindo, os Ravens entraram em 2013 com o time totalmente desfigurado.


Fato nº 2. Enquanto a defesa conseguiu se arranjar com as entradas do Daryl Smith, do Elvis Dumervil e do novato Matt Elam e com a volta do Lardarius Webb, o ataque ficou seriamente prejudicado sem Anquan, que sempre fora o ponto de segurança para o Flacco, tendo feito uma pós temporada fantástica em 2012. O novato Marlon Brown entrou bem no time, mas não foi sombra do que Anquan era (obviamente). O jogador que poderia ser esse go-to player para o Flacco seria o tight end Dennis Pitta, que possui uma já conhecida química com o quarterback. Eis que o que acontece? 

Pitta se machuca ainda durante os treinos e perde quase a temporada inteira.


Fato nº 3. Ainda falando do ataque, a linha ofensiva sofreu muito durante essa temporada com a aposentadoria do center Matt Birk e com a lesão do bom Osemele, embora esse tenha acontecido já no meio da temporada. Na verdade, não conseguir arrumar a linha ofensiva foi a grande falha dos Ravens esse ano. Sem seu go-to player, o Flacco inevitavelmente ia precisar de mais tempo com a bola nas mãos para procurar seus recebedores. Não foi o que aconteceu: os Ravens acabaram como o segundo time mais sacado da NFL. Atuações fraquíssimas dos tackels Michael Oher e Bryant McKinnie contribuiram muito para isso.



Fato nº 4. A linha ofensiva também se mostrou incapaz de ajudar o Ray Rice, principal corredor do time, que entrou na temporada machucado e longe de sua forma ideal. A combinação de Ray Rice baleado e linha ofensiva medíocre não poderia ter dado em outra coisa: a 30ª colocação entre os ataques terrestres, com o Rice tendo a pior média de jardas por corrida entre todos os running backs da liga. E a ausência de um jogo terrestre eficiente acabou por sobrecarregar o Flacco (que, lembremos, estava sem seus dois principais recebedores, Boldin e Pitta) que, compreensivelmente, acabou por fazer uma temporada ruim.



Fato nº 5. Outro jogador fundamental no time dos Ravens era o Jacoby Jones, não só por sua atuação como wide receiver mas por seus retornos de punts e kick offs. Com isso em mente (e lembrando novamente das ausências de Boldin e Pitta), percebemos o quão desastroso foi o primeiro jogo dos Ravens com os Broncos, quando o novato Brynde Trawick trombou pateticamente com Jones, torcendo o joelho do companheiro e o deixando de fora de 5 jogos. Foi das jogadas mais engraçadas do ano.

Não tivesse sido tão triste.




Observando esses fatos, a conclusão que eu cheguei é que a temporada dos Ravens tinha tudo para ser um grande fiasco. Se o time conseguiu chegar até a última rodada com chances de classificação é porque ele se superou muito durante todo o caminho, e exemplos disso não faltam: a heróica vitória contra os Bengals na prorrogação, o alucinante jogo contra os Vikings com 5 touchdowns nos últimos dois minutos, o épico contra os Lions com o field goal de 61 jardas do Justin Tucker nos ultimos segundos são apenas alguns exemplos.

O torcedor dos Ravens não tem motivos para ficar se lamentando. 2013 seria mesmo um ano de transição, um ano para arrumar a casa. A classificação para os playoffs não veio, mas pra mim o time ficou no lucro e ainda foi generoso ao brindar seus torcedores com jogos maravilhosos e emocionantes. São esses jogos que acendem a paixão do torcedor e fazem o esporte valer a pena e eu saí de 2013 mais apaixonado pelos Ravens do que nunca.

Que venha 2014! 



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