Eu acho extremamente difícil não gostar do George Clooney atuando. Mesmo nas vezes ele não faz um grande papel, o seu enorme carisma costuma ser o suficiente pra me prender em sua atuação. Quando o assunto é ele dirigindo, no entanto, seu carisma simplesmente não basta, é preciso algo mais. Nos dois filmes que eu havia visto com sua direção, esse algo mais estava lá, tanto em Boa Noite e Boa Sorte como no mais recente Tudo Pelo Poder.
Em Caçadores de Obras-Primas, infelizmente, esse algo a mais nem passou perto de suas mãos, muito pelo contrário. E olha que havia um elenco de peso pra fazerem as coisas darem certo. Nomes como Bill Murray, Matt Damon, Cate Blanchett, Jean Dujardin, além do próprio Clooney. E tudo em cima de um roteiro baseado em um livro que parece ser interessantíssimo.
Acompanhamos a história de Frank Stokes (Clooney), que durante a segunda guerra mundial recebe (ou, mais precisamente, reinvidica) a missão de resgatar milhares de obras de arte que correm um grande perigo de acabarem destruídas ou roubadas em uma Europa sendo devastada pela guerra. Sob o argumento de que vidas humanas vem e vão, mas que ao se perder sua cultura, suas realizações, sua história, seria como se esse povo nunca houvesse existido, Frank convoca vários especialistas para o ajudar na missão (Onze Homens e Um Segredo feelings) e partem para a guerra.
Mas nada no filme parece dar certo, a começar pelo roteiro, extremamente confuso e equivocado, tentando inserir comédia de maneira extremamente forçada e criando dramas que simplesmente não fazem sentido (em especial o trecho final). As atuações são todas muito divertidas, mas acabam perdendo o brilho em um filme confuso e sem ritmo.
Graças à direção que, bem, é desastrosa. O Clooney errou totalmente a mão aqui, de uma maneira até meio incompreensível pra um cara talentoso como ele. É como se ele estivesse trying too hard. Em quase todas as cenas temos um momento sentimental pseudo profundo, com uma trilha sonora crescendo e um ou outro diálogo que teoricamente deveria nos fazer pensar em como estamos vendo uma coisa inteligente. É simplesmente cansativo.
A direção falha ainda ao tentar estabelecer qualquer tipo de noção espacial. Em momento nenhum conseguimos ter certeza de onde os personagens estão. Mesmo com o uso artificial de mapas mostrados na tela, não é possível entender bem aonde cada um está. Primeiro eles estão juntos na Normandia, aí um aparece em outro lugar que só depois descobrimos ser Paris, aí vemos mais dois que parecem separados do grupo, mas não conseguimos bem acompanhar onde eles estão... é uma confusão.
Voltando ao papo das expectativas, era normal esperar um filme bom com nomes como os citados em seu elenco e staff. Caçadores de Obras-Primas tem alguns momentos divertidos e um tema interessante, mas se teve uma coisa que esses caçadores ficaram longe de alcançar foi, bem, uma Obra-Prima.
1. O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street) - Martin Scorsese - 10,0
2. Frozen - Uma Aventura Congelante (Frozen) - Chris Buck, Jennifer Lee - 9,5
3. Uma Aventura Lego (The Lego Movie) - Phil Lord, Christopher Miller - 9,0
4. Trapaça (American Hustle) - David O. Russell - 9,0
5. Ninfomaníaca (Nymphomaniac) - Lars Von Trier - 8,5
6. Ender's Game - O Jogo do Exterminador (Ender's Game) - Gavin Hood - 6,5
7. Confissões de Adolescente - Chris D'Amato, Daniel Filho - 6,0
8. Jack Ryan: Operação Sombra (Jack Ryan: Shadow Recruit) - Kenneth Branagh - 6,0
9. Caçadores de Obras-Primas (Monuments Men) - George Clooney - 4,0
10. O Herdeiro do Diabo (Devil's Due) - Matt Bettinelli-Olpin, Tyler Gillett - 2,5
11. Atividade Paranormal: Marcados Pelo Mal (Paranormal Activity: The Marked Ones) - Christopher Landon - 2,0
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