Arg. Eu não costumo ser chato pra filmes, normalmente eu posso até achar um filme ruim (acontece com frequência), mas mesmo assim eu costumo me divirtir. O fato do filme ser ruim não costuma me deixar irritado.
Mas esse filme me irritou profundamente. Eu odeio quando um filme tenta martelar uma idéia na sua cabeça de todas as maneiras possíveis, e esse filme faz isso com uma intensidade que conseguiu me tirar do sério.
O filme narra alguns acontecimentos insólitos ocorridos na cidade de Nome (sim), no Alaska, há alguns anos atrás, aonde pessoas desapareciam sem aparente explicação, algumas mortes bizarras aconteceram até que uma psicóloga apareceu para o mundo dizendo que a cidade estava sendo alvo de abduções por ET's.
Vá lá, não seria um enredo tão ruim assim para um filme mediano de suspense. Na verdade, se o filme se atesse a contar essa história, ele não seria de todo ruim (não seria bom, mas seria divertido ao menos). Mas a coisa começa a complicar quando o filme tenta de qualquer maneira te convencer de que aquela baboseira toda aconteceu de verdade. Em um nível tão apelativo que a primeira cena do filme é a Mila Jovovich (que interpreta a tal psicóloga) contando como ela é uma atriz que estará interpretando não sei quem, e fazendo uma introdução sobre o filme. No fim da cena ela manda "No final, a escolha de acreditar ou não é toda sua".
My ass.
Não bastasse toda essa pressão, o filme inteiro é intercalado com supostas gravações reais, que teriam sido gravados durante os tais acontecimentos. Sério, papo de 75% das cenas serem intercaladas com essas gravações. Chega a um ridículo que no final eu cheguei a conclusão que o filme foi totalmente desnecessário. Afinal, se eles querem tanto que a gente acredite, porque não deixam apenas as gravações "originais"?
Tudo soaria como um documentário, é verdade, mas cacete, se eu quisesse realmente aprender sobre o caso, ou me decidir sobre se eu acredito em OVN's ou não, um documentário seria uma escolha muito mais apropriada. Mas não, eu estava ali para ver um filme, que me entretesse de alguma forma, seja contando uma história real ou não. Digo, caramba, quantos filmes baseados em histórias reais já foram feitos por aí sem essa palhaçada toda? Por causa disso eles se tornam menos críveis?
(Nem pretendo entrar no mérito de acreditar ou não. Sei lá po. Pode ser que seja verdade, vai saber, embora eu seja bem cético com essas coisas. Alguém me falou que uma televisão americana resolveu pesquisar sobre o assunto e constatou que boa parte daquilo tudo é forjado. Mas até aí acreditar ou não na tv americana se trata de uma escolha.)
Como eu disse, se não fosse esse pequeno grande problema, o filme até seria decente. Eu não sou um grande fã de filmes de suspense, dificilmente consigo me assutar com algo desse tipo, mas o filme mantém uma tensão, e gera alguns sustos genuínos.
"No final, a escolho a de acreditar ou não é toda sua"? Com todo esse martelamento, não é a impressão que fica.
Um comentário:
Acabei de ve-lo, pela segunda vez na verdade (meu filho adora essas baboseiras de "terror") e procurando a foto do poster, depareime com sua resenha. Gostei dela, gostei de sua visão. Se vc tiverum tempo pra ler a minha, acharia bem legal sua presença no meu blog. Vejo que como eu, vc gosta de cinema e como eu você é "critico". Pena que não ganhamos pra isso :D
http://varal.blogspot.com
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