sexta-feira, 16 de julho de 2010

A Fúria do Polvo

Alguns dias atrasado, mas acredito que a relevância continua presente. Talvez não, mas não é como se eu ligasse pra coisas como relevância nesse meu humilde blog :)

Mas então, os deuses do futebol resolveram ser justos e deixaram a Espanha se sagrar campeã do mundo pela primeira vez.


Não que a Espanha tenha jogado um futebol brilhante, ou mesmo o melhor futebol da Copa. Na minha opinião, e na de muitos outros, esse cargo destina-se à Alemanha, que encantou o mundo com 3 goleadas em 7 jogos.

Mas, não podemos esquecer que essa mesma Alemanha foi ATROPELADA pela Fúria. Não, não foi uma goleada, foi um jogo até difícil (pios os alemães tem uma ótima zaga), mas o domínio espanhol foi quase completo. A Alemanha ficou o jogo inteiro espremida no seu campo, sem ter espaço nem para os seus tão mortais contra-ataques.
Um time que vence com tanta autoridade o time sensação da Copa não pode ser questionado quanto ao seu merecimento.

Quanto à final contra a Holanda, a vitória espanhola, justíssima, foi a melhor coisa que poderia ter acontecido pro futebol. E também, ouso dizer, para a Holanda. Possuíndo um passado de times maravilhosos, seria um pouco melancólico ver a laranja campeã com um time que se rendeu ao atual futebol de resultados. O time tem destaques individuais, mas está longe de ser um time que encanta em qualquer nível que seja. Não gostaria de vê-los campeões do mundo, e olha que eu costumo torcer pra Holanda em Copas.


A Espanha sim, mereceu esse título, mais do que ninguém. Simplesmente por acreditar no seu futebol. O que mais me encanta nesse título espanhol foi a o fato de eles terem perdido um jogo, justamente o primeiro.


"Como assim você se encanta com uma derrota, você é idiota?"


Não sei se sou idiota, mas eu tenho consciência de que nas mãos da maioria dos times de hoje em dia uma derrota na estréia, para a fraca seleção da Suiça botaria em xeque todo o estilo de jogo da equipe. Cabeças iam rolar, todo o planejamento ia ser questionado, o time passaria a jogar buscando o 1x0 e só.


(Não me venha dizer que a Espanha ganhou os 4 jogos a partir das oitavas por 1x0. Eu sei disso. Mas a Espanha nunca foi um time que BUSCOU o 1x0. Ela não se segurava lá atrás, tentando achar um gol pra se fechar novamente. Ela jogou sempre no campo do adversário, procurando o gol de acordo com o seu estilo. Se a bola só entrou uma vez em cada jogo, é acaso.)


Mas a Espanha não questionou o seu estilo de jogo. Ela acreditou nele. Assim como eu mesmo disse, na época, que apesar da derrota, a Espanha tinha feito uma bela partida e tinha sido uma das melhores seleções da primeira rodada. Perdeu por detalhes, mas é impossível anular os detalhes de uma partida de futebol. É o que faz o futebol um esporte tão encantador: nem sempre o melhor ganha.


E assim, acreditando em seu jogo, a Espanha se tornou campeã mundial, como havia se tornado campeã européia dois anos antes. Se não é o time mais encantador da história do futebol, não podemos deixar de louvar seu futebol ofensivo, sempre buscando o gol, trocando passes no campo do adversário. Principalmente nos dias de hoje, aonde jogar defensivamente buscando o contra-ataque parece ser a norma.


A Espanha é uma ilha de futebol num oceano de mediocridade.


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